Estudantes de Entomologia do Inpa participam de experiência inédita em curso na Ducke
Ministrada anualmente pelos pesquisadores do Inpa José Albertino Rafael e Augusto Loureiro Henriques, a disciplina de Entomologia Geral teve a participação de 14 alunos do Programa de Entomologia
Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
Foto: Acervo pesquisador
Uma experiência inédita e desafiadora. Assim definiram os alunos que participaram da disciplina prática de Entomologia Geral, oferecida na grade curricular do Programa de Pós-Graduação em Entomologia (nota 5 pela Capes) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). O curso é uma imersão de cinco dias, na floresta da Reserva Florestal Adolpho Ducke, situada no Km 26 da AM-010 (Manaus-Itacoatiara).
A disciplina é ministrada, anualmente, pelos pesquisadores do Inpa José Albertino Rafael e Augusto Loureiro Henriques e este ano também contou com o pesquisador Daniel Fernandes. Quatorze alunos de mestrado e doutorado participaram da disciplina. O objetivo foi desenvolver atividades gerais sobre entomologia, ensinar os diferentes métodos de coletas, identificar e conservar os insetos, além de despertar a curiosidade científica e a capacidade individual de cada aluno para fazer pesquisas.
“Os resultados de pequenas pesquisas individuais foram apresentados no último dia do curso como forma de compartilhar os conhecimentos adquiridos para os outros alunos”, destaca José Albertino Rafael, acrescentando que após a parte prática, realizada no período de 1º a 6 de junho, os alunos, agora, estão no laboratório realizando o trabalho de identificação das ordens e das famílias dos insetos para montar uma caixa entomológica, resultado do esforço de coleta individual de cada aluno.
Conforme Rafael, os alunos que participam da disciplina de Entomologia Geral, na Ducke, fazem uma atividade denominada “pesquisa de um dia”. Trata-se de uma atividade onde os alunos procuram fazer algo inédito para demonstrar a capacidade de observação e de criação.
“Os alunos aplicam a aprendizagem adquirida na disciplina Comunicação Científica, ministrada pela pesquisadora Elizabeth Franklin, e transformam os resultados das atividades realizadas na Ducke em produtos elaborados com uma linguagem simples e de fácil entendimento para todos”, contou o pesquisador.
Para a mestranda Gabrielle Jorge, que veio de Bragança (Pará), cursar a disciplina na Ducke foi uma experiência única e um marco na vida dela. “Foi uma experiência fantástica e é muito bom saber que o Inpa oferece toda uma infraestrutura aos seus alunos. Não sabia o que esperar ao ir para a Ducke”, diz a estudante, acrescentando que sabia que teria de coletar ordens de insetos, mas não o que iria acontecer e como seriam as atividades em campo.
“Aprendi a trabalhar sob pressão e desenvolver a criatividade. Conheci muitas coisas novas e o melhor de tudo, na prática. Porque uma coisa é você ver a teoria nos livros e outra é vivenciar a experiência”, conta a mestranda, ressaltando que o curso também ampliou sua visão de pesquisa e não ficou apenas focando em assunto de conhecimento prévio do aluno.
Na opinião do amazonense Marcelo Nascimento, outro aluno do curso, na Reserva Ducke o ponto forte foi a oportunidade de vivenciar a teoria na prática. “O mais interessante que vivenciei no curso foi a parte prática, porque quando estamos estudando vemos de forma teórica os métodos de coletas, mas não sabemos como isso funciona na prática”, diz o mestrando.
Já o maranhense Jefeson Ribeiro conta que nesta disciplina aprendeu a acreditar mais em si mesmo e o fez mudar a ideia de fazer pesquisa, que para ele é mais do que observação. “Eu achava que não seria capaz de concluir a “pesquisa de um dia”, proposta pelos professores. Mas acabamos descobrindo que somos capazes e mais do que isso, aprendemos a defender nossa ideia como se fosse 'um filho'”, desabafa o mestrando.
Segundo o potiguar Janderson Alencar, que veio da caatinga do Nordeste, ele ficou “deslumbrado” ao se ver no meio da floresta. Para ele, o grande marco da disciplina é cada aluno se orgulhar da própria ideia, após observar a natureza e sem contar com a ajuda da internet. “Estávamos ‘desarmados’. A nossa arma era o nosso conhecimento e nossa criatividade e é isso que a disciplina estimula”, relata Alencar.
“E outra coisa importante é que aprendemos com os resultados dos demais colegas por meio da metodologia dos professores, que têm mais de 20 anos de experiência, é genial”, enfatiza o mestrando.
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