Pesquisador Hiroshi Noda recebe Prêmio Kiyoshi Yamamoto pela destacada atuação na agricultura
A indicação do pesquisador foi feita pela diretoria do Inpa e pela Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental
Da Redação da Ascom Inpa
Foto: Luciete Pedrosa
O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Hiroshi Noda, foi agraciado com o 45º Prêmio Kiyoshi Yamamoto 2015. O pesquisador que atua há mais de 40 anos na conservação e melhoramento genético de espécies hortículas na região, na agricultura familiar tradicional e na segurança alimentar no meio rural, receberá o prêmio na noite desta sexta-feira (27), na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, em São Paulo.
De acordo com a organização, Hiroshi Noda recebe o Prêmio Kiyoshi Yamamoto “pela destacada atuação na região amazônica, voltada à prática de agricultura sustentável, visão humanística e de profundo respeito aos agricultores”. A indicação do pesquisador Noda foi feita pela diretoria do Inpa e pela Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental.
O prêmio é conferido anualmente desde 1965 e é considerado o mais antigo e de maior longevidade no setor agropecuário no Brasil. É uma homenagem da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa aos que se destacam na agricultura.
O pesquisador, que é doutor em Melhoramento Genético de Plantas, é reconhecido dentro e fora do Amazonas por ter desenvolvido uma variedade de tomate denominada “Yoshimatsu” (junção dos nomes dos pais do pesquisador) com boa adaptação ao cultivo no trópico úmido e alta resistência contra a bactéria causadora da “murcha bacteriana”, um dos principais fatores limitantes ao cultivo nos trópicos úmidos. A doença mata o tomateiro, mas não afeta a saúde humana.
No Inpa, o programa de melhoramento genético do tomateiro teve início a partir de 1975. Na Instituição, o tomate é a mais importante hortaliça convencional estudada e as pesquisas de seleção genética são conduzidas para melhorar as características agronômicas relacionadas à qualidade do fruto.
Além dos estudos com o tomate, o pesquisador dedicou seus estudos ao melhoramento de espécies de fruteiras como abiu, mapati (uva da Amazônia) e bacaba, além de hortaliças como ariá, feijão-de-asa e cubiu. Algumas dessas espécies com rica variabilidade genética e potencial nutricional e alimentício são, ainda, hoje, conservadas, manejadas e utilizadas apenas pelas populações indígenas ou caboclas da Amazônia.
O pesquisador Noda se aposentou do Inpa em 2013, mas continua colaborando com a Instituição como professor permanente e orientador do Programa de Pós-Graduação em Agricultura do Trópico Úmido (ATU), do qual foi idealizador e primeiro coordenador. Também colabora como professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Noda é pesquisador do Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos da Amazônia (Nerua), vinculado à Coordenação de Pesquisa em Sociedade, Ambiente e Saúde (CSAS) do Inpa, e do Núcleo de Etnoecologia na Amazônia Brasileira (Netno) da Ufam.
Ao longo dos 40 anos de carreira, o pesquisador recebeu diversos prêmios e homenagens. Em 2014, foi contemplado com o Prêmio Fundação Bunge, na área de Ciência Agrárias – Produtividade Agrícola Sustentável, na categoria Vida e Obra.
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