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Painéis de buriti e inajá desenvolvidos pelo Inpa ganham o 3º lugar no Prêmio Samuel Benchimol

  • Publicado: Sexta, 23 de Outubro de 2015, 12h15
  • Última atualização em Sexta, 23 de Outubro de 2015, 12h21

De acordo com o pesquisador Jadir Rocha, os painéis são produzidos a partir dos galhos das palmeiras de buriti e de inajá na fase de envelhecimento e com método de extração de impacto zero

 

Por Luciete Pedrosa (texto e foto) - Ascom Inpa

 

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Jadir Rocha, do Laboratório de Engenharia de Madeira, foi agraciado - juntamente com sua equipe de pesquisadoras: Tereza Bessa; Vania Câmara; Kátia Loureiro e Cynthia Pontes - com o terceiro lugar na categoria Social da 12ª edição do Prêmio Professor Samuel Benchimol 2015. Os pesquisadores foram premiados com o projeto que utiliza galhos envelhecidos das palmeiras de buriti e inajá para a produção de painéis com aplicação na construção civil, naval, móveis e em artefatos. 

O Prêmio Professor Samuel Benchimol tem o objetivo de valorizar e incentivar ideias que tragam benefícios e ajudem a desenvolver a região. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 27 de novembro, em Porto Velho (Rondônia). O prêmio é divido em três categorias: Projetos de Natureza Ambiental, Projetos de Natureza Econômico-Tecnológica e Projetos de Natureza Social.

Momentos como este são especiais, porque apresentamos uma proposta que concorreu com centenas de outras”, conta o pesquisador. “Isto significa para nós, do Laboratório de Engenharia de Madeira, a confirmação de que esta foi uma ideia relevante na área de produtos florestais utilizando-se matérias-primas da região”, acrescenta Rocha, que ganhou o prêmio com o projeto “Implementação de Tecnologia Social em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Amazonas”.

De acordo com Rocha, essas chapas são produzidas a partir dos galhos das palmeiras de buriti (Mauritia flexuosa) e de inajá (Maximiliana maripa) na fase de envelhecimento e utilizando o método de extração de impacto zero. Os painéis podem ser utilizados como forros, divisórias, revestimentos de paredes de residências, auditórios, cinemas, teatros, estúdios, barcos regionais e de luxo, além de móveis e artefatos. Servem ainda como alternativa à madeira sólida e seus derivados (compensado, aglomerado, MDF, MDP e OSB) e outros materiais convencionais.

 

PainéisRocha2FotoLucietePedrosa

 

Dentre as vantagens da tecnologia, o pesquisador destaca a utilização do grande volume de galhos das duas palmeiras de buriti e inajá para a fabricação de painéis sem causar danos nos seus caules e sem afetar a produção de frutos, o que não acontece com os painéis de madeiras, pois ocorre a derrubada das árvores para a obtenção da matéria-prima.

Outra vantagem na produção desses painéis é ter um produto de aproximadamente quatro vezes mais leve do que os de madeira, o que contribui na facilidade do manuseio e redução nos custos de transporte. “Sem falar que os painéis de galhos dessas palmeiras são excelentes isolantes térmicos, muito superiores aos de madeira”, ressalta Rocha.

Além disso, os painéis são produzidos com a adição de uma resina vegetal originária da Amazônia (látex da seringueira) e de baixo custo, enquanto os de madeira recebem resinas sintéticas, que são de alto custo. 

De acordo com o pesquisador, o projeto será implementado em sete RDS do Estado do Amazonas: Canumã, Piaguçu/Purus, Rio Negro, Cujubim, Madeira, Uacari e Juma. O projeto beneficiará dezenas de famílias nessas comunidades. 

Tecnologia com aplicação socioeconômica

 

PainéisRocha1FotoLucietePedrosa

 

 

A utilização da tecnologia, que já teve o pedido de patente depositado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), é uma forma de aumentar a geração de benefícios sociais e econômicos nas comunidades fazendo uso das tecnologias sociais desenvolvidas nas instituições de pesquisas existentes na região. “São tecnologias de baixa complexidade, de baixo custo, com a garantia de escala de produção, além de unir o conhecimento científico, tecnológico e a cultura local”, diz Rocha.

O pesquisador Jadir Rocha explica que as espécies buriti e inajá são facilmente encontradas com abundância na região amazônica em grandes populações nativas. Segundo o pesquisador, essas palmeiras contêm galhos com diâmetros satisfatórios para a retirada de lâminas para a fabricação dos painéis.

Rocha e sua equipe acumulam uma série de conquistas, dentre eles destacam-se: o Prêmio Fucapi CNPq de Tecnologia em 2000, quando conquistaram o 1º lugar; e nos anos de 2001 e 2002, obtiveram, respectivamente, o 3º e o 1º lugar no mesmo prêmio. Já no Prêmio Professor Samuel Benchimol, eles conquistaram em 2008 o 2º lugar, e nos anos de 2011 e  agora 2015, o 3º lugar.

O Laboratório de Engenharia da Madeira já estudou mais de cem espécies madeireiras da Amazônia que servem para diversas categorias de uso, desde pisos a instrumentos musicais. De acordo com o pesquisador Rocha, nos últimos anos, os pesquisadores focaram o estudo de matérias-primas vegetais de origem não madeireira, desenvolvendo o painel de buriti e inajá (forros e divisórias), o tijolo vegetal para utilização na construção civil (que utiliza casca de coco, caroço de tucumã, ouriço da castanha), além dos painéis de diversas tipos de folhas e a utilização da madeira da pupunheira para a confecção de instrumentos musicais, móveis e artefatos. 

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