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Inpa discutirá ampliação do projeto Waraná com os produtores da Terra Indígena Andirá-Marau

  • Publicado: Quinta, 02 de Fevereiro de 2017, 16h03
  • Última atualização em Quinta, 02 de Fevereiro de 2017, 17h45

De acordo com a coordenadora do projeto, a pesquisadora do Inpa, Sonia Alfaia, serão propostas práticas que possam integrar produção e conservação dos recursos naturais, como o plantio de pau-rosa em sistemas agroflorestais e a produção agroecológica do guaraná

Da Redação - Ascom Inpa

Foto: Acervo pesquisadora e Ascom Inpa

Com o objetivo de dar continuidade e ampliar as atividades do projeto Waraná (guaraná, na língua Sateré-Mawé) uma nova proposta de trabalho será apresentada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) e discutida com os produtores da Terra Indígena Andirá-Marau, situada entre o Amazonas e o o Pará.

Para atingir o objetivo, a partir deste sábado (4) até o dia 10 de fevereiro, a equipe do projeto realiza junto com os produtores indígenas a “1ª Oficina sobre solos, consórcio agroflorestais, produção de mudas e coleta de sementes na Terra Indígena Andirá-Marau”. Na ocasião, os principais resultados do projeto serão repassados e discutidos com os comunitários.  

SiteAssembleiaAscomInpa

De acordo com a coordenadora do projeto Waraná, a pesquisadora do Inpa, a doutora em Ciências Agronômicas Sonia Alfaia, serão propostas práticas que possam integrar produção e conservação dos recursos naturais, como o plantio de pau-rosa em sistemas agroflorestais, a produção agroecológica do guaraná, além de estudos para a recuperação da melhoria da fertilidade das terras por meio do manejo agroecológico dos solos.  

A pesquisadora explica que o guaraná é o principal produto econômico e cultural dos Sateré, sendo que o cultivo de pau-rosa para extração de óleo vem surgindo como a nova aposta econômica do Consórcio de Produtores Sateré-Mawé. “Trata-se de uma espécie de ocorrência natural na região e atualmente catalogada na lista da Convenção Internacional sobre Espécies da Flora e Fauna Ameaçadas de Extinção (CITES)”, diz Alfaia. “Seu óleo essencial tem alto valor comercial pela presença do linalol, fixador utilizado na indústria da perfumaria”, destaca.

O primeiro encontro acontecerá na base denominada “Vinte Quilos”, distante duas horas de voadeira (pequena embarcação de alta velocidade) do município de Parintins. Durante três dias, a equipe do projeto Waraná realizará diversas atividades e apresentará a nova proposta para os agricultores indígenas.

SiteCriançasplantando

No dia 8 (quarta-feira), a equipe chega em Maués de onde parte para a Ilha Miquilles, no rio Marau, (a duas horas de voadeira), onde também seguirá com a mesma programação de atividades e apresentação da proposta. As atividades prosseguem até sábado (10). 

A Terra Indígena Andirá-Marau abrange os municípios de Parintins, Barreirinha e Maués, no Amazonas; e os municípios de Aveiro e Itaituba, no Pará. Possui quase 800 mil hectares e uma população de mais de 7,3 mil habitantes da etnia Sateré-Mawé.

Sobre o projeto

Implementado em 2013 com o patrocínio da Petrobras Socioambiental, o projeto Waraná Agroecológico tem como principal objetivo fortalecer a agricultura, a soberania alimentar, além de proporcionar a geração de renda e a valorização dos saberes tradicionais dos indígenas das comunidades da Terra Indígena Andirá-Marau.  

Segundo Alfaia, o projeto vem sendo desenvolvido em 13 comunidades da Terra Indígena Andirá-Marau, apoiando atividades sustentáveis com ênfase na agroecologia, como produção de mudas, implantação de sistemas agroflorestais, hortas escolares, produção de compostos orgânicos e capacitação na coleta de sementes florestais, visando a segurança alimentar e a geração de renda nas comunidades Sateré-Mawé.

Durante o andamento do projeto, foram implantados dois viveiros florestais, nos municípios de Barreirinha (rio Andirá), a 331 quilômetros de Manaus, e Maués (rio Marau), a 276 quilômetros de Manaus, com capacidade para produção de 5 mil mudas.

Segundo a pesquisadora, o projeto também investiu fortemente na capacitação dos produtores indígenas. Em parceria com o Centro de Sementes de Nativas do Amazonas (CSNAM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foram realizadas três oficinas de capacitação sobre Coleta e Manejo de Sementes de Espécies Florestais Nativas e três oficinas de curso de Implantação de Áreas de Coleta de Sementes.

SitePuxirum

 

A pesquisadora destaca que os produtores que participaram do curso de manejo de sementes foram cadastrados junto ao Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) do Ministério de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa), pois para produzir sementes ou mudas é necessário estar inscrito naquele Órgão. “O projeto também está assessorando o Consórcio dos Produtores Sateré-Mawé no processo de registro das Áreas de Coleta de Sementes junto ao Mapa”, diz Alfaia.

Em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), foram realizadas três oficinas práticas para implantação dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), denominadas Puxirum Agroecológico (do Tupi, o mesmo que mutirão), além de três oficinas de educação ambiental, que teve como objetivo  estimular a produção de adubo orgânico e sensibilizar as famílias e escolas para a questão de manejo do lixo e da melhoria da fertilidade do solo.

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