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Pesquisador do Bloom-Alert pretende formar rede para estudar sensores aquáticos

  • Publicado: Quarta, 20 de Abril de 2016, 16h43
  • Última atualização em Quarta, 20 de Abril de 2016, 17h18

O objetivo é dar continuidade aos estudos de sensores para uso nos meios aquáticos e que possam responder a uma problemática comum na Amazônia e na Guiana Francesa

 

Por Luciete Pedrosa (texto e foto)– Ascom Inpa

 

Com a meta de formar uma rede de pesquisadores do Amazonas, Pará, Amapá e Guiana Francesa, o pesquisador e especialista em sensores remotos em áreas aquáticas, Ollivier Tamarin, membro do projeto Bloom-Alert, mostrou na manhã desta quarta-feira (20), no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), os trabalhos que desenvolve, em Caiena, na Guiana Francesa, com a utilização de ondas acústicas.

O objetivo da apresentação do pesquisador foi verificar a viabilidade da utilização de sensores aquáticos para previsão de floração de cianobatérias ou algas azuis, que serão estudadas no projeto Bloom-Alert, uma parceria do Inpa, por meio do Grupo Recursos Hídricos da Amazônia (Rhania), juntamente com pesquisadores da Guiana Francesa.

Tamarin passará a integrar o projeto Bloom-Alert, uma cooperação bilateral entre o Brasil e a Guiana Francesa, que durante três anos analisará a qualidade das águas no Lago do Janauacá, no Amazonas, e em Curuai Grande, no Pará. O projeto também realizará estudos comparativos em lagos impactados de Manaus, como a Lagoa do Japiim, e no Lago Verde, no Pará.

“O objetivo é dar continuidade aos estudos de sensores para uso nos meios aquáticos e que possam responder a uma problemática comum na Amazônia e na Guiana Francesa, como a biodiversidade e a deflorestação”, disse o pesquisador franco-guianense Ollivier Tamarin.

OllivierTamarin33FotoLucietePedrosa

 

Segundo Tamarin, essa rede também servirá para construir uma rede de informações tecnológicas, tanto para pesquisadores e alunos brasileiros quanto da Guiana Francesa. Em janeiro de 2017 Tamarin pretende selecionar mestrandos do Amazonas para integrar o projeto que desenvolve com sensores remotos, na Universidade de Bordeaux, na França.

Para integrar a equipe que trabalhará no projeto Bloom-Alert, o pesquisador do Inpa e líder do Grupo Rhania, Bruce Forsberg, também mostrou os trabalhos que desenvolve, há três anos, com a dinâmica aquática no Lago do Janauacá (AM) e que servirão de base para o projeto Bloom-Alert.

Forsberg, que trabalha há mais de 35 anos com ecossistemas de água, explica que o trabalho no Lago do Janauacá visa entender como a balança do Carbono funciona nas áreas alagáveis. “Queremos entender se as áreas alagáveis da Amazônia são fontes de gases de efeito estufa e estão contribuindo para as mudanças climáticas, ou se estão absorvendo, em termos líquidos, esses gases e amenizando o aquecimento global”, diz o pesquisador.

O pesquisador do Inpa tem trabalhado em áreas alagáveis e nos lagos espalhados pela Amazônia estudando a variação espacial, e agora está pesquisando a variação temporal. “Ainda não sabemos se esses lagos estão liberando gases durante a noite ou só durante o dia. Não sabemos o que acontece nessa pequena variação dessas 24 horas, que às vezes é maior do que é encontrado durante o ano todo”, conta.

 

BruceForsberg11FotoLucietePedrosa

 

A coordenadora dos trabalhos de campo do projeto Bloom-Alert, a pesquisadora do Inpa Domitila Pascoaloto, explica que o projeto será desenvolvido em duas partes.

A primeira fase do projeto Bloom-Alert será o estudo de indicadores da possibilidade de ocorrer a floração de cianobactérias, nos Lagos do Janauacá, no Amazonas, e em Curuai Grande, no Pará. A pesquisadora explica que algumas cianobactérias são potencialmente tóxicas, a exemplo do que ocorreu em Mandacaru, em Pernambuco, em 1996, quando matou várias pessoas contaminadas pela água por uma espécie de cianobactéria. “Em lugares onde há represas é preciso haver uma avaliação constante, porque se houver a liberação dessa toxina o tratamento comum da água não evitará a contaminação”, explica.

A segunda parte será o desenvolvimento de um sensor aquático pelo pesquisador Tamarin. Com base nos indicadores que serão encontrados, o sensor poderá prever o aumento ou não da floração da cianobactéria ou prever que está sendo liberada a cianotoxina. Em caso positivo, será desenvolvido um alerta para os órgãos responsáveis daqueles locais de que aquele meio aquático pode estar contaminado.

O Bloom-Alert é um projeto aprovado no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Guyamazon, financiado pelo IRD (instituição francesa semelhante ao CNPq, no Brasil) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Envolve pesquisadores de 20 instituições do Brasil e da Guiana Francesa. Pelo lado brasileiro, o projeto é coordenado pela pesquisadora do Inpa, Hillândia Brandão, e pelo lado da Guiana Francesa, os trabalhos são coordenados pela pesquisadora Marie Paule Bonnet.

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