Trilha Científica do Inpa proporciona experiência sensorial na obtenção de conhecimento sobre a Reserva Ducke
A Trilha científica, juntamente com o III Desafio da Reserva Ducke, inaugurou a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Inpa
Por Raiza Lucena – Colaboradora Ascom Inpa
Foto e vídeo: Fernanda Farias – Ascom Inpa
O aprendizado teórico atrelado às experiências sensoriais na floresta foi o que a I Trilha Científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) proporcionou aos visitantes da Reserva Florestal Adolpho Ducke, neste domingo (16). A Trilha Científica e III Desafio da Reserva Ducke marcou o início da programação da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Inpa, que conta com mais de 100 atividades programadas até o dia 21 de outubro.
A I trilha científica consistiu na experiência de imersão na floresta: enquanto caminhavam tranquilamente por entre as árvores, os participantes recebiam informações de cunho científico e podiam visualizar, cheirar e tatear a diversidade de espécies de plantas existentes na Reserva Ducke, além de fazer observações do solo, de insetos e tipos de árvores.
Enquanto aguardava o marido que corria a maratona do III Desafio da Ducke, Aparecida Fonseca resolveu participar da caminhada. “A floresta é um ambiente de energia boa e poder aprender com ela enquanto caminha foi uma ótima experiência”, contou. Foi a primeira vez que esteve na Reserva Adolpho Ducke e a visitante se mostrou bastante interessada em aprender com as informações que ouvia, além de compartilhar seus conhecimentos tradicionais. Se tiver a trilha novamente ano que vem, Aparecida disse que voltaria.
A pesquisadora do Inpa que acompanhou o grupo, Flávia Costa, afirma que a junção do conhecimento e a oportunidade de estar no meio da floresta é a melhor maneira de aprender. “A forma de imersão é a que funciona mais. Na sala de aula você pode falar sobre variados assuntos, mas só andando na natureza que você enxerga e associa os conhecimentos explicados em sala”, conta a pesquisadora.
Para a coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, Denise Gutierrez, a oportunidade de aliar uma atividade física e ter conhecimento sobre a floresta pode ser definida como um “casamento feliz”. “Ter uma pessoa qualificada nos acompanhando para nos indicar curiosidades e informações interessantes e nos falar a importância das relações ecológicas, como interações entre plantas e insetos, é um nível de conhecimento que um passeio puro e simples na floresta não vai fornecer”, comentou a coordenadora que também acompanhou a caminhada.
III Desafio da Ducke
Paralelamente com a trilha, cerca de 40 corredores enfrentaram os obstáculos da natureza no III Desafio da Reserva Ducke. A atividade, que testa os limites físicos dos competidores enquanto imerge-os na natureza, foi organizada pelo Clube de Orientação de Manaus (Colan) em parceria com o Inpa.
O presidente da Cloman e coordenador técnico do Desafio, Kleist Mendonça, explicou por que a atividade recebeu o nome de ‘Desafio da Reserva Ducke’: “O percurso além de proporcionar o desafio físico, também exige atributos morais dos competidores, como a determinação, a persistência e o desprendimento de vencer os obstáculos da Ducke. A ideia de vir para a Reserva foi exatamente de fazer a interação entre a natureza e o esporte, formando um elo com a sustentabilidade”, contou Kleist.
Juscelino Guedes, maratonista desde 2009, participou pela primeira vez do desafio. Vencedor dos 21 km do XTerra em 2014, tradicional evento esportivo de corrida, Juscelino também levou o primeiro lugar no Desafio da Ducke 2016, na categoria 11 KM. O interesse em correr na reserva veio da amiga Silvana Reis e de conhecer o lugar. “A dificuldade na corrida da Ducke foi o percurso que achei complicado, mas gostei de enfrentar os obstáculos da natureza. Eu gosto de correr na natureza, principalmente pelo clima”, contou o vencedor.
A fonoaudióloga Silvana Reis já é experiente no Desafio da Reserva Ducke: participou de todas edições. A cada ano a corredora se prepara cada vez mais e chega a convidar e a dar dicas aos colegas corredores sobre como se atentar aos obstáculos na floresta. “Cada vez fica mais tranquilo, pois vamos conhecendo o percurso na natureza. Já consigo identificar as áreas escorregadias, as palmeiras com espinhos e as ladeiras que vem pela frente”, afirmou Silvana que prefere a experiência com a natureza, do que a classificação.
Semana de Ciência e Tecnologia
A 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Inpa disponibilizará mais de 100 atividades distribuídas em Manaus e em cerca de dez municípios do Amazonas. A população poderá contar com várias atividades que visam aproximar a sociedade dos avanços e desafios da ciência. São exposições, oficinas, seminários, cursos, palestras presenciais e mediadas, Feira de Ciências e até exposição em um shopping da cidade (Amazonas Shopping).
A abertura oficial do evento será no dia 18 de outubro (terça-feira), na Ilha de Tanimbuca (Bosque da Ciência), ocasião em que já terá início seguindo até o dia 20 a Feira de Ciência da Amazônia, quando 60 projetos de iniciação científica de escolas públicas da rede municipal e estadual serão expostos. Capitaneada pela Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplantic), em parceria com as Secretarias Municipal (Semed) e Estadual (Seduc) de Educação, a feira terá uma premiação dos melhores projetos.
O fechamento dessa semana de atividades intensas acontecerá com o Circuito da Ciência, na sexta-feira (21). O projeto de educação ambiental e divulgação científica do Inpa, que ocorre na última sexta-feira de cada mês, contará com programação especial para receber alunos da rede pública, no Bosque da Ciência, e aproximar alunos do ensino fundamental e médio das temáticas que envolvem a ciência.
“A SNCT é o principal evento para popularização do conhecimento científico. É a forma de fazer com que o conhecimento chegue a massa da sociedade, desde estudantes aos pais de família e aqueles que não têm tanta proximidade com a ciência. O evento dará a oportunidade a quem quiser visitar uma exposição, ver uma demonstração, assistir palestras e participar de oficinas”, explicou a coordenadora de extensão Denise Gutierrez.
Redes Sociais