Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Você está aqui: Página inicial > Últimas Notícias > Inpa tem sete projetos de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia aprovados pelo CNPq
Início do conteúdo da página
Notícias

Inpa tem sete projetos de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia aprovados pelo CNPq

  • Publicado: Quarta, 18 de Maio de 2016, 15h47
  • Última atualização em Sexta, 20 de Maio de 2016, 11h05

A aprovação desses INCTs pelos pesquisadores do Inpa reflete uma elevada experiência institucional, de acordo com o pesquisador e vice-diretor do Inpa Luiz Antonio Oliveira, que aprovou a proposta de criação do INCT AmazonMicro: Aspectos sociais, econômicos e biotecnológicos da Amazônia


Da Redação - Ascom Inpa

Foto: Acervo Bruce Nelson - Pesquisador do Inpa

 

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) teve sete projetos aprovados para financiamento de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os recursos financeiros servirão para impulsionar quatro INCTs já existentes no Inpa e também para a criação de três novos institutos. Os pesquisadores do Inpa entraram com sete propostas e todas foram aprovadas.

 

Lançado em dezembro de 2008 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do CNPq, o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia tem como uma das metas mobilizar e agregar de forma articulada os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do país. 

 

 

O Inpa sedia quatro INCTs, que são o de Madeiras da Amazônia, que tem como coordenador o pesquisador Niro Higuchi; Serviços Ambientais da Amazônia (Sevamb), coordenado pelo pesquisador Philip Fearnside; Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (Cenbam), coordenado pelo pesquisador William Magnusson; e Adaptação da Biota Aquática (Adapta), sob a coordenação do pesquisador Adalberto Val.

 

Com a nova chamada do CNPq, além desses quatro, outros três INCTs tiveram propostas aprovadas para serem criados: Tartarugas da Amazônia – Conservação para o futuro, que será coordenado pelo pesquisador Richard Vogt; Artrópodes na Amazônia: da taxonomia aos efeitos da mudança climática global, o coordenador será o pesquisador José Albertino Rafael; e AmazonMicro: Aspectos sociais, econômicos e biotecnológicos da Amazônia, que será coordenado pelo pesquisador e vice-diretor do Inpa, Luiz Antonio de Oliveira.

 

“A aprovação desses sete INCTs pelos pesquisadores do Inpa reflete uma elevada experiência institucional. Esses INCTs trarão mais recursos financeiros do Governo Federal para a região amazônica aumentando o potencial institucional e das instituições parceiras na execução de pesquisas e formação de recursos humanos, que são estratégicos para o desenvolvimento regional”, disse Oliveira, que também é coordenador de Ações Estratégicas do Inpa.

 

Conforme Oliveira, a microbiota amazônica é muito diversificada e ainda praticamente desconhecida. Para se ter ideia, em um grama de solo pode-se ter mais de 10.000 espécies de microrganismos diferentes. Eles são muito importantes para a reciclagem de nutrientes na floresta e apresentam um potencial biotecnológico de valor incalculável.

 

O INCT AmazonMicro visa encontrar microrganismos que tenham princípios ativos de valor econômico e ecológico que possam trazer contribuição para a implementação de bioindústrias na região e, consequentemente, a geração de empregos. “O foco do INCT é trabalhar com microrganismos de interesse nas áreas agrícola, florestal e saúde. Além disso, se propõe a criar um Mestrado em Microbiologia em Manaus, que é uma carência regional”, revelou o coordenador.

 

florestaAcervoInpa

 

 

A criação dos institutos conta com a parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), as fundações de amparo à pesquisa estaduais, além da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

 

Ao todo, foram apresentadas ao CNPq 345 propostas que se submeteram às etapas do processo de admissão, análise e julgamento, sendo que 115 envolvem institutos já existentes e 230 são propostas para criação de novos institutos. Os projetos aprovados atenderam à Chamada INCT-MCTI/CNPq/Capes/Faps nº16/2014. Veja aqui a lista de INCTs com propostas aprovadas.  

 

Cenbam

 

De acordo com William Magnusson, o INCT Cenbam busca integrar as pesquisas biológicas na Amazônia em cadeias eficientes de produção científica e tecnológica, pois atualmente a biodiversidade amazônica não é conservada ou explorada de forma eficiente por falta de conhecimento. O Cenbam atua em núcleos regionais no Amazonas, Roraima, Amapá, Rondônia, Acre, Pará e Mato Grosso promovendo a capacitação de recursos humanos locais em diversos níveis.

 

Com a aprovação da proposta, nesta segunda fase do INCT-Cenbam, o instituto pretende consolidar as redes de estudos da biodiversidade formadas na primeira fase, além de ser importante para incluir a biodiversidade no planejamento de longo prazo da instalação de projetos de infraestrutura na Amazônia, com estradas e hidrelétricas.

 

“Atualmente, os estudos sistemáticos da biodiversidade são feitos tarde demais para proteger a biodiversidade e causam atrasos que levam a prejuízos econômicos para o país. Somente através de redes organizadas, como o Cenbam, que este quadro pode ser revertido”, afirma Magnusson.

 

Artrópodes na Amazônia

 

O INCT Artrópodes na Amazônia: da taxonomia aos efeitos da mudança climática global está focado nos artrópodes (aranhas, escorpiões, caranguejos, lacrais, insetos) no bioma Amazônia. Esses organismos serão estudados por meio de coletas em unidades de conservação na Amazônia, em Pelotões Especiais de Fronteiras (PEFs) e em áreas com lacunas de amostragens.

 

Artrópodes são os organismos que possuem pernas articuladas (do grego Arthro = articulado e podos = pernas) e essa característica possibilitou o grande sucesso relacionado à especiação no planeta, sucesso marcado por cerca de 80% dos organismos animais conhecidos na terra, outros 10% são de vertebrados e outros 10% são de invertebrados não artrópodes.

 

Segundo o pesquisador do Inpa José Albertino Rafael, o INCT que será coordenador por ele visa incrementar o conhecimento da diversidade dos artrópodes na Amazônia, em todas as etapas da produção de conhecimento. “Isso inclui o reconhecimento de suas unidades biológicas no nível específico, os padrões de distribuição geográfica supra-específica, estudo das causas dos padrões de cladogênese e efeitos das mudanças ambientais globais, ou seja, efeito do aumento do gás carbônico nas populações”, explicou.

 

Conforme Rafael, os artrópodes têm um papel extremamente importante na dinâmica das florestas tropicais, como herbivoría, predação de sementes, polinização, parasitismo, mutualismo, decomposição e ciclagem de nutrientes. “Seu estudo, portanto, leva a avanços em todas áreas do conhecimento relacionados com o Bioma Amazônico. O homem tem a obrigação de conhecer todos os organismos com os quais convivem na natureza, mas ainda não conhecemos nem 30% das espécies que realmente existem”, disse.

 

 

registrado em:
Fim do conteúdo da página