Cheia do rio Negro deve atingir marca de 29,03 metros segundo previsão do pesquisador do Inpa
Ciclo hidrológico do rio Negro no Porto de Manaus:
valor médio, desvio padrão, mínimo e máximo de dados
históricos do nível d’água (de 1903 a 2014).
Em destaque estão as grandes cheias anteriores, e em vermelho a enchente de 2015.
Para o pesquisador Jochen Schongart, nos últimos 25 anos houve um aumento dos extremos das cheias e esta seria mais uma cheia acima de 29 metros, em quatro anos consecutivos
Por Luciete Pedrosa/Ascom Inpa
Foto: Eduardo Gomes/Acervo Ascom
Dados do modelo matemático de previsão de cheias do rio Negro, desenvolvido pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) Jochen Schongart (que faz parte do grupo de pesquisa Maua - Ecologia, monitoramento e uso sustentável de áreas úmidas), apontam que a cheia este ano deve atingir a marca dos 29,03 metros, na segunda quinzena de junho, quando o fenômeno atinge geralmente o seu pico máximo. Segundo ele, esta seria mais uma cheia acima de 29 metros em quatro anos consecutivos.
“Tivemos a maior cheia do rio Negro, em 2012, com registro da marca de 29,97 metros, desde que o rio passou a ser monitorado no Porto de Manaus em 1902. Em 2013 e 2014 foram registradas as marcas de 29,33 metros e 29,50 metros, respectivamente”, lembrou o pesquisador, acrescentando que, nos últimos 25 anos houve um aumento dos extremos das cheias.
O pesquisador explica que podemos observar uma intensificação do ciclo hidrológico, porém, ainda é cedo para afirmar se isso são consequências climáticas causadas pelo ser humano ou se podem ser explicadas pelas forças naturais que são, principalmente, anomalias de temperaturas superficiais, tanto do Pacífico Equatorial como do Atlântico Tropical.
De acordo com Shongart, o modelo de previsões das cheias do rio Negro tem uma margem de erro de 30 centímetros para mais ou para menos, podendo atingir entre 29,33 metros e 28,77 metros, em junho. “É uma ferramenta importante para fazer previsões e evitar possíveis desastres com antecedência de três meses do pico da enchente. Isto permite que as autoridades tomem providências em casos de cheias severas, tanto na zona urbana, quanto na zona rural do Estado”, disse o pesquisador.
A partir de 2012, Schongart adotou uma nova metodologia que integra mais parâmetros independentes para fazer uma nova modelagem e mais “robusta estatisticamente”. Desde 2005, o primeiro modelo de previsão das cheias é aperfeiçoado pelo pesquisador, que utiliza dados do nível do rio Negro e do Porto de Manaus, disponibilizados pela Sociedade Nacional de Portos e Hidrovias do Amazonas (SNPH) e pelo Índice da Oscilação Sul (SOL, sigla em inglês), baseado em um modelo publicado na Revista Journal of Hydrology (2007).
O pesquisador explica também, que a nova modelagem de previsão de cheias utiliza uma série temporal longa de dados disponíveis a partir de 1951 até 1990, que foram utilizados para fazer a calibração do modelo, além dos dados de 1991 até os dias de hoje para fazer a validação e testar se o modelo é capaz de prever cheias com antecedência de mais de três meses e com uma baixa margem de erro.
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