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Coleção de Peixes do Inpa comemora 30 anos de atuação com acervo informatizado

  • Publicado: Quarta, 27 de Janeiro de 2016, 14h42
  • Última atualização em Quarta, 27 de Janeiro de 2016, 15h51

 

Além do Specify, o acervo digitalizado da Coleção de Peixes está disponibilizado nas plataformas SpeciesLink, desde 2005, para toda a comunidade científica nacional, e no Global Biodiversity Information Facility (GBIF)

Da Redação da Ascom Inpa

Foto: Eduardo Gomes/Acervo Ascom

Com mais de 30 anos de atuação, a Coleção de Peixes do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) abriga em seu acervo mais de 364 mil exemplares, sendo mais de 90% representantes da ictiofauna amazônica. O resultado deste trabalho é que dentre os mais de 50 mil lotes, 85% já catalogados e automatizados. Trata-se da maior coleção de peixes amazônicos na Amazônia.

O histórico e informações diversas sobre a Coleção de Peixes do Inpa será publicado na próxima edição do boletim da Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI).

A Coleção de Peixes começou a informatizar o acervo em 1998 com o projeto Muse (programa desenvolvido para gerenciamento de coleções de peixes). Por volta de 2002, foi implantado o programa Specify, um software dedicado à catalogação e gestão de coleções zoológicas e botânicas, desenvolvido pela Biodiversity Research Center da Universidade do Kansas (Estados Unidos).

De acordo com a pesquisadora e curadora do setor de Coleções de Peixes, Lúcia H. Rapp Py-Daniel, atualmente, foi finalizada a migração localmente de todo o acervo para a versão Specify 6 v.4. Segundo a curadora, com a praticidade de catalogar as informações através das interfaces de banco de dados do programa, a Coleção de Peixes do Inpa tem tido, em média, um acréscimo de 2.500 novos catálogos por ano.

Além do Specify, o acervo digitalizado da Coleção de Peixes está disponibilizado nas plataformas SpeciesLink, desde 2005, para toda a comunidade científica nacional e no Global Biodiversity Information Facility (GBIF), por meio da plataforma online do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

“A próxima etapa, ainda a ser finalizada, é a criação de uma página eletrônica da Coleção de Peixes a ser inserida dentro da página do Inpa”, diz a curadora Py-Daniel. O objetivo é atualizar as buscas automaticamente, por meio do banco de dados do próprio servidor da instituição, abrangendo as coleções incluídas ao programa SIBBr.    

Sobre a Coleção

Os primeiros exemplares do acervo da Coleção de Peixes do Inpa foram coletados em 1976 pelos alunos do curso de Pós Graduação recém-criado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (BADPI), porém, o reconhecimento internacional só veio em 1985 quando a Coleção foi citada no jornal Copeia, da American Society of Ichthyology and Herpetology (Asih).

A curadora explica que a partir da década de 1970, projetos desenvolvidos no âmbito dos convênios de cooperação internacional com o Inpa tiveram papel significativo no incremento de acervos biológicos mantidos dentro do Instituto com destaque para os convênios com o Max Planck Institute für Limonologie (Alemanha); o antigo Office de la Recherche Scientifique et Technique Outre-Mer, atualmente Institut de Recherche pour le Développement (França) e o Smithsonian Institution (Estados Unidos).

Ela ressalta que a presença de grandes expoentes dos estudos limnológicos tropicais na Amazônia, como Harald Sioli e Wolgang Junk, atraiu dezenas de pesquisadores internacionais nas mais diversas áreas. Para a curadora, este intenso fluxo de grandes cientistas internacionais foi um dos estopins para a criação dos cursos de pós-graduação no Inpa em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), nas áreas de Botânica, Ecologia, Entomologia e Biologia Aquática, em 1973 e 1976.

Segundo a curadora, a necessidade de ter acesso imediato a acervos provenientes das drenagens amazônicas, sem depender de recursos caríssimos para viagens para fora da Amazônia, e também de se implementar uma coleção de tipos de peixes amazônicos, foram fundamentais para a consolidação da criação de uma Coleção de Peixes do Inpa, em 1978, porém, de modo muito informal.

No fim da década de 1980, todos os acervos parciais, produtos de dissertações e teses, inventários de usinas hidrelétricas de energia (UHEs) e de projetos internacionais, foram consolidados em um único acervo na Coleção Central de Peixes, que depois passou a ser apenas Coleção de Peixes.

O Inpa, na década de 90, estabeleceu o Programa de Coleções Científicas Biológicas (PCCB). O Programa tem um gerente de Coleções (Lúcia H. Rapp Py-Daniel) e um vice (Célio Ubirajara Magalhães Filho). O objetivo é integrar e coordenar as iniciativas e atividades que visem manter e desenvolver os acervos das coleções científicas biológicas do Instituto.

Para a curadora Py-Daniel, a experiência adquirida nestes anos de coleta culminou com a participação de pesquisadores do Inpa na criação de novas unidades de conservação (Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Juma e RDS Piagaçu-Purus); na elaboração do projeto, desenho amostral e acompanhamento de resultados de todas as coletas para os estudos de inventários para as usinas hidrelétricas de Santo Antonio, no rio Madeira; além da produção do livro “Peixes do rio Madeira” com a participação de mais de 60 ictiólogos brasileiros e quatro estrangeiros.

Em 2003, as Coleções do Inpa foram cadastradas como Fiéis Depositárias junto ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente (CGEN/MMA). Já em 2011, O PCCB passou a fazer parte do organograma do Inpa, tendo direito a recursos institucionais e alocação de servidores.

A curadora chama a atenção também para a importância da participação de alunos da pós-graduação do Inpa, desenvolvendo trabalhos em taxonomia de peixes e envolvidos diretamente com a Coleção nos últimos 10 anos.

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