Alunos de iniciação científica expuseram trabalhos na SBPC
Ascom Inpa
Os trabalhos apresentados são resultados de pesquisas desenvolvidos por alunos de iniciação científica do Inpa
Por Josiane Santos
Natal – RN
Alguns alunos de Iniciação Científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) que participam do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) financiado pelo Conselho Nacional de desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Programa de Apoio a Iniciação Científica (Paic) da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) apresentaram seus trabalhos na Seção de Pôsteres na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
Os trabalhos foram expostos aos visitantes que puderam conhecer algumas das pesquisas desenvolvidas no Instituto.
Tudo se transforma
Geralmente a amêndoa do tucumã, parte branca após o caroço, tem como resultado final o lixo. Mas segundo a pesquisa desenvolvida pela aluna do Pabic Kethelin Batista Miranda Galeno reaproveita a amêndoa para produção de biodisel. “O nosso projeto de diferencia de outros trabalhos na área, visto que nossa preocupação é geração de energia elétrica em comunidades isoladas no interior do Amazonas”, explica Galeno.
As amêndoas foram coletadas nas feiras de Manaus e extraídas o óleo com alto índice rendimento (60%) maior que os demais óleos. O projeto está em fase de testes em algumas comunidades isoladas do estado do Amazonas, onde substituem o diesel pelo óleo de amêndoas de tucumã nos geradores de energia elétrica.
Galeno destaca o reaproveitamento do que antes ia para o lixo. “Isso é um resíduo que vai para o lixo, então, em vez de produzir biodiesel com alimento é mais rentável fazer biodiesel com resíduo químico”, explica.
O orientador e co-orientador do projeto são os pesquisadores Sérgio Nunomura e Roberto Figliuolo, respectivamente.
Qualidade da água
O aluno de Iniciação Científica do Michel Jader de Oliveira Miranda apresentou uma pesquisa que avalia a qualidade da água dos poços artesianos do município de Novo Airão, distante à 200 Km de Manaus.
A pesquisa intitulada “Hidroquímica das águas subterrâneas da cidade de Novo Airão AM-Brasil” durou dois anos, e analisou amostras das águas de 12 poços artesianos do município no período da cheia e vazante do Rio Negro. O orientador do projeto é o pesquisador da Coordenação de Pesquisas em Clima e Recursos Hídricos (CPCR) Márcio Luiz da Silva.
As amostras eram analisadas na CPCR observando as funções químicas: nível de acidez da água (Ph), quantidade alérgica e bacteriológica. A pesquisa constatou que 70% água dos poços estão aptas para o consumo e 30% apresenta um nível de Ph (variável entre 4,7 a 7,04) acima da média, sendo imprópria para o consumo. A média para região é 3,1 a 5,3.
Oliveira explica que a possível razão para o alto Ph pode ser conseqüência da ação do homem ou fatores externo. “O ph alto pode ser referente à ação do homem, ao mau funcionamento do poço (infiltração) ou pela própria formação que ele se encontra”, explica Oliveira.
Economia de tempo e dinheiro
Outra pesquisa apresentada na SBPC foi a do aluno Kauê Feitosa D. de Sousa da Coordenação de Pesquisas em Silvicultura Tropical (CPST). A pesquisa buscou determinar a temperatura adequada para germinação da castanha-da-amazônia (Bertholletia excelsa) para fornecer subsídio na elaboração da Regras para Análise de Sementes (Rais) com a espécie castanha. A orientadora da pesquisa é Isolde Ferraz da CPST.
A Rais é um conjunto de normas publicadas pelo Ministério da Agricultura para realização das análises de um lote de sementes em laboratórios. As regras variam de acordo com a espécie estudada. Segundo Souza, no Brasil, as Rais existentes são em maioria para espécies agronômicas. A última Rais de espécies florestais amazônicas publicadas foi ano passada.
De acordo com Sousa, a pesquisa visa economia de tempo e dinheiro no processo de germinação da castanha. “A temperatura é importante determinar para que o processo de análise da semente em laboratório seja mais rápido, porque na temperatura ótima a semente demonstra potencial de germinação em menor tempo, reduzindo o tempo de análise do técnico em laboratório”, concluiu Souza.
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