Inpa une esforços com universidade chinesa para descobrir grau de parentesco entre insetos
A colaboração dos chineses promoverá um avanço nas pesquisas para a construção de uma filogenia global estável em insetos. A visita tem o objetivo de colaborar com as pesquisas sobre Biodiversidade de Insetos, que recebem o apoio financeiro do CNPq e da Fapeam
Da Redação – Ascom Inpa
Foto: Luciete Pedrosa
Pesquisadores da Universidade de Nankai, na China, estão em visita no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) para colaborar com o Laboratório de Entomologia Sistemática, Urbana e Forense chefiado pelo pesquisador José Albertino Rafael, vinculado à Coordenação de Biodiversidade. Os pesquisadores estão envolvidos em uma grande pesquisa para resolução da afinidade entre grandes grupos de insetos que ainda possuem os parentes mais próximos não resolvidos.
A visita tem o objetivo de colaborar com as pesquisas sobre Biodiversidade de Insetos, que recebem o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) sob a coordenação do pesquisador do Inpa, o doutor em Entomologia José Albertino.
Para o pesquisador, a colaboração dos chineses também promoverá um avanço nas pesquisas para a construção de uma filogenia global estável em insetos. “Insetos é o grupo de organismos mais diversificado do planeta e, infelizmente, o menos conhecido, ainda”, diz. “A Amazônia é o berço desta diversidade que tem atraído pesquisadores do mundo todo”, acrescenta.
Os pesquisadores chineses Qiang Xie, Yan-Hui Wang e Dávid Rédei ficarão no Inpa até a próxima sexta-feira (2) e irão coletar grupos selecionados de insetos vivos para que possam de imediato colocar em substância especial (RNAlater) para posteriormente fazer extração molecular e mapeamento completo do genoma. Os chineses serão assessorados pelo pesquisador José Albetino, como contrapartida brasileira.
José Albertino explica que o mapeamento permite ter muitas informações que poderão solucionar em definitivo o relacionamento (grau de parentesco) entre os grupos ainda com informações questionáveis e, com base nos resultados obtidos, provavelmente, solucionar o problema e propor uma hipótese filogenética sólida.
“Na Amazônia, há grupos de insetos que são essenciais para estes estudos e facilmente coletados no campo, que são os embiópteros e os zorápteros. Estes grupos são pouco conhecidos da maioria dos pesquisadores, mas a experiência já estabelecida no Inpa permite a coleta deles com muita facilidade”, explica o pesquisador. A coleta será na Reserva Ducke (Km 26 da AM-010 que liga Manaus-Itacoatiara) e na Estação de Silvicultura (Km 43 da BR-174, que liga Manaus a Boa Vista), a partir desta terça-feira (29).
Além da busca desses grupos de insetos, os pesquisadores chineses ministraram, na tarde da última segunda-feira (28), duas palestras para os alunos de pós-graduação em Entomologia do Inpa. As palestras foram realizadas no auditório do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, no Campus II do Inpa, e trataram de interpretações sobre homologias e sobre a evolução dos insetos.
“A visita é a oportunidade de troca de experiência e ensinamentos. Espera-se uma interação produtiva já que vários alunos de Entomologia estão trabalhando com os mesmos grupos taxonômicos, ou grupos próximos, de interesse dos pesquisadores chineses”, diz José Albertino.
O pesquisador destaca que a parceria já rendeu dois trabalhos publicados em revistas especializadas, o último aceito recentemente na revista ScientificReports. “A estratégia para futuras direções e metodologia do projeto será discutida e traçada neste período de visita ao Inpa”, acrescenta.
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