Comissão de Energia Nuclear capacita servidores do Inpa em Ações de Emergências Radiológicas

O Inpa, há três anos, está se preparando para trabalhar com material e equipamentos emissores de radiação. Um dos requisitos para se obter o licenciamento do Cnen é que os servidores se capacitem permanentemente, pelo menos a cada dois anos

Da Redação - Ascom Inpa

Foto: Luciete Pedrosa

Como parte da programação da I Campanha de Prevenção de Acidentes e Radioproteção, servidores de diversos laboratórios do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) concluíram nesta quarta-feira (28) o curso de Ações de Respostas em Emergências Radiológicas. O curso teve início na última segunda-feira (26) e foi ministrado por uma equipe da Comissão Nacional de Energia Nuclear e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Cnen/Ipen). O objetivo foi capacitar os servidores para atuar na primeira resposta a situações de emergência radiológica.

De acordo com a supervisora técnica do Serviço de Radioproteção do Inpa, a técnica Zenaide Figueiredo, a capacitação é uma complementação do curso básico de Radioproteção que foi oferecido em dezembro de 2015, pela equipe da Cnen. “Como será formada uma Brigada de Incêndio no Inpa, os servidores também precisam saber como agir em situações de emergências envolvendo materiais radioativos”, diz. 

Na Brigada de Incêndio, os servidores são preparados para prevenir e combater princípios de incêndio, visando à proteção da vida e do patrimônio, bem como reduzir as consequências sociais do sinistro e dos danos ao meio ambiente.

O curso é ministrado pelos especialistas da Cnen/Ipen, Walter Mendes Ferreira, quem descobriu, em setembro de 1987, o maior acidente radiológico do Brasil com o Césio-137, ocorrido em Goiânia, e o professor Demerval Leônidas Rodrigues, chefe do Serviço de Radioproteção do Ipen/Cnen. Ambos estão ligados ao plano de ações desenvolvido nas emergências radiológicas no Brasil.

O Inpa, há três anos, está se preparando para trabalhar com material e equipamentos emissores de radiação. Um dos requisitos para se obter o licenciamento do Cnen é que os servidores se capacitem permanentemente, pelo menos a cada dois anos.

“É importante o Instituto criar uma cultura de segurança e ter conhecimentos básicos para se atender uma eventual emergência para se tomar as ações corretas e não maximizar os possíveis danos”, explica o gerente de Radioproteção do Ipen, Demerval Rodrigues.

Um dos tópicos apresentados no curso Ações de Respostas em Emergências Radiológicas foi a interação com a mídia, item que fará parte do Plano de Radioproteção do Inpa. “Preparar o servidor para se relacionar com a mídia é importante porque em casos de emergências se você não sabe passar a informação correta pode criar um pânico tanto na comunidade interna como externa”, explica Zenaide Figueiredo.

Para o técnico da Reserva Ducke, o engenheiro agrônomo Jackson Figueiredo, é importante o Inpa ter uma equipe de brigadista. “Nós, que trabalhamos nas Reservas, vivenciamos alguns incidentes de pessoas perdidas na mata e de incêndios na floresta. Isso despertou o interesse em me capacitar para fazer um resgate de forma correta e saber agir em situações com fogo”, diz. 

A I Campanha de Prevenção de Acidentes e Radioproteção foi aberta no dia 9 de setembro e prossegue até nesta sexta-feira (30). É uma ação do Programa de Qualidade de Vida do Inpa e tem como objetivo proporcionar o conhecimento e a aplicação de procedimentos adequados para a execução de determinadas atividades laborais. 

Programação

Durante os três dias de curso, os participantes receberam informações sobre as noções básicas de Radioproteção, legislação, transporte, tópicos de emergências, relatos do caso do acidente de Goiânia, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e paramentação.

Nesta quinta e sexta-feira, no auditório do LBA no Campus II do Inpa, acontece o curso de Boas Práticas Laboratoriais que será ministrado pela equipe da Fiocruz, no auditório do LBA no Campus II do Inpa. Um dos objetivos do curso é capacitar o participante a manipular corretamente substâncias e equipamentos, além de executar práticas seguras em laboratórios e nos demais ambientes que se relacionam.