Ampa e Inpa inauguram casa flutuante para pesquisas e atividades de interação com o boto-vermelho
A plataforma flutuante será inaugurada na próxima terça-feira (2 de junho), na comunidade ribeirinha São Thomé (Iranduba-AM). O empreendimento faz parte estratégia de conservação para o boto-vermelho, que sofre pressão pela ocupação humana
Da Redação da Ascom - Inpa*
Foto: Acervo Ampa
Servir de base para pesquisas e atividades turísticas de interação com os botos da região. Estes são os objetivos da plataforma flutuante “Amigo do Boto-vermelho”, uma espécie de casa sobre as águas, que a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) inauguram, na próxima terça-feira (2), na comunidade ribeirinha São Thomé, no município de Iranduba (a 80 quilômetros de Manaus).
A plataforma faz parte do projeto Ecoturismo Amigo do boto-vermelho da Amazônia, idealizado pela Ampa e financiado pela Oi Futuro. O projeto tem como objetivo promover o turismo sustentável, melhorar a renda da comunidade ribeirinha, reabilitar e fomentar o bem-estar de crianças portadoras de necessidades especiais, além de contribuir com a conservação ambiental, por meio da implantação de uma estrutura flutuante receptiva.
Para o diretor executivo da Ampa, Jone Silva, a construção da plataforma é uma estratégia de conservação para o boto-vermelho (Inia geoffrensis) que sofre uma grande pressão pela ocupação humana. “E, nos últimos anos, vem sendo caçado indiscriminadamente para ser utilizado como isca na pesca de um peixe chamado piracatinga que no Brasil é comercializado com o nome de douradinha”, disse.
Ainda de acordo com o diretor, com a inauguração do flutuante pretende-se sensibilizar o maior número de pessoas, proporcionando uma experiência única de conhecer e nadar com os botos da Amazônia e ainda ter a oportunidade de aprender sobre as ameaças que estes animais sofrem.
A comunidade São Thomé ficou conhecida no país, após ser destaque no programa de televisão.
Sobre o flutuante
O “Flutuante Amigo do Boto-vermelho” foi construído com madeira manejada extraída de Reservas de Desenvolvimento Sustentável da região do baixo rio Negro e é equipado com um sistema de tratamento de efluentes. Todo o resíduo gerado no banheiro do flutuante passa por um processo de purificação e a água retorna ao rio com características muito similares à natural.
Além disso, o flutuante adota o sistema de coleta de lixo e destinação adequada dos resíduos coletados. Equipado com painéis solares, possui autonomia para produzir e armazenar sua própria energia elétrica.
Turismo de observação
O turismo de observação de animais em vida livre vem crescendo e o Amazonas é o sétimo destino nessa área no mundo. O turismo com os botos, nos rios amazônicos, já ocorre há mais de uma década, mas a atividade não é feita de forma sistematizada.
O boto-vermelho é um mamífero aquático endêmico da região amazônica e está classificado como dados insuficientes pela Unidade Internacional de Conservação da Natureza (IUCN) e aparece no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Com uma biologia totalmente adaptada para se deslocar na floresta alagada, é um animal dócil e muito curioso. Tem uma distribuição ampla nos rios da Amazônia brasileira, boliviana, colombiana, equatoriana e venezuelana.
*Com informações da Ascom Ampa
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