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Pesquisas do Inpa são premiadas em congresso nacional de Aquicultura e Biologia Aquática

  • Publicado: Terça, 30 de Agosto de 2016, 17h11
  • Última atualização em Quinta, 01 de Setembro de 2016, 15h59

Os trabalhos nas áreas de Aquicultura e Meio Ambiente, Genética e Nutrição foram premiados na modalidade Melhor Apresentação Oral do Congresso que aconteceu em Belo Horizonte

 

Mariah Brandt (Texto e Foto) – Ascom Inpa

Foto: Acervo Leandro Godoy e Mariah Brandt 

 

Três pesquisas desenvolvidas nos programas de Pós-graduaçãoem Aquicultura do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) foram apresentadas e premiadas no VII Congresso da Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquaciência) ocorrido, neste mês, em Belo Horizonte (MG). Os trabalhos foram premiados na categoria Melhor Apresentação Oral e se referem a estudos nas áreas de Aquicultura e Meio Ambiente, Genética e Nutrição.

A doutoranda em Aquicultura Jôsie Schwartz Caldas esteve no evento e defendeu a pesquisa intitulada “Características biométricas e reprodutivas do Hypancistrus Zebra”. A espécie estudada é rara e endêmica da região da Volta Grande do Rio Xingu, no Pará. Segundo Caldas, a espécie também é conhecida como cascudo-zebra Imperial e encontra-se ameaçada de extinção pela perda do habitat ocasionada pela instalação da Usina de Belo Monte.

“A espécie é muito valorizada como peixe ornamental no mercado internacional, fato que, incentiva a captura ilegal, outra ameaça à espécie”, conta Caldas, destacando que, mesmo com a proibição da pesca desde 2005, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) frequentemente apreende peixes nos aeroportos e entrepostos do Pará e Amazonas.

Segundo Caldas, muitos desses morrem devido às condições inadequadas de estocagem pelos contrabandistas e tempo de logística. Com isso, o trabalho usou um lote desses peixes, cedido pelo órgão ambiental, os quais já estavam mortos, a fim de obter informações para a conservação da espécie.

 

Aquacienciapeixezebra Acervopesq

 

Os dados obtidos indicaram que o tamanho preferencial de captura foi superior ao tamanho em que os peixes são considerados aptos a reproduzir. “Identificamos que 65% desse lote pode ter reproduzido ao menos uma vez na natureza. Isso nos leva a crer que a principal ameaça à espécie continua sendo a destruição de seu habitat”, destaca a doutoranda.

O grupo de pesquisa Biotechrepro é sediado na Universidade Nilton Lins, sendo composto por integrantes acadêmicos de graduação em Biologia e Veterinária e pós-graduação em Aquicultura, orientados pelo Prof. Dr. Leandro César Godoy, e vem desenvolvendo pesquisas no controle da reprodução natural e induzida, além de atuar na formação de um banco de germoplasma da espécie H. zebra.

 

Nutrição

 

O trabalho resultante da dissertação de Mestrado de Carlos André Amaringo Cortegano com o tambaqui também foi premiado no Congresso, na categoria Nutrição de Organismos Aquáticos. O estudo consistiu na formulação de uma ração vegetal com a inclusão de farinha de microalga, rica em DHA, um ácido graxo altamente insaturado. O intuito foi produzir um peixe mais nutracêutico, ou seja, que possa proporcionar benefícios à saúde dos consumidores.

O DHA promove benefícios no desenvolvimento cerebral, na visão e no sistema imunológico, e o peixe é considerado a principal fonte dessa substância para os humanos. “Verificamos que é possível melhorar a relação ômega 3 e ômega 6, bem como o conteúdo de DHA da carne de tambaqui, quando os peixes são alimentados com ração de terminação com inclusão de farinha de microalgas”, contou a pesquisadora do Inpa Lígia Uribe Gonçalves, orientadora de Carlos e que também participou do evento, orientadora de Carlos.

Conforme a pesquisadora, o período mínimo de fornecimento dessa ração deve ser de 15 dias, sendo que os peixes alimentados durante 71 dias apresentaram concentração quatro vezes superior de DHA do que os alimentados com a ração comum, sem farinha de microalga.

Melhoramento e Genética

 

AquacienciaFotoMariahBrandt

 

O trabalho premiado no Congresso da Aquaciência 2016 na categoria Melhoramento e Genética intitulado “Estrutura genética em populações de cativeiro de Colossomamacropomum” foi apresentado pela aluna de mestrado Raissa Alves Gonçalves. Com o estudo foi verificado que reprodutores de tambaquis de cativeiro apresentavam perda da diversidade genética e maior proximidade genética com os indivíduos das pisciculturas da Região Norte do que com exemplares das pisciculturas da Região Sudeste.

Segundo Gonçalves, os dados também apontam para a ocorrência de diferenciação genética entre os indivíduos das pisciculturas estudadas, e isso se deve à falta de cruzamento entre os indivíduos das diferentes pisciculturas, tornando as populações das pisciculturas cada vez mais isoladas.

Vale ressaltar que a perda da diversidade genética, isolamento das populações de pisciculturas e a diferenciação genética entre elas, podem tornar as populações de pisciculturas mais propícias ao ataque de patógenos que podem causar doenças graves nas populações de tambaqui de piscicultura. “Para o desenvolvimento de programas de melhoramento genético para o tambaqui é importante conhecer as características genéticas das populações de reprodutores que estão sendo cultivadas no Brasil”, explica Gonçalves.

O trabalho faz parte do projeto da Pesquisadora do Inpa Vera Maria Fonseca de Almeida e Val desenvolvido dentro do Programa Pró-Amazônia. Para sua execução foi utilizado um pedaço da nadadeira caudal de reprodutores de tambaqui e o marcador molecular microssatélites desenvolvidos pelo grupo do Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM).

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