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No Inpa, casca do maracujá vira biscoito

  • Publicado: Domingo, 20 de Junho de 2010, 20h00
  • Última atualização em Segunda, 18 de Maio de 2015, 10h08

 

O biscoito é um dos produtos mais consumidos pela população brasileira, principalmente, por crianças e adolescentes. No entanto, possui alto teor de açucares e de calorias

Por Josiane Santos

As sementes, cascas e bagaços da maioria das frutas são jogados no lixo depois que a polpa é usada para a produção de alimentos. Com o maracujá, rico em vitamina C e Complexo B, as coisas não são diferentes. Uma estimativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostra que 90% das cascas e sementes da fruta são desperdiçadas.

Mas o projeto de mestrado de Carlos Victor Bessa do curso de Ciências de Alimentos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) reaproveita o que antes era jogado no lixo em produto comestível. Bessa desenvolveu um biscoito de alto valor nutritivo a partir da casca do maracujá. O projeto foi orientado pela pesquisadora Jerusa Souza Andrade da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos (CPTA) do Inpa e pela doutora Lidia Medina de Araújo da Ufam.

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Segundo o mestrando, a finalidade do trabalho é mostrar que os resíduos de frutas, que tem como único destino o lixo, podem servir para criar alimentos e substituir ingredientes pouco saudáveis por outros mais saudáveis desenvolvendo um alimento saboroso e com propriedades funcionais. Essa foi uma das motivações para Bessa iniciar em 2008 seus estudos.

Elaboração do produto

As etapas de elaboração do biscoito envolvem a lavagem do fruto, o descasque, a separação do albedo (parte branca do maracujá) e a criação de uma farinha misturada a outros ingredientes para produzir o biscoito.

Assim, incorporado o albedo (parte branca) desidratado da casca do maracujá na farinha de trigo; a troca do açúcar comum por xilitol - adoçante de baixa caloria e que inibe a incidência de cáries; a troca da manteiga ou margarina por óleo vegetal resultou em um biscoito rico em fibras, menos calórico, mais saudável e com propriedades funcionais.

Valor nutricional

As fibras do albedo do maracujá ingeridas com regularidade e quantidade certa são indicadas para prevenção ou tratamento de diabetes, prisão de ventre (constipação intestinal), câncer de cólon, diabetes, colesterol alto (hipercolesterolemia) e obesidade.

Bessa afirma que a Região Norte apresenta grande deficiência em consumo de fibras, apesar da grande biodiversidade da região e a finalidade é mostrar que esses resíduos podem ser reaproveitados. Pois, hoje, grande parte da população apresenta sérias dificuldades para obtenção de alimentos.

Os biscoitos se produzidos em maior escala e incluídos nos sistemas de alimentação coletiva e na alimentação escolar, além de práticos, podem sair de um grupo seleto de consumidores e atingir um maior número de consumidores.

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