Congresso apresenta pesquisa de iniciação científica sobre quelônios da Amazônia
Com mais de 280 quelônios, o Cequa trabalha com pesquisa, conservação e educação para preservação das espécies
Por Naritha Migueis – Ascom Inpa
Foto: Naritha Migueis e Sabrina Menezes
Até esta sexta-feira (22), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) realiza o V congresso de iniciação científica (Conic) que contará com palestras, mesas-redondas e apresentação de trabalhos desenvolvidos pelos alunos bolsistas e orientadores das diversas áreas de pesquisas do instituto. Entre as pesquisas está a de Sabrina Barroso Menezes, estudante de Biologia da Universidade Nilton Lins e bolsista de Pibic.
Com o trabalho “Uma nova visão para os quelônios da Amazônia”, Menezes conta que a pesquisa buscou promover o trabalho realizado pelo Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa). A apresentação da pesquisa aconteceu na última terça-feira (19), no Auditório do Bosque da Ciência do Inpa.
Inaugurado em fevereiro de 2015, o Cequa está localizado ao lado do Lago Amazônico, no Bosque da Ciência, que o espaço de visitação pública do Inpa. Para se ter ideia, de janeiro a junho deste ano, o bosque recebeu mais de 40,3 mil visitantes.
“O projeto visa apresentar o Cequa para a comunidade amazonense, brasileira e internacional, mostrando a diversidade de quelônios na região e o trabalho de pesquisa, conservação e educação feito pelo Centro”, disse a bolsista.
No centro é realizada a contagem de visitantes, por meio de uma ata que deve ser assinada ao fim de cada visita. Ao analisar a ata, Menezes conta que o número de visitantes cresceu consideravelmente em um ano de cequa. “Até setembro de 2015 o número de visitas era de 50 e hoje são mais de 5 mil”, contou.
Por receber a visita de muitos estudantes, o projeto trabalha com educação infantil, por meio de ilustrações e jogos lúdicos, procurando conscientizar e sensibilizar a sociedade, a começar pelas crianças. “O nosso maior objetivo é que a comunidade se una com a equipe do Cequa para combater o consumo ilegal e inconsciente de quelônios, como as tartarugas”, destaca Sabrina.
Um dos principais resultados do projeto é que hoje o Cequa recebe muitos animais resgatados. A própria comunidade procura o Centro para entregar animais debilitados, achados em esgoto ou até mesmo em situação de risco. “Antes eram 40 animais e hoje o Centro abriga mais de 280 das espécies tracajás, iaçá, cabeçudo, mata-matá, irapuca,muçuã, jabuti machado e perema”.
Segundo o orientador do projeto e pesquisador do Inpa, Richard Vogt, o Cequa reúne vários estudantes que pesquisam as espécies de quelônios. Uma das espécies mais ameaçadas é a tartaruga da Amazônia. “Nós não queremos que as pessoas parem de comer tartaruga, queremos que parem de comprá-la no mercado negro, pois existem fazendas que criam exclusivamente para o comercio”, destaca Vogt.
Para o pesquisador, o Cequa tornou-se um local onde a conscientização ajuda na conservação dos quelônios. “As crianças têm mais contato com as tartarugas e os estudantes um bom ambiente para pesquisar", disse Vogt, acrescentando que além das atividades no prédio, o Cequa realiza diversas pesquisas em campo.
O Cequa foi construído com recursos financeiros da Petrobrás, por meio do Programa Petrobras Ambiental. Funciona no mesmo horário do Bosque, de segunda a sexta-feira das 9h às 12h e das 14h às 16h, e aos sábados, domingos e feriados das 9h às 16h, sem intervalo. O bosque fica na rua Otávio Cabral, S/Nº, Petrópolis.
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