Pesquisador alerta sobre desmatamento no entorno de rodovias
Para Philip Fearnside, fator precisa ser levado em conta pelo governo.
Estradas levam outros atores de devastação à floresta, diz pesquisador.
Por: Dennis Barbosa
Do Globo Amazônia, em São Paulo
Há tempos ambientalistas apontam as rodovias como rotas que levam o desmatamento às diferentes regiões da Amazônia. O mapa com os focos de desmatamento mais recentes detectados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) parece comprovar esta teoria: as áreas de devastação se concentram ao redor de estradas como a Transamazônica, a BR 163 (Cuiabá-Santarém) e a BR-364.
“Isso é algo conhecido em muitos estudos. A estrada é algo que acelera o desmatamento fortemente”, afirma Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Em sua opinião, o governo precisa ter muito claro que a construção de rodovias é um fator fundamental para definir se em determinada região haverá desmatamento ou não, já que elas trazem todos os outros atores que contribuem para a destruição, como a especulação imobiliária, madeireiros, grileiros, entre outros. “Eles têm de levar em conta que esse é um processo que parte de uma decisão do governo”, diz.
Fearnside cita como exemplo o que aconteceu com a BR-364, que cruza Mato Grosso e Rondônia, rumo ao Acre. Asfaltada no começo dos anos 80, abriu uma grande frente de destruição, segundo Fearnside: “Hoje, em Rondônia, praticamente tudo que não está em reservas está desmatado”.
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