Reino Unido da Liberdade leva Inpa para o sambódromo como tema do Carnaval 2017
O grupo Ukulele é uma das 31 alas da escola, que escolheu o tema sustentabilidade como um dos grandes desafios da humanidade
Da Redação – Ascom Inpa
Foto: Luciete Pedrosa
“No reino das fontes da vida, o Morro em movimento sustentável faz a diferença” é o tema do samba enredo que o Grêmio Recreativo Escola de Samba Reino Unido da Liberdade levará para o sambródromo, neste sábado (25), à meia-noite, no Carnaval 2017. A escola, que busca o bicampeonato, exaltará a ciência, tecnologia e inciativas de desenvolvimento sustentável, no Amazonas, em homenagem ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) e à Fundação Amazonas Sustentável (FAS). O grupo Ukulelê é uma das 31 alas da escola que tem 3.600 brincantes.
Esta é a segunda vez que o Inpa é homenageado no Carnaval de Manaus. Em 2004, o Grêmio Recreativo Cultural Grande Família foi o vice-campeão com o tema “Inpa: 50 anos de pesquisa na Amazônia”. Para o diretor do Inpa, Luiz Renato de França, o desenvolvimento sustentável é um tema atual e crucial para a Amazônia e para o planeta.
“Esta honrosa homenagem da Reino Unido da Liberdade não somente torna-se um momento especial para difundir de forma lúdica o que o Inpa faz pelo desenvolvimento da Amazônia e de nosso país, como também reforça uma vez mais os nossos compromissos com a harmonia entre a sustentabilidade e a cidadania plena dos amazônidas”, destaca França.
O grupo Ukulele teve origem em um projeto de iniciação científica bem-sucedido do Inpa, iniciado em meados de 2011, fruto do projeto “Construindo Instrumento Musical com Madeiras da Amazônia. Foi orientado pelos pesquisadores do Inpa Claudete Catanhede, Niro Higuchi, Estevão Monteiro de Paula e Joaquim dos Santos, recebendo apoio da empresa Puro Amazonas (ex-incubada no Inpa), do Laboratório de Engenharia de Artefatos de Madeiras (Leam) e do Laboratório de Manejo Florestal, ambos do Inpa.
Durante quatro anos, estudantes de escolas públicas de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus) aprenderam a construir os próprios instrumentos – o ukulele, instrumento musical de cordas havaiano – utilizando madeiras de demolição e árvores caídas naturalmente, como louro negro, piquiá, marupá. Até madeira do telhado do antigo prédio da diretoria do Inpa virou instrumento musical. E por duas ocasiões, o grupo Ukulele apresentou-se no Teatro Amazonas com a Orquestra de Violões do Amazonas.
“Nunca pensei que os compositores de uma escola de samba pudessem gostar da história do Ukuklele para fazer parte do samba enredo. Estou muito feliz com a homenagem, e sinto-me uma pesquisadora realizada em todos os sentidos”, conta Claudete Catanhade. “Estou com o coração a mil, porque pela primeira vez vou desfilar no Carnaval, juntamente com o pessoal do meu laboratório”, acrescenta a pesquisadora.
De autoria de Fábio Rodrigues e Susana Brandão, a escola escolheu o tema sustentabilidade como um dos grandes desafios da humanidade e homenageará a FAS como instituição de referência no tema e o Inpa como a mais importante instituição de pesquisa de biologia tropical do mundo.
O Inpa está focado em gerar e disseminar conhecimentos e tecnologias, além de capacitar recursos humanos para o desenvolvimento da Amazônia. A FAS tem a missão de promover o envolvimento sustentável, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas do Estado. As principais iniciativas são implementadas por meio do Programa Bolsa Floresta, Programa de Educação e Saúde e Programa de Soluções Inovadoras.
Para a coordenadora de Extensão do Inpa, a pesquisadora Rita Mesquita, é importante o reconhecimento do Inpa, numa festa popular como o Carnaval. “Isso ajuda a difundir o nosso papel para a sociedade e oferece uma maneira lúdica de abordar a contribuição do Instituto para melhorar a vida das pessoas da Amazônia”, diz a coordenadora.
Mesquita destaca que a homenagem também mostra o trabalho do Inpa com a piscicultura, a valorização da madeira por meio de instrumentos musicais e o trabalho de alerta sobre os efeitos da mudança climática com a representação da Torre Atto. “Além de mostrar o nosso trabalho, desenvolvendo alternativas mais sustentáveis de uso da floresta e seus recursos naturais”, completa a pesquisadora, ao lembrar como diz o samba enredo “...com a certeza de um grande amanhã amparados pela tecnologia”. “E eu acrescentaria: pela ciência e pela inovação”.
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