ONG Reviva visita Inpa para conhecer tecnologia do purificador de água que levará para África
Foto: Fernanda Farias/Ascom Inpa
O pesquisador do Inpa, Rolland Vetter explica que o sistema
solar de purificação de água é capaz de tornar águas sujas de
rios e lagos em água potável livre de germes.
Na luta para captar patrocinadores, para levar o quanto antes a tecnologia para a Moçambique, os membros da ONG já conseguiram apoio de algumas empresas (Acrilex, Restaurante The Burger Map) e personalidades da TV, como o jornalista Felipe Andreoli e a apresentadora Karina Oliani
Texto e foto: Fernanda Farias/Ascom Inpa
Após observar em viagem a Moçambique o quão grande era a má qualidade da água que os habitantes utilizam para beber, a ONG Reviva, que visa uma sociedade mais justa, teve a ideia de levar para o país, a tecnologia confeccionada pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) Rolland Vetter, o “ecolágua” que purifica a água apenas com energia solar.
O membro da ONG, e um dos fundadores, Bruno Silvestre, conta que conheceu a tecnologia de purificação de água do Instituto por meio de um amigo e assim viu a possibilidade de mudar a vida de várias pessoas. “Achamos incrível o que ele era capaz de fazer. A tecnologia trata água por meio de energia solar, não dependendo de energia elétrica, o que ótimo para países pobres, pois eles não têm acesso à eletricidade”, comentou.
Após Moçambique os jovens da Reviva desejam ajudar outros países que vivem na mesma situação. “Queremos ser a primeira ONG brasileira a exportar este benefício que trará resultados incríveis nessas regiões remotas. O “ecolágua”, sem dúvidas, é uma possibilidade de melhoria de vida que deve ser explorada e espalhada pelo mundo todo", afirmou o jovem.
Para a coordenadora de Extensão Tecnológica, responsável pelo tramite com as empresas interessadas em comercializar as patentes geradas no instituto, ações como está mostram a importância de transferir as pesquisas dos laboratórios para a sociedade. “Essa tecnologia é uma patente protegida que foi transferida para a empresa QLuz e sem dúvida tem uma importância social incontestável. O instituto procura cada vez mais fazer parcerias como estas para que os benefícios da pesquisas cheguem para população”.
Tudo começa com uma boa ideia
Segundo a ONG, tudo começou quando Beatriz Marcelino (19), membro da Reviva, fez a sua primeira viagem para Moçambique, a jovem que na época tinha apenas 17 anos, deparou-se com um cenário alarmante. “A condição da água que as pessoas utilizavam para beber era assustadoramente suja e havia milhares de germes que causavam várias doenças e até a morte”, relatou a jovem.
A partir deste acontecimento os membros da ONG se reuniram e lançaram a campanha #EuNãoVivoSem. De acordo com Beatriz, o projeto transmite a essência da água para a sobrevivência humana. “Levantamentos da ONU mostraram um cenário assustador, cerca de 900 milhões de pessoas no mundo não possuem acesso à água de qualidade. O projeto quer mostrar exatamente isto, que água potável é fundamental para o desenvolvimento de uma vida saudável e é direito de todos”.
Bruno relata também que a primeira etapa, uma visita ao continente africano para realizar pesquisas da qualidade da água e assim verificar se o purificador de água será eficaz no local, foi concluída com êxito graças ao esforço dos voluntários. “Enviamos cinco voluntários da ONG em novembro de 2014, por meio de financiamento coletivo. E a campanha foi um sucesso”, contou.
Purificador de água (Ecolágua)
O pesquisador do Inpa, Rolland Vetter explica que o sistema solar de purificação de água, nominado pela empresa QLuz (responsável pela comercialização em escala), de ecolágua, trata-se de um sistema solar capaz de tornar águas sujas de rios e lagos em água potável livre de germes. A tecnologia, que utiliza a radiação ultravioleta tipo C, já foi testado com sucesso em aldeias remotas na região Amazônica.
“O equipamento é compacto e agrupa tudo em uma única caixa movida por energia solar, purifica 400 litros de água por horas, pesando apenas 13 Kg e permitindo 10.000 horas vida da lâmpada. O investimento do aparelho pode variar dependo das condições onde o aparelho será instalado”, informou o pesquisador.
Reviva
A ONG Reviva foi fundada em 2013 por jovens dispostos a mudar além do que suas próprias vidas. Organizando projetos com crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, juntos trabalham para melhorar a educação e promover melhores oportunidades para crianças do Brasil e de Moçambique.
Conheça mais sobre o trabalho da ONG no site ongreviva.org e acompanhe as ações na fanpage.
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