Inpa, UEA e Instituto Max Planck realizam cerimônia de apresentação da Torre ATTO
A Torre ATTO será capaz de coletar dados mais exatos sobre o clima na Amazônia e no mundo e, ainda, permitirá uma observação direta dos ecossistemas de florestas tropicais
Por Caroline Rocha e Luciete Pedrosa - Ascom Inpa
Foto: Érico Xavier - Agência Fapeam
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e os Institutos alemães de Química e de Biogeoquímica do Max Planck, realizaram na noite da última sexta-feira (21) a cerimônia de apresentação da maior torre de monitoramento climatológico da América do Sul. Com 325 metros, a Torre ATTO (AmazonTall Tower Observatory) fornecerá dados que permitirão maior conhecimento sobre a Amazônia e mudanças climáticas globais.
Estiveram presentes na solenidade, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo; o diretor do Inpa, Luiz Renato de França; o secretario executivo de ciência e tecnologia do Amazonas, Estevão Monteiro de Paula; a senadora Vanessa Grazziotin; o ministro da embaixada da Alemanha no Brasil, Claude Fisberg, e o Vice-Presidente da Sociedade Max Planck, Ferdi Schuth.
Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aldo Rebelo, a Torre ATTO é um exemplo a ser seguido no âmbito de desenvolvimento e inovação. “O Brasil e a Alemanha celebram hoje o projeto mais ousado e ambicioso no ramo de pesquisas climáticas” ressaltou.
A expectativa, segundo coordenador brasileiro do Projeto ATTO, o pesquisador do Inpa, Antonio Manzi, é construir um grande banco de dados climatológicos de ampla importância na América do Sul. “O que nós ganhamos com uma torre alta são dados mais precisos e confiáveis”, explicou.
“Nós temos vários resultados já coletados pela Torre e muitas tarefas pela frente, visto que a ATTO estará operando totalmente no início de 2017”, complementou o coordenador.
Para o diretor do Inpa, o pesquisador Luiz Renato de França, a inauguração da Torre ATTO é um passo importante para o crescimento da ciência na Amazônia. “A região amazônica e também o planeta irão se beneficiar com os dados obtidos da torre. Não tem maneira de entender o clima se não estudar a Amazônia e a interferência climática global na Amazônia”, destacou França.
O projeto ATTO, ainda de acordo com França, possibilitará mais associações com programas de clima para o Inpa.
De acordo com o Vice-Presidente da Sociedade Max Planck, Ferdi Schüth, a Amazônia é o melhor lugar para estudar as mudanças climáticas que ocorrem na atmosfera por ser um lugar isolado e gerar dados com pouca influência humana. “Nós coletamos dados nos últimos cinco anos que comprovam a confiabilidade de resultados precisos e a pouca interferência do ser humano”, garantiu.
Torre Alta na Amazônia (ATTO)
Localizada no meio da floresta amazônica, naReserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no município de São Sebastião do Uatumã (a 150 quilômetros de Manaus), a Torre funcionará 24 horas por dia, no período de 20 a 30 anos. Feito com equipamentos modernos de medição climática, a Torre irá coletar dados sobre gases de efeito estufa, particípios aerossol, formação de nuvens e transporte de massas de ar todos os dias e em tempo real.
O projeto ATTO é coordenado pelo pesquisador do Inpa, Antonio Manzi, e pelo lado alemão, coordenado pelo professor do Instituto Max Planck, Jürgen Kesselmeier.
A ATTO também permitirá aos cientistas, a partir de agora, realizar medições nas camadas mais altas da atmosfera e de forma contínua. Os dados sobre o desenvolvimento e as atividades ocorrentes na atmosfera serão mais precisos.
O investimento é de aproximadamente R$ 26 milhões para a construção da Torre. Do lado brasileiro, o projeto está sendo financiadopelo Ministério Federal da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Governo do Amazonas, e do lado alemão, pelo Ministério Federal de Educação e Pesquisa (BMBF). Cerca de vinte instituições brasileiras e instituições de outros países estão envolvidas no projeto.
Reunião
Antecedendo a programação de inauguração da torre ATTO, uma delegação de cientistas alemães do Instituto Max Planck esteve reunido com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Luiz Renato de França, e alguns pesquisadores, para mostrar os projetos que o Inpa realiza, além dos que o Inpa faz em conjunto com o instituto alemão.
“Muitos destes alemães estão vindo pela primeira vez a Manaus e apresentamos os trabalhos de pesquisa que o Inpa desenvolve. Muitos destes projetos que desenvolvemos têm a colaboração do Instituto Max Planck”, disse o diretor do Inpa.
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