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Inpa repassa conhecimento a agricultoras e universitários de como aproveitar banana e jaca verdes

  • Publicado: Sexta, 04 de Novembro de 2016, 10h48
  • Última atualização em Segunda, 07 de Novembro de 2016, 12h01

Brigadeiros, bolos e molhos são alguns pratos preparados com a biomassa de banana verde. Nesta sexta-feira, a oficina prossegue com a preparação de tapioca com flores, além de pratos com as folhas de taioba, bertalha, ora-pro-nóbis e cariru, Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs)

Da Redação – Ascom Inpa

Foto: Paulo Mindicello

O Laboratório de Nutrição do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) está repassando conhecimentos científicos de como utilizar de outras formas a banana e a jaca verdes. Na oficina de processamento e preparação de biomassa desses frutos, agricultoras familiares e universitários de nutrição e de gastronomia estão aprendendo a preparar diversas iguarias.

A atividade faz parte da programação da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Inpa que oferece mais de cem atividades, desde o início de setembro. A programação deve estender-se até o fim de novembro. O tema da SNCT deste ano é “Ciência alimentando o Brasil”. 

Brigadeiros, bolos e molhos foram alguns pratos preparados com a biomassa de banana verde, pela parte da manhã, desta quinta-feira (3), pela sócia da confeitaria As Clarissas, Fabíola Borges. A biomassa de banana verde consiste numa preparação feita com polpa de bananas verdes cozidas. Esta preparação é capaz, dentre outras coisas, de melhorar a imunidade, contribuir para o desenvolvimento da microbiota intestinal, reduzir o risco de câncer de intestino, controlar os níveis de colesterol, prevenir o diabetes e evitar o acúmulo de gordura abdominal.

À tarde, as receitas foram preparadas com a biomassa de jaca verde, uma fruta que após processada pode substituir carnes e frangos em pratos doces e salgados. A instrutora foi a nutricionista Darcy Castro, supervisora de Alimentação Escolar da Secretaria Estadual de Educação (Seduc).  A biomassa de jaca verde é uma opção de carne vegetal rica em nutrientes. O ferro previne a anemia, o potássio regula a pressão arterial, o manganês atua no pool de antioxidantes e os ácidos graxos são excelentes para a eliminação de fungos intestinais.

 

BIOMASSA foto Paulo Midicello

 

 

Empoderameto às agricultoras

A pesquisadora do Laboratório de Nutrição do Inpa, a nutricionista Dionísia Nagahama, explica que os agricultores geralmente têm produtos em abundância e não conseguem escoá-los. Como algumas dessas frutas são sazonais (frutas de temporada), como a jaca, algumas se estragam por não conseguirem vendê-las in natura

O que estamos repassando nesta oficina são outras formas de utilizar esses frutos”, diz a pesquisadora. “E estamos dando empoderamento para as agricultoras de como elas podem processar esses frutos de uma maneira para que possam comercializá-los ou introduzi-los na merenda escolar, utilizando-se das boas práticas de manipulação”, acrescenta.

Para Nagahama, esta é uma oportunidade e é uma troca. “Só se vende algo se alguém está consumindo. Se você não consome, você não tem como vender”, destaca a pesquisadora. “Nós, como nutricionista, procuramos trabalhar nesse aspecto nutricional, mas também na parte de tecnologia de alimentos, de como utilizar de maneira integral ou como tirar proveito dessa potencialidade da nossa biodiversidade”, explica a pesquisadora. “Se sabemos a técnica por que não repassar?”, ressalta. 

A agricultora no assentamento Tarumã-Mirim, Arileia do Carmo Silva, uma das participantes da oficina, conta que no seu sítio, localizado no quilômetro 23 do ramal do Pau Rosa, na altura do km 21 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), se estraga muita jaca. “Depois que aprender a beneficiar a jaca, pretendemos comercializar. Vamos aproveitar esse conhecimento e fazer o beneficiamento da fruta ainda verde”, disse a agricultora que será uma multiplicadora junto à Cooperativa Mista dos Produtores Rurais naquele local.

Já a estudante de gastronomia Luisiane Viana, que também participa da oficina, pretende repassar o conhecimento adquirido para a comunidade onde mora, em Manacapuru. Ela também pretende introduzir a biomassa de banana verde na merenda da escola onde trabalha. “É uma forma de incrementar a merenda, engrossando a sopa ou fazendo um molho para o macarrão, por exemplo, e acrescentar um valor nutricional na alimentação dos alunos”, diz a universitária.      

PANCs e cubiu

Nesta sexta-feira (4), a oficina prossegue, pela parte da manhã, com a preparação de tapioca com flores (capuchinhas, papoulas (hibisco) e outras flores), além de pratos com a folha da taioba, bertalha, ora-pro-nóbis e cariru, Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs). A instrutora será a pesquisadora Nagahama.

À tarde, a oficina será conduzida pela mestre em Agricultura no Trópico Úmido pelo Inpa, Helenkassia Araújo, que repassará as técnicas de processamento e preparação com o cubiu, que assim como a biomassa de banana e de jaca verdes pode ser usado na preparação de pratos doces e salgados.

Conforme Araújo, a busca do alimento bom, limpo e justo faz parte da filosofia do movimento Slow-Food, que também busca o aproveitamento integral dos alimentos.

A instrutora comenta também sobre uma ação da rede jovem do Slow-Food do Brasil, o “Disco-Xepa”, evento mundial que deverá acontecer em abril de 2017 com o objetivo de chamar a atenção para o desperdício alimentar.  Restos de frutas e legumes que não foram vendidos na feira serão transformados em comida que será servida ao som de boa música. O evento ainda está em fase de planejamento.  

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