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Amazônia: um mundo sem fronteiras

  • Publicado: Sexta, 20 de Março de 2009, 00h00
  • Última atualização em Sexta, 12 de Junho de 2015, 11h19

 

Ascom

Por Rosilene Corrêa, de Tabatinga (AM)

Quando se pensa na Amazônia, tem-se em mente que ela é uma realidade única tanto do ponto de vista biológico quanto social e cultural. Isso se deve porque é uma região que se estende por diversos países, por exemplo, Bolívia, Venezuela, Colômbia, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Brasil, promovendo uma diversidade cultural enorme. Foi o que explicou o pesquisador e diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Luis Val, durante a Conferência “Amazônia um mundo sem fronteiras”.

A conferência faz parte da programação da reunião regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), apresentada hoje (20), em Tabatinga (AM), a uma sala lotada de jovens ávidos pelo tema.

O cientista lembrou que a Amazônia não é só brasileira. Ela se estende por outros países. Ou seja, “são mais de 11 mil quilômetros de fronteira. Além disso, a região tem 7,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 4,8 milhões estão localizados no território brasileiro”.

Segundo Val, ainda que no Brasil seja falada uma língua de Norte a Sul, nas cidades fronteiriças a interação é muito abrangente, por exemplo, Tabatinga e Letícia. “Você atravessa uma rua e já está em outro país, com uma moeda distinta. Da mesma forma, o contrário acontece. Contudo, as pessoas entendem o que você fala e aceitam o seu dinheiro”, lembrou.

Do ponto de vista político e geográfico, de acordo com o pesquisador, as pessoas interagem mais fortemente nas áreas fronteiriças. Todavia, quando o assunto é o bioma, a biodiversidade, o tema torna-se mais crítico, pois não há fronteiras. “A linha que divide os países amazônicos foi criada pelo homem. Os bichos e as plantas não tem consciência disso”, declarou.

Especialista em peixes de água doce, o cientista citou como exemplo o tambaqui que, do outro lado da fronteira tem um nome diferente. Todavia, segundo Val, trata-se do mesmo animal. Por isso, quando se fala em bioma amazônico não se pode dividi-lo conforme o país, pelo contrário, deve-se tratá-lo de forma única.

Val disse que é necessário criar uma agenda amazônica que contemple aspectos da unicidade, independente da fronteira física ou política.

Cooperação na Tríplice Fronteira – Hoje (20), à tarde, Val participou da mesa-redonda – Potencialidades para cooperação em Pesquisa na Tríplice Fronteira, que faz parte do encerramento da 30ª reunião regional da SBPC. Na ocasião, foi falado sobre a unificação da Amazônia. Na pauta, questões como: água, biodiversidade, questões sócio-culturais e os investimentos para a capacitação de recursos humanos, assim como a geração de renda e inclusão social.

Em relação às questões ambientais e as mudanças climáticas, o cientista enfatizou que é uma discussão ampla, na qual precisa-se unir os países envolvidos. “Não adianta tratarmos esses assuntos no Brasil de uma forma, enquanto do outro lado da fronteira é tratado de outra, afinal, todos estudam o mesmo bioma: a Amazônia”, finalizou.

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