Inpa recebe o 10º filhote de peixe-boi só este ano
Ascom Inpa
Só neste primeiro semestre de 2010, o Inpa já recebeu o 10º filhote de peixe-boi. O animal, uma fêmea de aproximadamente três meses, foi encontrado por um pescador no município de Silves e trazida ao LMA na tarde de 14
Por Séfora Antela
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), por meio do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), recebeu ontem (14) mais um filhote de peixe-boi (Trichechus inunguis), o décimo resgatado só este ano.
O animal foi trazido ao Parque Aquático Robin C. Best no Inpa pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), que fez o traslado do filhote para a capital Amazonense. Segundo o Ibama, ele foi encontrado por um pescador da comunidade Cristo Rei do município de Silves, interior do Amazonas.
O peixe-boi está recebendo os cuidados necessários para a sua reabilitação pela equipe da Associação Amiga do Peixe-boi (Ampa) e agora passará por um período de quarentena para que ele se adapte a vida em cativeiro. Conforme o veterinário da Ampa/LMA Anselmo d’Affônseca, esse é um período importante para o sucesso da reabilitação.
“Nessa fase, os cuidados são redobrados. O estado de saúde desse filhote inspira cuidados. Ele está um pouco abaixo do peso e com alguns arranhões. Agora, o procedimento é observar a adaptação dele ao cativeiro”, explica.
Aumento do número de resgate
Esse é o 10º filhote de peixe-boi encaminhado ao LMA. “Só em 2009, 10 filhotes foram trazidos para o laboratório. Esse número foi recorde até então. Acreditamos que a explicação para esse crescimento tenha duas hipóteses: a primeira possibilidade é que as pessoas podem estar mais conscientes sobre a preservação do peixe-boi e aí estão trazendo os animais aqui para nós; a segunda teoria é o aumento da caça, uma vez que as mães são capturadas, o número de filhotes órfãos aumenta”, ressalta a pesquisadora da Ampa/LMA Isabel Reis.
A bióloga esclarece ainda que esse mamífero necessita de cuidados especiais, se retirado de seu habitat. “A nossa orientação inicial é que as pessoas não tentem criar esses animais em casa, porque eles precisam receber uma alimentação adequada. Além disso, a gente recomenda que quando um filhote de peixe-boi for avistado sozinho que a pessoa possa observar por alguns minutos se a mãe está por perto, se ele de fato estiver sozinho, aí sim, entrem em contato com os órgãos ligados ao meio ambiente para fazerem o mais rápido possível o resgate”, ressalta Reis.
Com o novo filhote, os tanques de peixe-boi do LMA abrigam 45 animais no total, desses 11 são filhotes. O peixe-boi tem sido alvo de estudos há mais de 35 anos pelo Inpa, e há quase 10 anos é protegido pela Ampa.
Seja você também um amigo do peixe-boi
A preocupação com a causa da conservação da natureza e, consequentemente, com a preservação dos mamíferos aquáticos da Amazônia é uma crescente. Desde a última década, a Ampa tem recebido o apoio de pessoas físicas e jurídicas para a realização de suas ações de pesquisas, resgate e reabilitação de animais em cativeiro, o que comprova a afirmativa anterior. Graças a essas pessoas, foi possível ampliar os projetos de campanhas ambientais e reabilitar mais de 80 mamíferos aquáticos. Atualmente, a Ampa conta com dois programas de filiação, um para pessoa física denominado Amigo do Peixe-boi, e outro para pessoa jurídica a Empresa Amiga do Peixe-boi.
Entre em contato com a Ampa e veja como se tornar uma pessoa ou uma empresa ambientalmente responsável e envolvida com as causas ambientais da Amazônia, por meio do site www.ampa.org.br, ou pelos telefones (92) 3184-3882 ou (92) 3084-0446.
Ajude a salvar uma vida
Os números para a população entrar em contato em casos semelhantes são: o Batalhão de Policiamento Ambiental, 3214-8904 e o 190; o do Ibama, 3613-3094 e da Ampa 3184-3882
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