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Mulher, poesia e ciência

  • Publicado: Sexta, 06 de Março de 2009, 00h00
  • Última atualização em Sexta, 12 de Junho de 2015, 11h05

 

Por Janaina Karla/Ascom Inpa

Mulheres lutam dia-a-dia em busca do seu espaço que lhes foi invadido. Mulheres guerreiras abençoadas por Deus usam sua força soberana para continuar sempre de olhos abertos diante das dificuldades. Mulheres que acordam cedo para mais um dia de rotina e ainda tem tempo pra falar com Deus. (Fábio Ferreira)

Hoje em dia o desafio é grande entre a relação de mulher, ciência e tecnologia. Um espaço ainda de pouco reconhecimento para elas (mulheres), o que não é empecilho para que se tornem líderes em pesquisa científica. Quem trabalha nesta área está longe de ser um personagem fictício ou uma mera ajudante de pesquisador.

Na opinião da pesquisadora Ires Paula de Andrade Miranda, coordenadora do Laboratório de Pesquisas em Palmeiras (LABPALM) a mulher vem desenvolvendo com muita força sua evolução no que diz respeito à ciência e tecnologia.

Ascom – Você é uma mulher que tem mais de 30 anos de experiência na área científica. Na sua opinião, como a mulher tem evoluído durante os últimos anos?

Miranda - A mulher foi revelando sua identidade nas relações sociais por meio do discurso e da ação. A partir de uma teia já existente na sociedade e mesmo sofrendo as conseqüências imediatas de sua ação foi avançando em diversos processos a fim de usufruir de sua cidadania como ser humano independente de sexo, cor ou origem.

Ascom - Em todo esse processo de evolução como fica a relação entre a mulher e a ciência?

Miranda - A mulher sempre teve uma trajetória científica arraigada a sua natureza feminina, evidenciada no pensamento empírico e legitimado nas práticas exercidas pelas “parteiras” que se especializaram no labor do nascimento de infantes até o premio Nobel de física recebido por Marie Curie em 1903. Estudando a radioatividade espontânea. Hoje apesar do preconceito patriarcal que não considera a mulher como uma auxiliadora e colaboradora na organização social, mulheres empenhadas no rompimento de vários obstáculos tem se evidenciado como líderes na pesquisa científica e tecnológica.

Ascom - Qual o papel da mulher na sociedade?

Miranda - A mulher tem papel fundamental na sociedade uma vez que a formação familiar é na maioria das vezes estruturada por ela. Um exemplo disso ocorreu na segunda guerra mundial onde as mulheres tiveram que assumir o mercado de trabalho para o sustento da família enquanto os homens estavam nos campos de batalha. Na sociedade moderna a mulher tem assumido diversos papéis além do comprometimento com a educação dos filhos, afazeres domésticos e sustento da família exercendo diversas profissões.

Ascom - Qual sua influência na pesquisa científica?

Miranda - Normalmente o papel do pesquisador da área ambiental é promover uma mudança de paradigma da sociedade com relação à preservação do meio em que ela habita. Tenho tentado ao longo desses anos criar formas de disseminação do conhecimento das Palmeiras e da forma como o aproveitamento dessas plantas estão inseridos na vida cotidiana das populações indígenas e tradicionais da Amazônia, além da população urbana.

Ascom - E as jovens mulheres que hoje estão integrando a comunidade científica, que conselho a senhora daria a elas?

Miranda - Com relação às mulheres jovens que pretendem ingressar na carreira científica a recomendação que eu daria seria o exercício contínuo da ética, o aprendizado amplo, o entendimento real das relações sociais com compartilhamento de idéias e ideais conjuntamente, a fim de tornar a sociedade mais justa e o reconhecimento dos que realmente labutam em prol da melhoria da qualidade do coletivo.

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