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Embaixador da Alemanha visita o Inpa para reforçar colaboração científica com a Torre Atto

  • Publicado: Sexta, 10 de Março de 2017, 15h33
  • Última atualização em Quarta, 15 de Março de 2017, 11h21

Para o embaixador alemão no Brasil, Georg Witschel, a Torre Alta de Observação da Amazônia não é um projeto somente brasileiro ou alemão, mas faz parte da ciência global e também faz parte da luta contra as mudanças climáticas

Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa

Foto: Cimone Barros

O Brasil e a Alemanha lutam juntos contra as mudanças do clima e contra a poluição internacional e nacional e temos esse interesse em estabelecer um Observatório único aqui na floresta”. A afirmação é do embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, em vista na manhã desta sexta-feira (10) no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC).

Na reunião, o diretor do Inpa, Luiz Renato de França, e o coordenador do projeto da Torre Atto (Amazon Tall Tower Observatory) pelo lado alemão, Jurgen Kesselmeyer, fizeram uma apresentação sobre o Instituto e sobre os trabalhos desenvolvidos na Torre Atto, respectivamente. Kesselmeyer é representante do Instituto Max Planck, instituição alemã com a qual o Inpa mantém parceria há mais de 50 anos.  

Para França, a visita do embaixador ao Inpa e à Torre Atto, que acontecerá neste sábado (11), é de extrema importância. “Por iniciativa do embaixador, a vista à Torre Atto foi uma das prioridades da vinda dele ao Amazonas, porque simboliza a colaboração científica que existe entre o Brasil e a Alemanha”, disse o diretor, ao comentar que a visita do embaixador veio num momento crucial, principalmente, para a Atto, porque é um projeto que demanda muitos recursos.

Embaixador da Alemanha Foto Cimone Barros

Inaugurada no fim de 2015, a Torre Atto tem 325 metros de altura, um a mais que a torre Eiffel. A maior torre de monitoramento climático do mundo ajudará os cientistas a entenderem os efeitos das mudanças do clima e os gases de efeito estufa. A torre está construída e completamente operacional, e agora entrará na fase 2, que é o uso científico.  

Parte da discussão da reunião foi a preocupação de como manter um empreendimento dessa magnitude funcionando por 20 ou 30 anos em condições adequadas. Esse é o desafio”, destaca o diretor do Inpa.   

Após a apresentação, o embaixador disse estar esperançoso de que os trabalhos científicos sejam financiados pelos próximos anos. “Estou feliz e agora vamos esperar pelas primeiras publicações, o que serão uma grande ajuda para compreender os sistemas ecológicos de interação entre os poluentes, a atmosfera e o bioma amazônico”, disse Witschel.

 

Jurgen Kesselmeyer ALE 2 Foto Cimone Barros

O embaixador explica que Observatório é um projeto comum do Brasil e da Alemanha e que foram compartilhados os custos na ordem de quase 4 milhões de euros (cerca de 13 milhões de reais para cada governo). “Fizemos o projeto, porque estamos extremamente interessados em medir o transporte dos gases de efeito estufa e outros poluentes, não somente a curtas distâncias, mas também a longas distâncias”, diz Witschel. “E aqui no centro da selva é possível fazer isso de tal maneira que não é possível fazer em outro lugar”, acrescentou o embaixador.

Na opinião de Witschel, é importante também saber sobre a interação entre a selva e os gases poluentes ou o que se passa na selva com esses poluentes. “Por isso, é claro, que temos um interesse comum”, destaca o embaixador.

Para o embaixador, o projeto não é somente brasileiro ou alemão, mas faz parte da ciência global e também faz parte da luta contra as mudanças climáticas. “Estamos todos no mesmo navio. Naturalmente, se a mudança do clima continua e temos um aquecimento das temperaturas mundiais todos sofrerão”, diz. “Por isso, o governo alemão cooperou com o governo brasileiro para estabelecer a Torre Atto. Este trabalho científico vai contribuir para ajudar a compreender o que acontece entre a interação da selva e os poluentes a grandes distâncias, ou a interação entre a produção e o estoque de gases de efeito estufa. Tudo isso pode ser conhecido, e a ciência deve buscar respostas para todas essas questões”, completa.

Embaixador da Alemanha3 Foto Cimone Barros

O embaixador também falou sobre a expectativa de conhecer o trabalho desenvolvido na Torre Atto e declarou estar muito curioso, porque é a primeira vez que visita o Amazonas e a selva. “Este é um projeto científico que, sobretudo, tem o objetivo de medir, analisar e avaliar a poluição e a interação entre a selva e certos gases”, diz. 

Além da Torre Atto, o embaixador comentou que o governo alemão tem uma variedade de projetos ambientais junto ao BNDES, com o governo do Estado do Amazonas e com o governo Federal. “A Alemanha já investiu mais de 100 milhões de euros (cerca de 335 milhões de reais) em projetos ambientais, a exemplo do Cadastro Rural (CAR) e também em projetos em vários municípios na Amazônia para ajudar na redução do desmatamento e para introduzir uma economia sustentável.

Na oportunidade, a comitiva do embaixador visitou o Paiol da Cultura do Inpa, no Bosque da Ciência, onde acontece a exposição fotográfica “Água solar: experiência em comunidades indígenas”, da alemã Katie Mähler. 

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