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Tecnologias sociais desenvolvidas pelo Inpa são apresentadas na 67ª SBPC

  • Publicado: Terça, 14 de Julho de 2015, 17h31
  • Última atualização em Terça, 14 de Julho de 2015, 18h07

O Inpa possui 23 tecnologias sociais, entre elas a Criação de Peixes em Canais de Igarapés e os Sistemas de Produção Sustentáveis para melhoramento genético e conservação de plantas

 

Por Caroline Rocha – Ascom Inpa

Foto: Fernanda Farias

*São Carlos (SP)

 

“As Tecnologias Sociais (TS) precisam ser opções tecnológicas de baixa complexidade, de baixo custo e, acima de tudo, preservar o conhecimento tradicional dos povos da Amazônia”. Assim defendeu a coordenadora de Tecnologias Sociais (Cots) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Denise Gutierrez, em palestra sobre “Políticas Públicas de C&T e Tecnologias Sociais na Amazônia”.

A palestra foi apresentada nesta terça-feira (14), na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo. “O indígena e o ribeirinho que trabalham com a terra têm um modo de vida diferente e outra visão sobre a floresta e o meio ambiente. Por isso, temos que unir a tecnologia e a cultura local”, disse Gutierrez.

De acordo com a coordenadora, as TS aplicam o conhecimento científico, que está engavetado, na sociedade em forma de educação, sustentabilidade e uso consciente e reutilização de recursos naturais. A proposta é facilitar e melhorar a qualidade de vida da sociedade.

Na palestra, foram divulgadas as opções tecnológicas desenvolvidas na Amazônia em prol da sociedade e que podem ser reaplicadas em outras áreas do Brasil. Atualmente, o Inpa possui 23 tecnologias sociais desenvolvidas junto com parceiros, e que estão consolidadas no mercado e na sociedade.

Entre elas estão as Moradias Ecológicas Sustentáveis; o Aproveitamento de Frutos Regionais; os Sistemas de Produção Sustentáveis para melhoramento genético e conservação de plantas; os Plantios Agroflorestais; o Aproveitamento de Madeiras Caídas para Confecção de Pequenos Objetos; o projeto de meliponicultura Adoçando a Vida e a Criação de Peixes em Canais de Igarapés.

Uso de energia solar

As tecnologias sociais que utilizam energia solar para desinfectar água e secar madeiras, ambas criadas pelo pesquisador do Inpa, Roland Vetter, foram destaque da palestra da pesquisadora, fazendo alusão ao tema da SBPC 2015, “Luz, Ciência e Ação”.

O Água Box, purificador solar que utiliza raios ultravioletas para tornar potável águas sujas de rios e lagos e torná-las livres de germes, foi desenvolvido inicialmente para aldeias e comunidades remotas na região amazônica. O equipamento já foi implantado em 19 comunidades do município de Benjamim Constant (AM) e outros dez em oito aldeias indígenas. Nesta semana, mais dois aparelhos estão em instalação em Moçambique, na África.

Outra tecnologia apresentada foi o Secador Solar de Madeiras, uma alternativa a secadores convencionais que consomem níveis elevados de energias. O equipamento é movido à energia solar e destinado a pequenas empresas madeireiras e onde o acesso à energia elétrica é difícil. “As invenções são muito adequadas ao clima da Amazônia”, explicou Gutierrez.

Desafios de políticas públicas na Amazônia

Para Denise Gutierrez, o surgimento de novos programas sociais fez com que as políticas públicas na Amazônia avançassem nas últimas décadas. “Avançamos na diminuição da pobreza e miséria, no aumento da segurança alimentar, na preservação do meio ambiente e na educação ambiental”, afirmou a pesquisadora.

De acordo com a pesquisadora, as tecnologias sociais são tópicos que antes não estava nas discussões da ciência e hoje em dia são muitos mais frequentes. Mas, ainda são encontradas dificuldades na implantação de alguns projetos, como a questão da logística da região, a popularização do projeto e a credibilidade que a sociedade tem que ter nele.

“Outros desafios também estão na regulamentação desses projetos até a implementação deles nas comunidades”. 

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