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A humanidade precisa mudar o estilo de vida para não se destruir, diz arcebispo de Manaus

  • Publicado: Terça, 23 de Fevereiro de 2016, 16h26
  • Última atualização em Terça, 23 de Fevereiro de 2016, 16h53

Dom Sérgio Castriani debateu sobre Ética e Cidadania na primeira reunião do ano do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos

Por Cimone Barros (texto e foto) – Ascom Inpa

O mundo vive uma crise ética e é preciso redescobrir valores, algo necessário para a sobrevivência da própria raça humana. Esse foi o tom da palestra do Arcebispo Metropolitano de Manaus Dom Sérgio Castriani, nesta terça-feira (23), em reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).

Nascido em Regente Feijó (SP), Castriani está há 38 anos na Amazônia. Na palestra sobre “Ética e Cidadania – de onde viemos e para onde vamos”, o chefe da Igreja Católica em Manaus falou sobre as experiências vividas e observadas das realidades do interior e das cidades amazônicas, além do próprio conceito de ética, cidadania, da crise que existe nessa área, e de princípios cristãos.

“Chegamos a uma situação limite: ou a humanidade muda o seu estilo de vida, o seu comportamento, ou ela se destroi. O nosso grande desafio é ela mudar o seu estilo de vida”, disse Castriani para quem o cientista amazônico deve estar a serviço da população, da qualidade de vida e da vida plena. 

 

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A mudança passa por viver com menos energia, menos consumo e mais fraternidade, partilha e justiça. “Nisso as populações ribeirinhas e indígenas, por exemplo, têm muito a nos ensinar, especialmente em termos de empoderamento, organização e conservação”, destaca o arcebispo.

Para Castriani, dentro da crise ética, moral e da permissividade, tem-se um problema do fundamentalismo. Segundo ele, nesse contexto, as pessoas reagem querendo segurança, e algumas pessoas encontram uma falsa segurança quando absolutizam a sua verdade e não admitem a verdade do outro.

“Isso acontece com os fundamentalistas islâmicos, como está ocorrendo com o Estado Islâmico. No Brasil, há grupos que diabolizam o outro. O outro é a face do mal, é o pecado. Para uma afirmação minha, preciso destruir o outro”, conta.

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O Geea é um grupo multidisciplinar de pessoas interessadas na Amazônia, no desenvolvimento sustentável da região e na promoção do ser humano. É formado por cientistas, professores, empresários, poetas, religiosos e gestores que se reúnem a cada dois meses para debater um tema previamente escolhido e apresentado por uma autoridade no assunto. Em 2011, o então Arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, falou sobre Ciência e Religião.

“Falamos muito na ciência que temos de cuidar da floresta, dos peixes, da água, mas temos que cuidar, sobretudo, do homem. Acho que esse é o recado do arcebispo como um grande humanista”, disse o secretário-executivo do Geea, o pesquisador Geraldo Mendes.

Para o diretor do Inpa, Luiz Renato de França, a riqueza do Geea está nos temas que são amplos e diversificados. “O que o arcebispo falou são coisas universais, porque ética e cidadania é um tema sempre atual. E hoje têm muitos aspectos ligados à ética que estão relacionados ao mundo globalizado, como o fundamentalismo e o poder econômico”, destacou.

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