Pesquisador do Inpa, Juan Revilla, recebe da Câmara a Medalha de Ouro Cidade de Manaus
Revilla disse dedicar a Medalha ao Inpa e aos colegas do Laboratório de Inventário Florístico e Econômico pelo apoio que lhe deram em quase quatro décadas de atividade no Instituto
Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
Foto: Paulo Mindicello
O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o peruano Juan Revilla, 66, será agraciado com a entrega da Medalha de Ouro Cidade de Manaus, nesta quinta-feira (7), na Câmara Municipal de Manaus. A homenagem é um reconhecimento ao trabalho que Revilla realiza como pesquisador e como botânico na orientação do uso de ervas medicinais há 37 anos, na capital do Amazonas.
Segundo o pesquisador, a Medalha é dedicada ao Inpa e aos colegas do Laboratório de Inventário Florístico e Econômico pelo apoio que lhe deram em quase quatro décadas de atividade no Instituto. “Essa homenagem me enche de orgulho e me sinto compensando por tudo que fiz até hoje”, diz o pesquisador, que doutor em Botânica Econômica. “Todos os benefícios que consegui se devem a esta instituição que eu amo”, acrescenta.
A sessão solene de entrega da medalha ao pesquisador acontecerá, no plenário Adriano Jorge, às 10h, situado na rua Padre Agostinho Caballero Martin, 850, bairro São Raimundo. A homenagem ao pesquisador é uma iniciativa do vereador Mario Frota (PHS), aprovada pelo Decreto Legislativo nº 015/ 2015.
Revilla desenvolve técnicas de tratamentos alternativos para muitos males, como o de cistos nos ovários, miomas, nódulos nos seios e endometriose com o uso das plantas uxi amarelo e unha de gato. “Conseguimos resolver estes problemas e permitir que muitas mulheres com endometriose pudessem ter seus bebês”, diz.
Segundo Revilla, Manaus precisa de um hospital de medicina alternativa mantido pelo Sistema Único de Saúde, a exemplo do que existe Goiânia, e lutar pela concretização do local é o mais novo desafio do pesquisador. Desde 2004, ele desenvolve o projeto do Centro de Treinamento de Produtores Rurais em Negócios Sustentáveis em Manaquiri (município a 60 quilômetros de Manaus), que poderá distribuir a matéria-prima – plantas medicinais como uxi amarelo, unha de gato, ambrosia, jucá, andiroba - para os fitoterápicos dispensados no hospital.
“Seria um hospital onde as pessoas pudessem ter uma consulta gratuita com a dispensação de remédios também gratuitos e eficazes”, diz Revilla, destacando que isso o deixaria “extremamente feliz” por ser um trabalho sério com o uso da biodiversidade da Amazônia. “Eu, como botânico econômico, penso que estamos adormecidos e não sabemos usufruir do que temos na nossa floresta”, ressalta.
Para o botânico e pesquisador, a maioria das doenças que se tem hoje é de origem metabólica e a cura está em consertar a “máquina”, ou seja, estômago, fígado e circulação sanguínea, aliada a uma alimentação saudável. “Com esse tratamento conseguimos ter uma melhora de várias doenças chegando até a cura e também como coadjuvantes no tratamento de doenças como Parkinson e Alzheimer”, diz. “As plantas têm o poder de nos dar saúde, de nos alimentar e ainda de ganhar dinheiro com o comércio de seus produtos em nível nacional e mundial”, acrescenta.
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