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Ação humana eleva risco de extinção de espécies na Amazônia

  • Publicado: Sexta, 20 de Março de 2009, 00h00
  • Última atualização em Sexta, 12 de Junho de 2015, 11h16

 

Ascom

Cientista explica que a construção de estradas e barragens faz com que se criem ilhas na floresta, dessa forma, isolando as espécies e impedindo o inter-cruzamento. Com isso, há a diminuição da capacidade de adaptação às mudanças ambientais

Por Rosilene Corrêa, Tabatinga-AM,

A diminuição da variabilidade genética das populações naturais, por exemplo, de peixes da região pode levar a extinção de algumas espécies. O alerta foi feito hoje (19) pela pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Vera Maria Fonseca de Almeida e Val. Ela apresentou a palestra “Erosão Genética na Amazônia: Causa e Conseqüências”, na sede da Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

A pesquisadora explicou que a ação do homem contribui com a diminuição da variabilidade gênica de algumas espécies, por exemplo, com a construção de uma barragem ou estrada. Com isso, o fluxo gênico é interrompido, ou seja, as populações deixam de se inter-cruzarem, uma vez que são criadas ilhas. “Esse isolamento das populações é tão perigoso quanto a destruição de um ecossistema, pois faz com que haja um aumento da consanguinidade (grau de parentesco entre as espécies), o que diminui a capacidade de adaptação às mudanças e eleva o risco de extinção”, alertou.

Uma população consanguínea, segundo a pesquisadora, tem poucas chances de se adaptar ao ambiente, às mudanças, tais como de temperatura, oxigênio. Ou seja, qualquer fator importante para a sobrevivência e, com isso, ocorre um desequilíbrio. “Qualquer fator que bloqueie o fluxo gênico de uma espécie pode levar à erosão genética”, acrescentou.

A situação na Amazônia – Vera Val informou que, na região amazônica, essa realidade ainda não tem afetado tanto. “Mas algumas espécies, por excesso de captura, como peixe-boi, ou pelo corte, como o mogno, estão diminuindo”. Ela disse que o processo é lento, mas está ocorrendo. “Não é mais possível ver uma população tão grande dessas espécies e a capacidade de recuperação vai depender do tamanho efetivo”, ressaltou.

Vera Val explicou que, com a erosão genética, a quantidade efetiva das populações – indivíduos aptos à procriação - também vai diminuir. “No processo natural temos que ter a quantidade de machos e fêmeas em fase de procriação em equilíbrio. Dessa forma, será possível gerar uma prole saudável e que dê continuidade a população. Quando não há equilíbrio essa capacidade diminui cada vez mais, como, por exemplo, na Mata Atlântica, onde já perdemos muitas espécies”, lamentou.

Combate – Segundo a pesquisadora, o que tem sido feito é separar em um “plantel” – criadouro – as espécies atingidas para tentar recuperá-las. “Tenta-se criar em cativeiro a fim de recuperar a variabilidade para, em seguida, ser reintroduzida na natureza. Isso foi feito com mico-leão-dourado”. Entretanto, nem sempre dá certo, pois quando não há mais a espécie, tenta-se introduzir a variabilidade gênica de uma espécie correlata. Todavia, também pode haver falhas e, como isso, levar a extinguir a espécie mais rapidamente. Por isso, o melhor é evitar que aconteça” alertou.

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