Diferentes conhecimentos reunidos no IPCC da Biodiversidade
O IPCC da Biodiversidade é uma plataforma intergovernamental com a colaboração de 124 países membros
Por Josiane Santos - Colaboradora Ascom -Inpa
Foto: Carol Rocha
*São Carlos (SP)
Com o objetivo de gerar conhecimento científico acumulado sobre biodiversidade e contribuir nas tomadas de decisões políticas, em abril de 2012 foi criado a Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). A plataforma foi apresentada pelo professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carlos Alfredo Joly, na manhã desta segunda-feira (13) durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Carlos Joly apresentou o histórico da criação da plataforma e suas funcionalidades. “A plataforma não faz pesquisa e não subsidia novas pesquisas. Ela vai transformar resultados existentes disponíveis produzidos pela comunidade científica para transformá-los, por meio de diagnósticos de biodiversidade, de ecossistemas regionais e globais, em uma linguagem em que os políticos e tomadores de decisão entendem”, ressaltou.
O palestrante foi apresentado pelo Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (INCT/Adapta) e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Adalberto Luis Val.
Diferentes saberes
Carlos Joly destacou a importância dos conhecimentos tradicionais e as suas contribuições na elaboração dos diagnósticos. “Nós estamos numa fase de aprendizado de como vamos conseguir incorporar. O primeiro diagnóstico realizado é o de polinização associado à produção de alimentos. A participação e a integração com os conhecimentos tradicionais foram muito bem conduzidas. Foram reuniões feitas em diferentes regiões que ouviram os relatos e usaram as informações principalmente porque tem um capítulo desse diagnóstico da valoração cultural”.
Adalberto Val, pesquisador do Inpa, ressalta a importância dos diversos conhecimentos para melhorar o conjunto de dados a respeito não só das espécies, mas também dos ambientes que as espécies vivem, principalmente, em um ambiente diverso, como é a Amazônia, e que possui um número resumido de pesquisadores.
“Os conhecimentos tradicionais, de uma maneira geral, encerram um vasto conjunto de conhecimentos que a ciência demoraria tempo para conseguir se apropriar deles. Essa interação da ciência com os conhecimentos tradicionais é extremamente importante”, disse Val.
Sobre a SBPC
A reunião anual da SBPC é o maior evento científico do país. Em sua 67ª edição, 241 atividades científicas e culturais acontecem no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Carlos (SP). As atividades estão divididas em 92 conferências, 62 mesas redondas, 52 minicursos, 14 sessões especiais, 11 simpósios, 6 assembleias e 4 encontros.
Em alusão ao tema da SBPC “Luz, Ciência e Ação”, o estande do Inpa terá como foco principal o purificador de água movido à energia solar, o Água Box, e o Secador Solar de Madeiras, ambos desenvolvidos pelo pesquisador Roland Vetter.
Dentre as várias atividades que o Inpa participará, está a conferência de Apresentação do Programa ProAmazônia, pelo diretor do Inpa, Luiz Renato de França, e a coordenação do Comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA), o general Theóphilo Gaspar.
Ainda na programação científica, estão as conferências Os efeitos das Mudanças Climáticas na Biota Aquática e Terrestre, com o pesquisador Adalberto Luis Val; e a Evolução da enzima lactato desidrogenase, com a pesquisadora Vera Val; e a palestra Água e Serviços Ambientais, com o pesquisador Philip Fearnside.
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