Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Você está aqui: Página inicial > Últimas Notícias > Inpa implantará purificador de água em aldeia Yanomami, no Amazonas
Início do conteúdo da página
Notícias

Inpa implantará purificador de água em aldeia Yanomami, no Amazonas

  • Publicado: Segunda, 18 de Maio de 2015, 09h49
  • Última atualização em Quinta, 03 de Setembro de 2015, 10h54

Estamos interessados em ajudar os indígenas da aldeia Yanomami, que estão morrendo por causa do consumo de água poluída”, relatou o inventor do equipamento, o pesquisador do Inpa Roland Vetter

Por Luciete Pedrosa/Ascom Inpa

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio da Coordenação de Tecnologia Social (COTS), implantará uma unidade do purificador de água, que utiliza raios ultravioleta para a desinfecção de água contaminada de rios, tornando-a potável em poucos segundos, em uma das 12 aldeias Yanomami, localizadas no município de Santa Isabel do Rio Negro (distante 630 quilômetros de Manaus). O equipamento, que será implantado no segundo semestre de 2015, beneficiará cerca de 150 indígenas que enfrentam problemas graves de saúde por causa do consumo de água poluída.

O coordenador do Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya), associação civil e sem fins lucrativos, Silvio Cavuscens, e a enfermeira Sylvie Petter visitaram na manhã desta quinta-feira (14) o Inpa para conhecer o equipamento. O inventor do aparelho, anteriormente nomeado “Água Box”, o pesquisador Roland Vetter explicou o funcionamento da invenção capaz de desinfectar a água contaminada, porque os micro-organismos em contato com os raios ultravioleta tipo C perdem a capacidade de se multiplicarem.

De acordo com o pesquisador, a luz provoca um dano fotoquímico instantâneo no material genético das microbactérias, o que causa o efeito desinfectante. O equipamento de tamanho compacto pesa 13 quilos, purifica até 400 litros de água por hora, utiliza energia solar e bateria, e a vida útil da lâmpada ultravioleta é de 10 mil horas (o equivalente a três anos de duração).

O invento passou a ser disponibilizado no mercado para venda, agora chamado de “Ecolágua”, no segundo semestre de 2014, pela empresa amazonense Qluz Econergia, que assinou, em 2012, acordo de transferência da tecnologia desenvolvida pelo Inpa, por meio da Coordenação de Extensão Tecnológica e Inovação (Ceti).

A tecnologia já foi implantada em 19 comunidades do município de Benjamim Constant, além de 10 equipamentos instalados em oito aldeias indígenas. No próximo dia 10 de julho, o Inpa instalará dois aparelhos em Nampula, no interior de Moçambique, na África.

Estamos interessados em ajudar os indígenas da aldeia Yanomami que estão morrendo por causa do consumo de água poluída. Por isso vamos instalar o mais rápido possível uma unidade experimental do purificador de água na aldeia”, disse o pesquisador Vetter.

águabox

 

Para Cavuscens, a expectativa de instalar o purificador de água em uma das aldeias Yanomami é muito grande pelo fato de há muito anos a Secoya estar buscando soluções para reduzir a questão da desnutrição materno-infantil. “Outros problemas de saúde estão afetando a saúde dos Yanomami por conta da má qualidade da água consumida pelos indígenas”, diz o coordenador da associação. “Para nós, este invento do Inpa é um achado, porque é uma solução de baixo custo e de fácil implantação, o que permitirá aos indígenas ganharem qualidade de vida”, acrescentou.   

Cavuscens conta que há quatro anos a Secoya, iniciou um programa de educação em saúde junto à população dos Yanomami no Amazonas, que permite envolver a população na resolução preventiva dos problemas de saúde que atinge a comunidade indígena. Segundo ele, este programa vem sendo desenvolvido mediante três vertentes principais: trabalho de prevenção, controle social e valorização da saúde tradicional.

Na opinião da coordenadora de Tecnologia Social (COTS/Inpa), Denize Gutierrez, esta é mais uma demanda de problema de saúde de veiculação hídrica por contaminação biológica no qual crianças estão morrendo. “Por isso temos que interferir e dar a nossa contribuição”, disse. 

   

registrado em:
Fim do conteúdo da página