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Especialistas locais em pesca são treinados pela FAO para avaliar perdas do pescado

  • Publicado: Segunda, 08 de Maio de 2017, 14h58
  • Última atualização em Segunda, 08 de Maio de 2017, 15h12

O Workshop visa proporcionar aos especialistas locais em pesca uma ferramenta a ser aplicada na prática para avaliar o quanto há de perdas na produção de pescado e contribuir para o seu declínio. Dados da FAO indicam que cerca de 30% dos alimentos produzidos são desperdiçados

Por Luciete Pedrosa  – Ascom Inpa

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Mapear as perdas e reunir evidências para aplicar medidas que possam reduzir as perdas pós-captura do pescado. Este é o foco de uma metodologia estatística desenvolvida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), que é apresentada a técnicos envolvidos com a pesca na Amazônia, em workshop que começou nesta segunda-feira (08) e segue até sexta-feira (12), no auditório da Biblioteca do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC).

Durante cinco dias, cerca de 30 especialistas de diversos órgãos do Amazonas serão treinados pelos técnicos da FAO e da Infopesca no “Workshop Regional para a Capacitação de Formadores na avaliação das perdas de peixes capturados com redes de malhadeiras e arrastão na pesca artesanal na bacia amazônica”. O objetivo é proporcionar aos especialistas locais em pesca uma ferramenta a ser aplicada na prática para avaliar o quanto há de perdas na produção de pescado e contribuir para o seu declínio.

Nesta segunda e terça-feira (8 e 9, respectivamente) acontece a parte teórica da formação e na quarta e quinta-feira (10 e 11), será a parte  prática com visitas dos especialistas a campo, às 7h30, na Feira da Panair (bairro de Educandos). A área da Panair é um dos principais pontos de abastecimento, comercialização e distribuição de pescado de Manaus.    

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O diretor do Inpa, Luiz Renato de França, prestigiou a abertura do evento. “O pescado é uma das fontes de proteína de que o ser humano precisa, e a segurança alimentar é importante porque não basta só ter alimento, é preciso ter um alimento de qualidade”, disse o diretor.  “Existem técnicas sofisticadas nas quais é possível produzir peixes transgênicos com qualidade desejável”, acrescentou França ao comentar que o grupo de pesquisa que faz parte, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolve trabalhos com a biologia da reprodução desde peixes até seres humanos.  

Segundo explica o coordenador do workshop, o pesquisador do Inpa Rogério de Jesus, na visita de campo na feira os especialistas avaliarão as condições do que é perdido, além de quantificar as diferentes variáveis das perdas do pescado local aplicando a ferramenta para verificar a realidade local e como acontecem essas perdas. 

Para o pesquisador, há espécies de pescado na região que são mais desperdiçadas do que outras, a exemplo do jaraqui. “Na entressafra do jaraqui, que acontece no segundo semestre quando o rio está baixo e a produção aumenta, não há condições satisfatórias para o armazenamento e o que foi produzido há um grande desperdício”, diz.

A metodologia da FAO já foi aplicada em vários países e adaptada conforme as condições locais como na África, na Ásia e no México. Dados da FAO indicam que cerca de 30% dos alimentos que são produzidos são perdidos. “Mas ninguém sabe se isso é verdade, não há uma metodologia desenvolvida que quantifica essas perdas, por isso a FAO está propondo uma ferramenta estatística que considera várias variáveis (socioeconômica, tecnológica, acondicionamento do pescado, etc) e aplicar as medidas para reduzir as perdas locais do pescado”, explica Rogério de Jesus.     

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Para o diretor de Projetos da Infopesca, Nelson Avdalov, a ideia é implementar uma técnica simples para  pontuar um valor estatístico para se ter ideia do quanto é perdido em cada etapa da cadeia do pescado – como captura, desembarque, transporte e venda. Segundo ele, o objetivo é trabalhar em conjunto com os pescadores para que se reduza a perda e se garanta uma segurança alimentar de qualidade. “A cadeia de alimento pesqueiro é bem complexa para o pescador, para o atacadista, para o distribuidor e outros segmentos envolvidos”, destaca. A Infopesca é uma agência intergovernamental espalhada em vários países com sede em Montevideo, no Uruguai.

Participaram da mesa de abertura, além do diretor do Inpa, a diretora da Infopesca Graciela Pereira, e a especialista da Indústria Pesqueira da FAO, Suzana Siar.

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