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Inpa recebe grupo de produção de biochar

  • Publicado: Terça, 17 de Agosto de 2010, 00h00
  • Última atualização em Terça, 26 de Maio de 2015, 09h42

 

Ascom Inpa

O Biochar é uma espécie de carvão feito a partir da queima, em laboratório, de materiais e resíduos naturais descartados

Por Clarissa Bacellar e Wallace Abreu

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) recebeu nesta segunda-feira (16) o diretor executivo da KANSAI Corporation, Yoshiaki Umezawa, e o presidente da Japan Biochar Association, Makoto Ogawa, para a realização de palestra intitulada “Biochar Research in Japan”.

A palestra teve como objetivo apresentar aos pesquisadores, estudantes e agricultores como o biochar, ou bio-carvão, pode ser utilizado na recuperação de áreas degradadas através da queima controlada de produtos orgânicos para a fertilização do solo.

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O Biochar (bio-carvão) é uma espécie de carvão feito a partir da queima em laboratório de materiais verdes. Depois de produzido, o Biochar é enterrado para a fertilização do solo. Os especialistas ainda analisam quais espécies de plantas podem ser usadas para produzir o Biochar.

Segundo o pesquisador da Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas (CPCA) do Inpa, Newton Falcão, além da palestra para a divulgação do trabalho dos japoneses com o biochar, eles também vieram com o intuito de conhecer as técnicas de produção e uso do biochar realizado pelos pesquisadores do Inpa.

“Eles tem o interesse de conhecer nossos trabalhos sobre biochar, mas usando diferentes espécies, diferente temperatura de carbonização. E também conhecer nossos trabalhos com a terra preta, realizando um intercâmbio técnico e científico, e no futuro, se houver interesse, empresarial”, enfatizou.

A troca de conhecimentos sobre o biochar e técnicas de manejo de solos é um dos focos principais da visita dos japoneses ao Inpa. No Japão, o biochar é produzido há 14 anos e vendido do norte ao sul no país. “Quando você começa a pensar no nosso tema, na terra preta, biochar, bio-carvão, pouca gente percebe que os japoneses já trabalham com isso há anos, e não só os japoneses, como asiáticos, usando resíduos de carvão, proveniente da palhada de trigo, de arroz, de grãos, a quantidade descartada, usando-os como uma forma de melhorar condições físicas, químicas e biológicas do solo. Faz parte da colaboração internacional, troca de idéias, troca de conhecimentos”, reforça.

Cerca de 100 empresas fabricam o biochar no Japão. O Brasil e o próprio Estados Unidos começaram a divulgar apenas cinco anos. “Então hoje o mundo inteiro está interessado nisso, porque quando você fala em produzir biochar, não significa você sair desmatando e queimando do jeito que é feito hoje em dia. Significa pegar os resíduos que estão sendo descartados, que estão sendo subutilizados, resíduos da produção florestal, resíduo da produção agrícola, de restos de animais, de dejetos de animais. O mundo inteiro está trabalhando hoje pensando em como pegar esses resíduos e biocarbonizar, porque quando você produz o biochar, realmente está estocando carbono, de uma maneira estável e a longo prazo. E o foco em que estamos pensando, é como estocar carbono de uma maneira segura e estável sem sofrer degradação ao longo do tempo, além de recuperar áreas degradadas, desenvolver agricultura familiar sustentável e produtiva e estocar carbono”, explica Falcão.

Uma comissão de trabalho composta de pesquisadores do Brasil e Japão será formada com o objetivo de buscar as soluções benéficas para recuperação dos solos degradas no mundo.

A Terra preta

A chamada terra preta de índio está presente em várias áreas da Amazônia. Segundo especialistas, ela é fruto do processo de queima controlada feita por indígenas da região. O que os cientistas analisam agora é de que forma os índios pré-colombianos fizeram esse processo. O Inpa integra uma rede internacional que estuda o tema com a finalidade de favorecer a agricultura regional.

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