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Comandante do CMA mostra no Inpa a situação da segurança nas fronteiras da Amazônia

  • Publicado: Sexta, 06 de Novembro de 2015, 17h25
  • Última atualização em Sexta, 06 de Novembro de 2015, 17h51

Para o general Theophilo, é fundamental unir o meio acadêmico com o Ministério da Defesa, e o Estado brasileiro precisa ter uma preocupação com as fronteiras que, hoje, estão desguarnecidas

 

Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa

Foto: Fernanda Farias

 

“Só vamos conseguir dar alternativas ao homem da floresta e defender as fronteiras com a pesquisa”. A afirmação é do titular do Comando Militar da Amazônia (CMA), o general do Exército Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, em palestra, nesta sexta-feira (6), sobre “Soberania e segurança na Amazônia”. O tema foi discutido na 38ª Reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).

Para o general, ao longo das fronteiras na Amazônia existe uma biodiversidade que ainda não é conhecida por muitos de nós e será o pesquisador com seus estudos que descobrirá a importância dessa biodiversidade. “Ao conhecer esses recursos naturais, a Defesa tem o papel de proteger e defender essa riqueza para que possam tornar-se produtos rentáveis para o país”, diz o general. “Por isso, é fundamental unir o meio acadêmico com o Ministério da Defesa”, acrescenta.

Segundo Theophilo, o Estado brasileiro precisa ter uma preocupação com as fronteiras que, hoje,  estão desguarnecidas. Para ele, essa vulnerabilidade nas fronteiras faz com que a violência nos grandes centros urbanos seja maior. “Porque tudo o que entra ilegalmente vai alimentar o crime organizado nos grandes centros”, explica o comandante.

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Na palestra, o general enumerou alguns problemas enfrentados nas fronteiras da Amazônia, como a entrada ilegal de estrangeiros, principalmente, do Haiti, e mais recente do Paquistão, Sudão e do Senegal. Segundo dados dos Pelotões Especiais de Fronteiras, apresentados pelo general, de maio a setembro deste ano, 744 estrangeiros entraram na Amazônia via fronteira. As informações são repassadas pelos Pelotões para a Polícia Federal.

Na opinião dele, se o Brasil não consegue defender as fronteias e os países vizinhos também não têm essa preocupação isso ocasiona uma “terra de ninguém”. O general explica que muitas vezes o Poder Público também não se faz presente nas fronteiras por falta de estrutura. “O que estamos reivindicando é uma atenção maior por parte do Governo Federal para as fronteiras colocando tecnologia de ponta para que possamos fiscalizar, melhorando as estruturas nos órgãos de segurança pública, incentivando a vigilância no controle dessas fronteiras”, explica.

Para o diretor do Inpa, Luiz Renato de França, o tema é complexo e preocupante já que as fronteiras estão vulneráveis. “Essa vulnerabilidade e a soberania das fronteiras retratam exatamente o momento atual do nosso planeta e as suas vulnerabilidades. Isto é um grande alerta para o Brasil e para a Amazônia”, diz.

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Na opinião da pesquisadora do Inpa e coordenadora de Sociedade, Ambiente e Saúde (CSAS), Antonia Franco, o tema é importante e estratégico, já que os pesquisadores quando vão a campo vivenciam situações relacionadas à segurança. “O que o general apresentou nesta reunião é uma necessidade do nosso país para se ter um olhar para a Amazônia e para as nossas fronteiras”, diz Franco.  

Participaram da reunião do GEEA empresários, pesquisadores, professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), poeta, jornalistas, representante da Fiocruz/Amazonas e demais interessados no tema.

Sobre o GEEA

Criado em 2007, o GEEA é constituído por pesquisadores, professores, gestores, executivos, estudante e outras categorias, todos empenhados em aprender e compartilhar experiências e visões sobre a Amazônia. O resultado do trabalho vem sendo disponibilizado à sociedade, por meio da obra Caderno de Debates, publicada pelo Inpa e já no tomo VII. O secretário-executivo do GEEA é o pesquisador do Inpa, Geraldo Mendes dos Santos.

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