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Semana de C&T: Pensando no social, econômico e ambiental

  • Publicado: Sexta, 22 de Outubro de 2010, 00h00
  • Última atualização em Terça, 02 de Junho de 2015, 10h41

 

Ascom Inpa

Mesa redonda discutiu a sustentabilidade da Amazônia, responsabilidade ambiental e espécies frutíferas e hortaliças que podem ser utilizadas em ações sustentáveis, na manhã desta sexta-feira (22), no Auditório Rio Javari da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) durante a programação da 7ª SNCT

Por Wallace Abreu

Sustentabilidade ou insustentabilidade amazônica? Este foi o conflito de idéias no primeiro momento da mesa redonda comandada pelos pesquisadores Charles Clement, Carlos Bueno e Hugo Mesquita do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), como parte da programação da 7ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).

A palestra proferida por Clement tinha como eixo principal desvendar a famigerada sustentabilidade. Com o tema “A insustentabilidade da Amazônia”, o pesquisador enredou pelo tema de uma forma questionadora e inquieta. “As palavras do Charles dão uma puxada de orelha em todos nós. Uma palestra radical e importante para que possamos parar para avaliar nossas atitudes enquanto seres humanos”, comenta Bueno sobre a palestra de Clement.

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“Sustentabilidade: o uso da ciência e tecnologia para a inclusão social. Estamos falando de investimentos enormes, pois cada comunidade possui demandas diferentes. Trata-se de um desenvolvimento científico, tecnológico, político e social. Para que haja um real desenvolvimento sustentável é necessário mudança em nós humanos, e isso implica até no número de filhos que queremos ter. Só haverá um real desenvolvimento se todos colaborarem efetivamente para isso”, conclui Clement.

Bueno apresenta dados oficiais preocupantes relacionados à Amazônia. “A população na Amazônia triplicou nos últimos anos, enquanto no Brasil inteiro, este número apenas duplicou. Então, este aumento populacional acelerado e não pensado, a diminuição da população agrícola nos interiores amazônicos, realmente devem ser coisas a se pensar”, avalia.

Segundo Bueno, hoje temos cerca de 17% da Amazônia de áreas desmatadas, duas vezes a área geográfica da Alemanha, três vezes o Paraná, e embora muito já tenha sido feito, ainda temos desafios a enfrentar, como manter a floresta primária em pé, recuperar áreas desmatadas, desenvolver tecnologias para uso das várzeas e definir políticas públicas para a produção de alimentos apropriados à região amazônica.

O pesquisador ainda apresentou hortaliças e fruteiras que estão ou podem ser utilizadas em ações sustentáveis na Amazônia, como o mapati ou uva da Amazônia, araçá-boi, camu-camu, cupuaçu, pupunha, guaraná, tucumã, cubiu, taioba, espinafres e tantos outros. “Oportunidades e potenciais temos, o que falta são maiores investimentos. Se não fazemos, pessoas mais qualificadas e preparadas vêm e levam”, relata Bueno.

Já o pesquisador Hugo Mesquita falou sobre meio ambiente e responsabilidade ambiental, apresentando uma nova proposta para construir uma cultura ambiental em grupos resistentes e conflituosos, debatendo sobre o impacto de unidades de conservação da Amazônia e as discussões sobre mudanças climáticas.

“Falar sobre meio ambiente é difícil, levando em consideração que cada ser humano de acordo com sua criação, sua cultura, cada um constrói sua realidade, sua idéia de meio ambiente, sua percepção sobre este. Agora, seja qual for seu meio ambiente, cada um deve ter responsabilidades sobre ele”, afirma Mesquita.

De acordo com o pesquisador, o ser humano é um ser BIO PSICO SOCIAL, dependente de uma série de leis, ordens impostas, mas que possui um cérebro que fará com que ele transforme esses comandos de acordo com sua realidade. O cotidiano biológico, o equilíbrio psicológico e as relações sociais de um ser humano mudam frente a uma nova proposta.

“Remeta essas informações às pessoas que moram em áreas que hoje são unidades de conservação. Antes elas possuíam um comportamento e após ordens, comandos, elas não podem mais pescar, caçar. A mudança leva à insegurança, que leva à resistência, que leva a realização de um trabalho para que haja um consenso. Ou todos estão juntos, ou não há nada”, conclui Mesquita.

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