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Inpa terá o primeiro centro especializado em estudos de quelônios de água doce do mundo

  • Publicado: Quarta, 04 de Março de 2015, 15h38
  • Última atualização em Terça, 24 de Março de 2015, 11h05

 

foto: Eduardo Gomes/Acervo Ascom Inpa

Segundo o pesquisador do Inpa Richard Vogt, a inauguração do Cequa é uma realização importante para a conservação da espécie.

“O Cequa possibilitará para muitos pesquisadores do mundo todo, uma grande oportunidade para descobertas e avanços científicos com esse grupo de animais (quelônios) tão importante para a fauna mundial”, disse um dos membros do Projeto Tartarugas da Amazônia, o mestrando Fabio Cunha

Por Luciete Pedrosa/Ascom Inpa

Foto: Eduardo Gomes/Acervo Ascom Inpa

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), juntamente com o Projeto “Tartarugas da Amazônia: Conservando para o Futuro” inauguram, na próxima quinta-feira (12), às 17h, o primeiro centro do mundo especializado em estudos de quelônios de água doce. Trata-se do Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa), situado no Bosque da Ciência, próximo ao Lago Amazônico, com a proposta de desenvolver pesquisas, conservação de tartarugas e educação ambiental.

De acordo com o coordenador do Projeto Tartarugas da Amazônia e um dos maiores especialistas em conservação e ecologia de tartarugas de água doce, o pesquisador do Inpa Richard Vogt, a inauguração do Cequa é uma realização importante para a conservação. “É um projeto inédito e não existe, no mundo, nenhum outro centro de estudos nesse porte para conservação de tartarugas de água doce”, ressaltou.

Vogt explica que o Cequa foi construído com recursos financeiros da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. O pesquisador conta que o prédio contará com uma estrutura capaz de dar apoio aos pesquisadores nos experimentos em lagos, praias para desova e incubadoras para os filhotes.

Construído numa área de aproximadamente mil metros quadrados, o prédio do Cequa contará com quatro aquários de 4m x 7m onde estarão expostos exemplares de tartarugas amazônicas vivas (tracajá, iaçá, cabecudo, irapuca e mata-matá). Também haverá um ambiente de terrário contendo exemplares menores, como jabuti machado, perema, lalá, muçuã, dentre outros.

Além disso, o Cequa também contará com um auditório com capacidade para 65 pessoas, um amplo laboratório para estudos das espécies de tartarugas da Amazônia e uma biblioteca para pesquisadores e alunos dos programas de pós-graduação do Inpa vinculados ao projeto. Em cada ambiente, os visitantes terão informações sobre a conservação, ecologia e biologia das espécies. Os recintos dos animais no Centro simularão os habitats da natureza, com isso os visitantes poderão ter uma noção de como e onde os quelônios da Amazônia vivem.

Avanços científicos

O mestrando Fabio Cunha, do curso de pós-graduação de Biologia de Água Doce e Pesca Interior (Badpi) e um dos membros do Projeto Tartarugas da Amazônia, conta que recebe com grande empolgação a notícia da inauguração do Cequa. “Com um centro de estudos desse porte possibilitará para muitos pesquisadores do Brasil e do mundo uma grande oportunidade para descobertas e avanços científicos com esse grupo de animais tão importante (quelônios) para a fauna mundial”, disse o mestrando.

No Brasil, segundo cunha, são conhecidas 31 espécies de quelônios continentais, representadas por tartarugas, cágados e jabutis. A população de quelônios é uma das que mais sofre pressão. Alguns estão na lista das espécies ameaçadas de extinção e um dos motivos é o declínio populacional desses animais, a exemplo das tartarugas-da-Amazônia que estão entre os animais mais capturados ilegalmente por seu grande valor econômico.   

 

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