Embaixadora da Eslovênia visita o Inpa para reforçar colaborações e acena para parcerias no estudo das abelhas
O Inpa possui convênio na área da biologia e agora a embaixadora Milena Smit demonstra interesse na apicultura. Na Eslovênia, as abelhas carniolas são símbolo de “diligência e sabedoria”
Por Cimone Barros (texto e foto) – Ascom Inpa
Após prestigiar o Festival de Parintins, a embaixadora da Eslovênia, Milena Smit, aproveitou a passagem por Manaus (AM) para visitar nesta segunda-feira (29) o Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Luiz Renato de França. A ideia é estreitar as relações científicas entre o país europeu e o Inpa, inclusive com futuras colaborações na área da apicultura.
De acordo com França, o estudo das abelhas é tradicional no Inpa. Um dos diretores marcantes da instituição, o engenheiro agrônomo, geneticista e biólogo Warwick Kerr, foi um dos propulsores da criação de abelhas no Brasil. Kerr dirigiu o Inpa em dois períodos (1975 a 1979 e 1999 a 2002).
“Essas iniciativas são muito bem-vindas, ainda mais quando vemos que para os eslovenos a abelha é quase como um símbolo nacional”, contou.
Na oportunidade, a embaixadora conheceu o meliponário do Grupo de Pesquisas em Abelhas do Inpa (GPA), que estuda a biologia, a genética e o manejo das abelhas, especialmente as do gênero melipona (abelhas sem ferrão). A embaixadora viu duas espécies de abelhas - a Melipona seminigra (uruçu-boca-de-renda) e Melipona interrupta (jupará), provando do mel e do pólen das duas.
“Queremos reforçar mais uma vez as boas relações científica entre o Inpa e a nossa Universidad da Liubliana, sobretudo com o instituto da biologia, e fazer colaborações em áreas que não existem, como nos estudos sobre abelhas”, disse Smit.
Descrita pelo biólogo esloveno Janez Gregori como uma “nação de apicultores”, a Eslovênia tem uma vasta história com a apicultura, principalmente com as abelhas carniolas, que são símbolo de “diligência e sabedoria”. Segundo a embaixadora as abelhas são importantes na economia (mel, cera), cultura e arte folclórica. No município de Radovljica há até o Museu de Abelhas.
Para se ter ideia da importância das abelhas para aquele país que tem uma população de aproximadamente 2 milhões de habitantes (parecida com a de Manaus), os animais quando morrem, eles “acabam”, mas as abelhas são os únicos animais que a língua eslovena considera o verbo “morrer”.
“Elas (abelhas) fazem parte da economia, da tradição, do afeto, porque, para nós, as abelhas são quase um animal de estimação. E as carniolas são ao mesmo tempo trabalhadoras e meigas”, revelou a embaixadora.
Saiba mais
De acordo com a Cartilha de Meliponicultura, produzida pela equipe do GPA-Inpa, no mundo existe cerca de 20 mil espécies de abelhas, boa parte delas conhecidas como abelhas solitárias, já que não formam colônias. Dentre as que formam colônias, de 300 a 400 espécies formam o grupo das abelhas sem ferrão, das quais quase 200 espécies deste grupo vivem no Brasil, especialmente na Amazônia. Por isso, a região é conhecida como o berço mundial das abelhas sem ferrão. Muitas plantas nativas, como araçá e camu-camu, são polinizadas pelas abelhas sem ferrão, e algumas plantas dependem exclusivamente dessas abelhas para se reproduzir.
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