Inpa realiza oficina sobre uso de ferramenta de coleta para cachos de frutos de palmeiras
A ferramenta batizada de Palmhaste estimula o extrativismo sustentado na Amazônia e gera novas atividades produtivas dentro de comunidades rurais
Por Caroline Rocha (texto e foto) – Ascom Inpa
Um instrumento que aumenta a produtividade nas coletas de frutos e ajuda a evitar acidentes graves com os coletores que, muitas vezes, precisam escalar palmeiras de mais de 25 metros de altura, foi apresentado durante a “Oficina de uso e manuseio da ferramenta para coleta dos cachos de frutas”, na última sexta-feira (16), no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). A ferramenta de coleta dos cachos de palmeiras da Amazônia foi batizada de Palmhaste.
Participaram da oficina professores, estudantes de graduação e pós-graduação das áreas ambientais e o público em geral. Os técnicos do Inpa, Afonso Rabelo, Felipe França e Glaúcio Belém foram os responsáveis pela elaboração da oficina, que foi dividida em duas partes: teórica e prática. A atividade faz parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) que o Inpa realizará de forma intensiva nesta semana, de 19 a 25 de outubro.
De acordo com o técnico do Inpa, Afonso Rabelo, o objetivo da atividade é mostrar aos participantes as especificidades de cada palmeira amazônica, e conforme a necessidade de uso, aplicar corretamente a ferramenta. “A ideia é que os participantes absorvam os conhecimentos necessários, e como multiplicadores do conhecimento, passem isso adiante”, destacou o técnico.
Rabelo conta que foram realizadas pesquisas sobre a fenologia (estudo sobre a interação entre seres vivos e as relações com as condições do ambiente) que explicaram e comprovaram o melhoramento da maturação dos frutos e os métodos mais adequados para extração, processamento e beneficiamento do mesocarpo (polpa) do buriti, por exemplo, após o uso da ferramenta.
O técnico do Inpa, Glaúcio Belém, mostrou na prática, o uso correto para manusear a ferramenta e obter resultados positivos na hora da coleta, sem muitos danos aos frutos. Duas comunidades do interior do estado já utilizam a ferramenta Palmhaste, e os resultados, segundo os técnicos, são satisfatórios.
Para a aluna de engenharia ambiental da Fametro, Luana Marinho, a oficina aumentou o seu conhecimento sobre as palmeiras da região. “Achei muito interessante. Os meus avós possuem um sítio, e muitas vezes eles escalam as palmeiras para colher os frutos, o que é muito arriscado”, contou Marinha, que pretende repassar as informações para os familiares.
O uso da ferramenta desenvolvida pelos técnicos do Inpa, Afonso Rabelo e Felipe França, possui várias vantagens para os extrativistas e para o meio ambiente. Entre elas estão a diminuição de acidentes devido as escaladas e a diminuição de danos às palmeiras, o aumento da produtividade da coleta, o estímulo do extrativismo sustentado e a geração de novas atividades produtivas dentro das comunidades rurais. A ferramenta é formada por tubos de alumínio naval com altura que varia de 3,20 metros a 19,2 metros e peso total de 13,1 quilos.
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