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Inpa capacita trabalhadores da construção civil no combate ao mosquito Aedes aegypti

  • Publicado: Quarta, 24 de Fevereiro de 2016, 15h26
  • Última atualização em Quarta, 24 de Fevereiro de 2016, 16h13

A capacitação é uma parceira do Inpa com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para a formação de uma brigada de combate ao Aedes aegypti na construção civil

 

Luciete Pedrosa – Ascom Inpa

Foto: Acervo pesquisador Wanderli Tadei

 

Com o objetivo de apoiar as atividades de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Wanderli Tadei, capacitará cerca de 120 trabalhadores da construção civil, em Manaus, com o “Uso da técnica cal e cloro no controle do vetor Aedes aegypti”. O treinamento será nesta quinta e sexta-feira (25 e 26), em tempo integral, e abordará questões teóricas e práticas.

A capacitação é uma parceira do instituto com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para a formação de uma brigada de combate ao Aedes aegypti na construção civil. A proposta é promover um ambiente livre dos mosquitos. A ação faz parte da operação denominada “Zika Zero”, deflagrada em todo o país e em Manaus pela Prefeitura para acabar com os transmissores das doenças. O treinamento acontecerá das 8h30 às 12h e das 14h às 17h,na sede do Serviço Social da Construção Civil (Seconci), localizado na rua Simão Bolivar, 334, centro de Manaus.

O pesquisador do Inpa repassará aos trabalhadores informações sobre a dengue e as técnicas de utilização da mistura de cal e cloro no combate ao Aedes aegypti. Segundo ele, a mistura é específica para ser usada em prédios e casas em construção e não pode ser aplicada nas residências por causa da sua forte reação cáustica. “As crianças podem mexer e correrem o risco de se queimarem”, alerta o pesquisador. “Nas construções civis, o manejo da cal e do cloro excedente que se utiliza para tratar os criadouros é eliminado na própria rotina das construções”, acrescenta Tadei.

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A cal em contato com a água forma o hidróxido de cálcio, que provoca reações cáusticas e irritantes aos organismos aquáticos, liberando também calor ao meio. Já o cloro orgânico em contato com a água altera o pH do meio e libera ácido hipocloroso, que desempenha um papel oxidativo matando as larvas.

Segundo o pesquisador, para cobrir um metro quadrado de área altamente infestada de larvas são necessários oito copos descartáveis (180 ml) de cal e dois copos de cloro. “Esta fórmula tem uma reação cáustica e mata imediatamente a larva e o mosquito adulto e o ovo não eclode”, explica o pesquisador.

O pesquisador explica que essa mistura (cal e cloro) é um arranjo para que se consiga controlar o Aedes nas construções. Segundo ele, esses locais, em 2010, foram o centro de reprodução dos Aedes, que culminou com a maior epidemia da dengue em Manaus, no ano seguinte (2011). “Esses prédios quando estão sendo construídos se transformam em inúmeros criadouros de mosquitos”, diz. “Então, os primeiros moradores desses prédios em construções são os Aedes. É preciso um monitoramento intenso nesses prédios”, acrescenta o pesquisador.   

 

caleclaro3 AcervoTadei

 

 

Para a gerente de Promoção à Saúde da Semsa, Francinara Lima, responsável pela capacitação, o objetivo é mobilizar os profissionais da construção civil e capacitar outros multiplicadores para que possam fazer o tratamento utilizando corretamente a mistura cal e cloro no combate ao mosquito transmissor da dengue e do zika vírus.

Notificações

De acordo com dados do boletim divulgado pela Prefeitura na última terça-feira (23) com data referência de 22, foram registrados 597 casos suspeitos de zika vírus em Manaus, dos quais 55 foram confirmados. A Semsa já implantou cerca de 700 brigadas de combate ao Aedes e aproximadamente duas mil pessoas foram capacitadas

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