Cinco novas empresas inovadoras recebem as chaves das salas na Incubadora do Inpa
As empresas foram selecionadas pelo Processo Seletivo nº001/2015 e passaram por uma capacitação onde cada empreendedor elaborou seus planos de negócios que foram apresentados para uma banca, que avaliou as melhores propostas
Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
Foto: Cimone Barros e Luciete Pedrosa
Cinco empresas, que estão se lançando no mercado para a produção de novos produtos e serviços inovadores, receberam no final da tarde da última terça-feira (31) os contratos de incubação e as chaves das salas da Incubadora de Empresas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). Os novos empreendedores ficarão incubados no Instituto por um período de até três anos, podendo ser prorrogado por mais um.
As novas empresas incubadas no Inpa, na modalidade residente, são: Original Trade Consultoria Empresarial Ltda, que desenvolverá insumos para cosméticos; e Manahh for Life - Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda, que terá como carro-chefe a produção da sopa creme instantânea de piranha, tecnologia desenvolvida no Inpa e licenciada para a empresa. A Peixe Folha da Amazônia é outra empresa que atuará na comercialização e exportação de peixes ornamentais; e a Da Flora da Amazônia produzirá adubos orgânicos à base de minhoca. A quinta empresa é a K-MAT Soluções Hidro Sanitárias, sediada em Santarém (PA), que será incubada na modalidade não-residente (à distância), na produção de um biodigestor para embarcações navais.
“Vislumbrava há muito tempo trabalhar com pesquisas que saem dos laboratórios do Inpa e se transformam em produtos que beneficiem a sociedade”, disse um dos sócios da Manhah for Life, Aprigio Morais. Segundo ele, a incubação no Inpa é uma das estratégias da empresa para se aproximar das tecnologias que são desenvolvidas no Instituto. “Essa é a base da empresa, investir em Ciência, Tecnologia e Inovação produzidas por cientistas locais”, conta.
As empresas ficarão sediadas na Incubadora do Inpa, vinculada à Coordenação de Extensão Tecnológica e Inovação (Ceti), em uma sala de 15 metros quadrados, equipadas com mobiliário, ar-condicionado, telefone e acesso à internet. A Incubadora de Empresas do Inpa foi criada para abrigar empresas iniciantes, oferecendo estrutura para estimular, acompanhar e favorecer o desenvolvimento de novos negócios oriundos de resultados de pesquisa para atividades produtivas.
Para o diretor do Inpa, Luiz Renato de França, que fez a entrega das chaves e dos contratos para os novos empresários, cada empresa tem uma vertente importante, não só do ponto de vista econômico social, mas também social. “É uma oportunidade que está sendo oferecida para estas empresas que estão sendo incubadas e, ao mesmo tempo, uma oportunidade também para o Inpa crescer e amadurecer cada vez mais neste processo de incubação”, disse.
Segundo a gerente da Incubadora, Larisse Drummond, o Inpa vai auxiliar esses empreendimentos a desenvolver seus negócios com sucesso contribuindo para que a inovação e a pesquisa saiam do papel e possam ir para o mercado. “Queremos que as empresas possam ter funcionários, gerar emprego e renda, que o produto seja aceito no mercado e seus clientes possam estar satisfeito com o produto ou serviço oferecido à sociedade”, disse Drumond.
De acordo com a coordenadora a Ceti, Noélia Falcão, a finalidade da Incubadora do Inpa é contribuir para a criação, desenvolvimento e maturidade de empreendimentos, focando os eixos de empreendedorismo, tecnologia, capital, mercado e gestão, de modo a assegurar o seu fortalecimento e competitividade. O foco de atuação da incubadora são negócios em consonância com os focos de pesquisa do Inpa: à Biodiversidade, Dinâmica Ambiental, Tecnologia e Inovação, e Sociedade, Ambiente e Saúde, que.
As empresas foram selecionadas pelo Processo Seletivo nº001/2015 e passaram por uma capacitação, na qual cada empreendedor elaborou seus planos de negócios que foram apresentados para uma banca, que avaliou as melhores propostas. A banca foi composta por pesquisadores do Inpa com expertise em cada foco de atuação de pesquisa do Inpa, além de representantes do Conselho Consultivo formado pelo Sebrae, do Ipaam e de outras instituições.
Na opinião do assessor da presidência da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Dercio Luiz Reis, é preciso incentivar e desenvolver o lado empresário dos pesquisadores, pois é preciso que entendam que não adianta mais ter pesquisa só na prateleira. “É preciso transformar as pesquisas em benefício para a sociedade, porque é isso que ela espera dos investimentos que o Estado faz”, disse Reis. “E é isso que nos motiva cada vez mais a impulsionar essas atividades de fomento dessas empresas para que transforme suas vidas e a economia do Estado”, completou.
Negócios
Michel Catarino, da empresa Peixe Folha da Amazônia, conta que o objetivo da empresa de se incubar no Inpa é a possibilidade de trocar informações com os laboratórios que trabalham com peixes. A empresa trabalhará com a exportação de peixes ornamentais, baseados numa lista que permita a comercialização de cerca de 300 espécies da Amazônia. A empresa pretende exportar para Tailândia, Hong Kong e Japão e também para Alemanha e Estados Unidos, que são os principais importadores no mercado mundial.
“Estudamos o mercado e vimos que o Amazonas era o principal exportador de peixes para o mundo e perdeu mercado, a partir de 2009, para a Colômbia e o Peru, por causa da baixa qualidade com que esses peixes são exportados, o que reflete na alta mortalidade”, explicou. Segundo ele, nos últimos anos, cerca de 20 milhões de peixes do Amazonas eram exportados, anualmente, e nos três últimos anos houve uma queda para 6 milhões de indivíduos exportados.
Para João Tezza Neto da Original Trade, as expectativas são as melhores. “Para quem quer trabalhar com biodiversidade e conservação, o Inpa é um local adequado para se fazer isso. O Instituto dispõe de muitas pesquisas que podem se converter em negócios e para isso que estamos aqui”, disse.
Para a empresária da Da Flora da Amazônia, a engenheira florestal Kesia Macedo, esta é um oportunidade única de poder estar incubada no Inpa. “Inscrevi a empresa, fizemos a capacitação, fomos aprovados e estamos com muita expectativa que tudo dê certo nestes próximos três anos”, disse.
Para a empresária Kely Torres da K-MAT Soluções Hidro Sanitárias, vê como uma oportunidade de desenvolver seu empreendimento tendo o aval do Inpa. “Agora tenho respaldo como pesquisadora e como empreendedora de ter o nome da empresa associado a um instituto de pesquisas como o Inpa”, disse.
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