Inpa encerra comemorações de aniversário com a 5ª edição do projeto Circuito da Ciência
Dentre as diversas atividades realizadas no Circuito da Ciência, os alunos puderam observar a soltura dos mosquitos elefante), predadores naturais das larvas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopicutus transmissores da dengue, febre chikungunya e do zika vírus
Texto e foto: Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
No encerramento da semana de aniversário de 62 anos de instalação do mais importante instituto de biologia tropical do mundo, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), nada melhor do que comemorar com a comunidade estudantil. Na manhã desta sexta-feira (29), o Instituto abriu as portas para cerca de 300 alunos da rede pública de ensino para a 5ª edição do projeto Circuito da Ciência, que tem o objetivo de aproximar os estudantes da prática científica desenvolvida pelos projetos no Inpa.
Dentre as diversas atividades realizadas no Circuito da Ciência, os alunos puderam observar a soltura dos mosquitos elefantes (Toxorhynchites haemorrhoidalis haemorrhoidalis), predadores naturais das larvas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopicutus transmissores da dengue, febre chikungunya e do zika vírus. “Esses mosquitos são do bem e se alimentam do néctar das flores. São extremamente importantes para o controle das larvas dos mosquitos que transmitem doenças”, explica o pesquisador do Laboratório de Etnoepidemiologia (Letep) do Inpa, Hugo Mesquita.
Segundo o pesquisador, os mosquitos são criados no laboratório desde a fase de ovo até a adulta, a partir das coletas das armadilhas de ovos. Quando chegam à fase adulta são soltos na natureza. Mesquita explica que nesse período são observados o desenvolvimento das fases do mosquito para se fazer um mapa da distribuição desses bichos ao longo do ano.
Para o coordenador e idealizador do projeto Circuito da Ciência, Jorge Lobato, o Circuito é a reafirmação do compromisso do Inpa de aproximação com a sociedade dentro de um processo de alfabetização científica. “Quando se realiza um evento mensal e traz para dentro do Instituto quatro escolas de ensino público e cerca de 400 pessoas, isto demonstra um amadurecimento no sentido de integrar o Inpa e parceiros em benefício do processo de popularizar ciência”, destaca.
“O Inpa está de parabéns em proporcionar esta oportunidade dos alunos se aproximarem das experiências científicas”, disse o representante da Semed no Projeto Ciência na Escola, o professor Romualdo Caetano. Para ele, existe uma ausência da prática pedagógica na área de experiências dentro da sala de aula. “Este momento serve para sensibilizar e motivar a comunidade educativa para que os professores se motivem a desenvolver esta prática pedagógica e para que os alunos despertem o interesse em participar”, disse.
Os participantes do Circuito da Ciência também podem aprender mais sobre os insetos levados pelo Laboratório de Invertebrados Terrestres Vivos do Inpa. No estande, são mostrados vários tipos de aranhas e os visitantes aprendem que as caranguejeiras não são perigosas, são bichos dóceis e fáceis de serem manipuladas. “Todas as aranhas são predadoras e na natureza elas predam os insetos que são nocivos para a agricultura e para o meio ambiente”, explica a pesquisadora Elisiana Oliveira.
Para Oliveira, pesquisadora aposentada do Inpa há seis anos, mas que colabora nas edições do Circuito da Ciência, o projeto, assim como os eventos que o Instituto realiza, como o Show das Águas e a Semana de Ciência e Tecnologia, é importante e desperta o interesse, principalmente, das crianças. “É a partir das crianças que temos de começar a ensinar e despertar o interesse pela ciência”, comentou.
Segundo o visitante do Bosque da Ciência, o juiz de Direito André Campos, o conhecimento deve ser difundido e o Inpa ao realizar as oficinas dentro do projeto Circuito da Ciência está levando para a sociedade este conhecimento de 62 anos de pesquisas da biodiversidade amazônica. “Esse conhecimento sobre a nossa região tem que ser repassado e colocado à disposição da população para que não se perca a nossa identidade”, disse.
Na opinião do representante da Coordenação de Educação Ambiental da Seduc, professor Valdemir Souza, o projeto Circuito da Ciência é uma ferramenta importante no processo ensino e aprendizagem. “A participação dos estudantes neste projeto é uma aula lúdica, onde se confronta a teoria dada nas salas de aula com a prática vivida no Bosque da Ciência. O aluno quando entra em contato com a natureza absorve melhor o processo ensino e aprendizagem”.
Já para o estudante da Escola Manoel Severiano Nunes, David Nascimento, é importante esta vivência dos alunos no projeto Circuito da Ciência para conhecer as experiências que são feitas no Inpa. “É interessante conhecer as pesquisas e saber mais sobre a natureza e os animais. Aprendo aqui o que não vejo dentro da sala de aula e isso agrega conhecimento”, ressaltou o estudante.
Participaram desta edição os alunos das escolas públicas Senador Fábio Pereira de Lucena Bittencourt (Nova Esperança), Professora Marly Barbosa Garganta (Terra Nova II), Raio de Sol (Nova Cidade) e a Escola de Tempo Integral Professora Leonor Santiago Mourão (Nova Senhora das Graças).
Sobre o Inpa
O Inpa foi criado em 1952 e implementado em 27 de julho de 1954. É uma Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Realiza estudos científicos do meio físico e das condições da vida da região amazônica. Tem como missão gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o desenvolvimento da Amazônia. A Instituição atua em quatro focos de pesquisas: Biodiversidade, Dinâmica Ambiental, Sociedade, Saúde e ambiente, e Tecnologia e Inovação.
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