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Brasil lidera casos de leishmaniose tegumentar na América Latina e Amazonas registra mais de 9 mil casos nos últimos anos

  • Publicado: Terça, 11 de Agosto de 2015, 16h11
  • Última atualização em Terça, 11 de Agosto de 2015, 16h26

Até a próxima quinta-feira (13), especialistas estarão reunidos, no Auditório do Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), para discutir diretrizes e novas perspectivas de pesquisas na área de inovação e tecnologia desta doença

 

Por Luciete Pedrosa (texto e foto) – Ascom Inpa

 

O Brasil é o primeiro país dos 12 países prioritários da América Latina com maior número de casos de leishmaniose tegumentar se destacando, principalmente, na forma cutânea com cerca de 20% evoluindo na forma mucosa. No Amazonas foram registrados mais de 9 mil casos no últimos cinco anos. Os dados foram apresentados, na manhã desta terça-feira (11), pela diretora técnica da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM), a epidemiologista Rosemary Costa Pinto, durante a 1ª Conferência Internacional em Leishmaniose Cutânea na região amazônica.

 

Até a próxima quinta-feira (13), especialistas do várias partes do mundo estarão reunidos no Auditório do Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) para discutir diretrizes e novas perspectivas de pesquisas na área de inovação e tecnologia desta doença.

 

Sobre o tratamento da leishmaniose, a epidemiologista explica que vários estudos estão sendo feitos, principalmente, o de custo-efetividade, uma vez que o uso dos antimoniais tem um custo menor do que as opções que são oferecidas. “Por outro lado, a alternativa de tratamento é mais difícil, porque exige uma aplicação de nível ambulatorial ou hospitalar em função de contraindicações de medicamentos”, diz.

 

Na opinião da epidemiologista, o avanço nessa área, ao longo dos últimos 30 anos, é muito devagar. “Levando-se em conta que a leishmaniose é uma doença negligenciada e os grandes laboratórios não têm interesse em desenvolver pesquisas”, ressalta.

  

A pesquisadora Antonia Franco também participou da primeira sessão de palestras da Conferência com o tema “Leishmaniose cutânea no Estado do Amazonas”, logo a seguir o pesquisador da Fiocruz Rio de Janeiro, Mauro Marzochi, falou sobre os “Aspectos históricos e epidemiológicos da leishmaniose cutãmeo-mucosa pela leishmania (Viannia) braziliensis”.

 

Abertura Oficial

 

A abertura oficial da Conferência Internacional em Leishmaniose aconteceu na noite da última segunda-feira (10), no Auditório do Bosque da Ciência, com a presença do diretor do Inpa, o pesquisador Luiz Renato de França; da presidente da conferência, a pesquisadora Antonia Maria Ramos Franco, e do secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão.

 

“A Conferência promoverá a discussão de novas estratégias mais viáveis e efetivas para ser empregadas nos programas de vigilância e controle, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único e Saúde (SUS)”, ressaltou a pesquisadora Antonia Franco.

 

Para o diretor do Inpa, os cientistas que trabalham com doenças negligenciadas, mais do que cientistas, são pessoas idealistas e humanistas, porque têm a coragem e a bravura de trabalhar com algo que não se tem visibilidade. “Esse evento sobre leishmaniose cutânea é um avanço para se conseguir essa visibilidade”, ressaltou.

 

Também participaram da cerimônia de abertura, o comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), o coronel Alcimar Marques Martins, a representante da FVS/AM, Rosimary Pinto, e o diretor da Fiocruz Amazonas, Sérgio Luiz Bessa Luz.

 

Durante a cerimônia de abertura, o Dr. Edgar Marcelino de Carvalho, da Fiocruz Bahia, proferiu a palestra “Visão estratégica da leishmaniose”. A cerimônia também foi marcada com homenagens, in memoriam, ao renomado pesquisador Prof. Dr. Ralph Lainson, um dos mais reconhecidos parasitologistas do mundo científico, e ao pesquisador Dr. Jorge Arias, que por muitos anos se dedicou ao combate à leishmaniose. Também foi homenageado o casal de pesquisadores do Inpa, Roberto e Maricleide Naiff. 

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