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Inpa festeja Dia da Mulher numa calorosa Roda de Conversa sobre as “Mulheres na Ciência”

  • Publicado: Quinta, 09 de Março de 2017, 17h46
  • Última atualização em Quinta, 09 de Março de 2017, 17h48

Durante o evento, houve sorteio de brindes, numa confraternização para as servidoras, seguida de um coquetel. Logo após, aconteceu a 1ª Roda de Conversa, que contou as participações especiais da analista em Ciência & Tecnologia do Inpa, Angela Panzu e da pesquisadora Fernanda Werneck

 

Texto e foto de Karem Canto – Ascom Inpa

 

 SitefotoRoda

 

Como diria Arnaldo Jabor, “Bendita a hora em que você saiu da cozinha e, bem-sucedida, ficou na frente de todos os homens”. Para celebrar o Dia Internacional da Mulher e ratificando o que Jabor uma vez disse, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou, na última quarta-feira (8), uma confraternização para homenagear as servidoras do Inpa, seguida de uma calorosa Roda de Conversa, na Sala de Estudos da Biblioteca do Instituto.

“Elas merecem por mérito. As mulheres são multifacetadas”, disse o diretor do Inpa, o pesquisador Luiz Renato de França, durante abertura do evento. “Na nossa gestão, aqui no Inpa, escolhemos as pessoas pelos méritos. Na gestão geral do Inpa, cerca de 60% a 70%, é de mulheres”, disse França acrescentando que as mulheres do Inpa são guerreiras.

SiteDiadasmulheres

 

Durante o evento, que foi promovido pela Comissão de Eventos do Inpa, houve sorteio de brindes para as funcionárias, no Auditório da Biblioteca, e em seguida um coquetel. Logo após, a programação prosseguiu com a realização da 1ª Roda de Conversa, na Sala de Estudos.

O encontro, que teve como tema “Mulheres na Ciência”, contou as participações especiais da analista em Ciência & Tecnologia do Inpa, a historiadora Ângela Panzu, que realizou o Mestrado sobre as mulheres pioneiras do Inpa, e da pesquisadora Fernanda Werneck, que no ano passado ganhou o prêmio L'Oréal Brasil “Para Mulheres na Ciência”.

Com o intuito de introduzir a temática e engradecer o momento de conversação, a historiadora Ângela Panzu trouxe como proposta dar visibilidade à atuação e à presença feminina no processo de construção do conhecimento científico produzido no Inpa. Assim, a contribuição das primeiras mulheres que inauguraram as atividades do instituto e efetivamente deram continuidade as suas carreiras foram alguns dos pontos abordados.

Segundo a historiadora, essas análises realizadas ao longo das pesquisas apontam a maternidade e o cuidado com a família como fatores recorrentes na trajetória profissional de grande parte das mulheres, que em determinada circunstância, deixaram para outro momento, o exercício de suas atividades em função das exigências domésticas, prevalecendo assim, mais uma vez a hierarquia de gênero que modulou aquele período (1954-1955).

Sitefotopalestrantes

Já a pesquisadora Fernanda Werneck pontuou algumas de muitas barreiras que podem dificultar as mulheres a estabelecerem carreiras científicas de sucesso e ocuparem posições de liderança em áreas de pesquisa acadêmica, além de relatar algumas experiências vividas.

“Foi muito interessante a experiência que eu tive ano passado em decorrência do prêmio L'Oréal Brasil “Para Mulheres na Ciência”, porque eu pude conhecer colegas de outras áreas, mas com questões problemáticas que fazem parte da nossa realidade”, disse Werneck. “Eu lembro que uma delas, emocionada, comentou que para ela aquele prêmio não podia vir em melhor hora. Porque quando ela engravidou, ela ouviu de vários colegas do departamento onde trabalha, coisas do tipo: “então, né, agora acabou para você” ou então “Você tá grávida. Parabéns! Mas agora você sabe né...”, recorda Werneck.

Outro ponto abordado durante a Roda de Conversa foi em relação às ações afirmativas como sendo importantes para corrigir um erro, muito recorrente, de que as mulheres, apesar de ser igualmente competentes, são percebidas e julgadas como menos competente só porque são mulheres.

“Aqui no Inpa eu acho muito bacana, porque nós temos muitas mulheres na gestão, desde que sejam respeitados os interesses de cada um”, ressalta Werneck. “Se a pessoa está lá é porque ela quer estar e tem competência para isso. É importante esse tipo de mulher em posição de liderança, mas às vezes eu acho que em diversas atividades os homens são mais poupados que nós, mulheres”, concluiu.

Siteparticipantes

Para uma das participantes da Roda, a pesquisadora do Inpa Carla Bruno, a questão é mais abrangente. “Tem uma questão que precisa ser dita: é que nós mulheres ajudamos a criar uma sociedade machista. E temos que admitir isso. Homens machistas, que na hora que a esposa do filho fala que precisa sair para fazer mestrado, doutorado, a própria mãe diz: tua mulher precisa decidir como vai ficar a casa e os filhos. Que negócio é esse de querer estudar? Tem um universo de gênero e cultural que a gente não pode ficar cego”

Bruno afirma que o universo científico é um universo social igual a outro local. “O universo cientifico é tão machista e preconceituoso como qualquer outro local”, destaca. ”Aqui dentro do Inpa, por exemplo, obviamente, que eu tenho colegas brilhantes, tanto homens, quanto mulheres, que sempre me respeitaram, mas já tive colega, no Inpa, que jamais pensei em escutar que talvez ninguém me respeite, porque eu sou mulher e negra”, lembra a pesquisadora refletindo que seria bom, para nós, mulheres, começarmos a pensar na condição de sermos geradores de filhos machistas.

A Roda de Conversa é uma iniciativa da Coordenação de Extensão (Coex) do Inpa, sob a responsabilidade da pesquisadora Rita Mesquita. Segundo ela, o objetivo do evento é estimular o debate sobre assuntos de interesse da comunidade, buscando a construção de uma visão mais cidadã sobre os assuntos em foco.

Os encontros mensais são abertos ao público externo e interno da Instituição e acontecerão na segunda quarta-feira de cada mês, às 16h, na Sala de Estudos da Biblioteca do Inpa, situada no Campus I, bairro Petrópolis, Manaus (AM). O próximo tema será sobre pesquisa com animais.

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