Atrações do Bosque da Ciência ganharão novas estruturas com a implantação do Projeto Museu na Floresta
“Um ano depois da formulação do Museu na Floresta, o projeto já está em andamento”, informou a pesquisadora do Inpa, Vera da Silva
Por Caroline Rocha – Ascom Inpa
Foto: Fernanda Farias – Ascom Inpa
Os Tanques dos Peixes-Bois (Trichechus inunguis) e a Casa da Ciência do Bosque da Ciência serão algumas das estruturas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI)beneficiadas com a implantação do Projeto Museu na Floresta. Os planos e andamentos do projeto, que este ano completa dois anos de criação, foram apresentados na tarde da última terça-feira (17) durante a reunião anual do Comitê de Coordenação Conjunta (Em inglês, Joint Coordination Committee).
No total, três estruturas do Inpa passarão por renovação. A Casa da Ciência, uma das atrações mais importantes do Bosque da Ciência, ganhará uma estrutura que refletirá a Amazônia no século XXI. A nova estrutura será mais interativa, e para isso, contará com maquetes, painéis e objetos com conteúdos visuais e sonoros. A previsão é que as obras iniciem em março de 2017 e fiquem prontas até o fim do primeiro semestre do mesmo ano.
A Torre do Km 14 localizada na Zona Franca 2 (ZF-2), que serve como base de pesquisa do instituto há mais de 40 anos passará por reparos em suas estruturas. O objetivo da melhoria, segundo a coordenadora do projeto pelo lado brasileiro, a pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, é que a torre seja utilizada para fins multidisciplinares, como a observação de pássaros e primatas. “Apesar de está em bom estado de conservação, a estrutura precisa de reparos”, contou.
Para o diretor do Inpa, o pesquisador Luiz Renato de França, a parceria com a Agência de Cooperação Internacional Japonesa (JICA) é importante para a capacitação de agentes locais, estudantes e profissionais de ambos os países e para o desenvolvimento das pesquisas que visam conservar a região. “O projeto tem grande relevância na área educacional e ambiental, inclusive, no ecoturismo”, inteirou.
De acordo com da Silva, o projeto segue em fase de planejamento e execução das estruturas previstas. “A equipe já está trabalhando ativamente na parte de infraestrutura do projeto. Um ano e meio depois da formulação do Museu na Floresta, o projeto já está em andamento”, informou.
Ainda segundo a coordenadora, os tanques dos peixes-bois do Bosque da Ciência passarão por uma reforma em seu sistema de tratamento de efluentes. “O novo sistema fará a limpeza e reutilização da água dos tanques, o que deverá aumentar a visibilidade dos tanques, a qualidade de vida dos animais ali presentes e proporcionará aos visitantes do Bosque uma experiência única”.
Participaram da reunião os representantes do Projeto Museu na Floresta no Brasil e no Japão e professores da Universidade de Kyoto, no Japão.
Estudos
Na apresentação do Fundo Externo do projeto, o professor do Centro de Pesquisas de Animais Selvagens da Universidade de Kyoto, Shiro Kohshima, mostrou os principais progressos e andamentos dos estudos sobre a sonoridade das águas de Novo Airão (distante a 115 km de Manaus). A pesquisa capta o som dos animais que vivem em baixo das águas e busca compreender a paisagem sonora na Bacia Amazônica associada às alterações climáticas, alterações de habitat e as atividades humanas.
“Já foi possível obter registro de vários sons de peixes, mas a equipe ainda está trabalhando para identificar qual som pertence a cada espécie”, revelou o professor. A pesquisa de sons realizada com animais aquáticos poderá, de acordo com o professor, ser exibida na Casa da Ciência como parte das novas atrações do lugar.
Outro estudo analisa a relação de interação entre os macacos do Bosque da Ciência e as frutas utilizadas na alimentação. “Notamos que, apesar desses animais receberem ração, a alimentação continua diversificada. O Sauim de Coleira (Sanguinus bicolor), por exemplo, tende a comer as frutas mais maduras, enquanto outro macaco prefere as frutas verdes”, afirmou Kohshima.
A partir dos estudos com três das cinco espécies de macacos existentes no Bosque, a equipe do Museu na Floresta planeja criar um programa de educação para a sociedade mostrando, através da alimentação do animal e das espécies, que é possível conservar essa parte da natureza de forma mais simples.
O Museu na Floresta
O Museu na Floresta é uma parceria entre o Inpa e a Universidade de Kyoto, com o financiamento da Agência de Cooperação Internacional Japonesa (JICA-Brasil). O Museu irá fazer parte de uma rede de estruturas que deverão se interligar para oferecer uma infraestrutura que facilite a visitação do público. O tempo de financiamento da JICA é de cinco anos, porém o projeto visa a auto sustentabilidade e deve continuar ativo após o término do financiamento em 2019.
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