Coleção de Invertebrados do Inpa adota código QR para acesso on line do acervo
O código QR permitirá ao usuário acessar - utilizando apenas seu celular -informações biológicas como o nome da espécie, local de coleta, nome do coletor e data da coleta, e ainda conectar-se à Coleção
Da Redação - Ascom Inpa
Foto: Thiago Mahlmann - Coleções
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio da Coleção de Invertebrados, é um dos primeiros do Brasil a utilizar etiquetas com código QR (sigla em inglês Quick Response) em cada alfinete contendo inseto ou frasco com invertebrados. O sistema é o que há de mais avançado em termos de tecnologia da informatização, superior ao conhecido código de barras tradicional. A utilização do código facilitará ao usuário acessar on line e resgatar com rapidez e segurança as informações biológicas contidas no acervo da Coleção, através de um aplicativo gratuito de leitura usando o celular.
O código QR é um código na forma de uma caixa em preto e branco que contém informações pré-estabelecidas como textos, páginas da internet, SMS ou número de telefone. Pode ser facilmente escaneado utilizando-se aparelhos celulares com aplicativos de leituras desses códigos, baixados gratuitamente da WEB.
Para o curador da Coleção de Invertebrados do Inpa, o pesquisador Marcio Luiz de Oliveira, com a utilização do código QR, a Coleção está buscando se alinhar às mais importantes coleções biológicas do mundo em suas tendências modernas de trazer melhorias e inovação. O curador ressalta que a inovação não descarta as etiquetas e rótulos tradicionais, que continuarão a acompanhar os exemplares nos alfinetes e nos frascos.
“Estamos tentando acompanhar uma tendência mundial, que é deixar as Coleções Científicas em melhores condições de uso para estudantes, pesquisadores e o público em geral”, diz o curador. “Temos muitas informações contidas nos exemplares aqui depositados e que demandariam muito tempo e trabalho para resgatar essas informações”, acrescenta Oliveira, ressaltando que de posse da ferramenta se consegue, em um tempo razoavelmente curto, utilizar todas essas informações.
A Coleção de Invertebrados é uma das que compõem o Programa de Coleções Científicas Biológicas (PCCB) do Inpa constituindo uma importante fonte de informações sobre a biodiversidade da Amazônia. O acervo total é estimado em mais de 350 mil insetos alfinetados e cerca de cinco milhões de espécimes preservados em álcool e lâminas.
O curador explica que o sistema do código QR funcionará como aquele que se vê em supermercados, em que o funcionário passa os produtos contendo um código de barra por uma leitora óptica para saber o preço. “Esse código QR é mais avançado ainda, porque consegue reunir muito mais informações e ainda permite ao usuário conectar-se com sites externos onde a coleção do Inpa está abrigada”, enfatiza.
A etiqueta com código QR adotada pela Coleção de Invertebrados do Inpa reunirá todas as informações habituais contidas nas etiquetas dos insetos ou rótulos dos fracos contendo invertebrados, como o nome da espécie, local de coleta, nome do coletor e data da coleta, além de permitir ao usuário acessar on line o banco de dados da Coleção, já disponível no Global Biodiversity Information Facility (Sistema Global de Informação sobre a Biodiversidade – GBIF). O GBIF é uma organização internacional intergovernamental, criada em 2001, para facilitar a partilha e acesso, de forma livre e gratuita, de dados de biodiversidade.
A proposta de utilizar o código QR, na Coleção de Invertebrados, foi lançada para a equipe da Coordenação de Tecnologia da Informação (Ctin) do Inpa, no último mês de agosto, quando o tecnologista Roberto Santos, juntamente com o técnico Cláudio Pereira e o bolsista Delano Campos, começaram a trabalhar no projeto. “O Inpa adotou o código QR e não o código de barra porque o que precisamos é um de valor textual, um link, que levará para o site do GBIF, onde estão as informações sobre um determinado exemplar da Coleção”, explica o tecnologista.
Gestão modernizada
Segundo o pesquisador Marcio Luiz de Oliveira, esse avanço só foi possível graças às atividades de modernização da gestão dos dados das coleções biológicas do Inpa, iniciadas em 2006 no âmbito do Programa de Pesquisas em Biodiversidade (PPBio) e que foram continuadas com a aprovação de um projeto do Programa de Coleções Científicas Biológicas do Inpa (PCCB), na Chamada MCTI/CNPq nº45/2012 - Sistema de Informações sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) – Coleções Biológicas.
O projeto intitulado “Disponibilização Pública de Dados das Coleções Zoológicas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia: Consolidação do Specify como sistema gerenciador de seus bancos de dados” teve como objetivo implementar o Specify, um programa livre para gerenciamento de coleções científicas, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Kansas (EUA) e concluído em dezembro de 2014. O programa tem como coordenador no Inpa, o vice-gerente do PCCB e vice-curador da Coleção de Invertebrados, o pesquisador Célio Ubirajara Magalhães Filho.
Oliveira conta que as atividades passaram a contar, recentemente, com o apoio do SiBBr, por meio do qual o Inpa obteve equipamentos de informática e recursos humanos para dar continuidade às ações. “Além disso, contou com a colaboração da Ctin, que possibilitou a implementação e operacionalização dos sistemas informatizados”, diz.
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