Inpa inaugura o primeiro Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia

Os visitantes terão informações sobre a conservação, ecologia e biologia das espécies

O centro de pesquisas proporcionará aos pesquisadores apoio nos experimentos em lagos, praias para desova e incubadoras para os filhotes. “É um projeto inédito e não existe, no mundo, nenhum outro centro de estudos nesse porte para conservação de tartarugas de água doce”, diz o pesquisador Richard Vogt

Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa 

Foto: Lorena Andrade – Ascom Inpa

Com o objetivo de desenvolver pesquisas, conservação de tartarugas e educação ambiental, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), inaugurou, na tarde da última quinta-feira (12), nas dependências do Bosque da Ciência, o Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa), o primeiro centro do mundo especializado em estudos de quelônios de água doce. 

A inauguração contou com a participação do diretor do Inpa, Luiz Renato de França, e do coordenador do Programa Quelônios da Amazônia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília, Roberto Victor Lacava, dentre outras autoridades convidadas.

Para o diretor do Inpa, o Cequa é de grande importância para o Instituto, tendo em vista tratar-se de um centro de referência mundial que vem somar para a pesquisa na área de quelônios de água doce, no Brasil e no mundo. “Além disso, vai melhorar o acervo do Bosque da Ciência e, na área de visitação, é um atrativo a mais para os visitantes”, disse França.

Construído numa área de aproximadamente 800 metros quadrados, o novo prédio do centro de pesquisas conta com quatro aquários de 4m x 7m, onde estarão expostos exemplares de tartarugas amazônicas vivas (tracajá, iaçá, cabeçudo, irapuca e mata-matá), além de um ambiente de terrário contendo exemplares menores, como jabuti machado, perema, lalá, muçuã, dentre outros.

Os visitantes terão informações sobre a conservação, ecologia e biologia das espécies. Os recintos dos animais no Cequa simularão os habitats da natureza, com isso os visitantes poderão ter uma noção de como e onde os quelônios da Amazônia vivem.

De acordo com o coordenador do Programa Quelônios da Amazônia/Ibama, Roberto Lacava, o Inpa sempre foi um grande apoiador dos projetos do Instituto. “A inauguração do Cequa será fundamental para ajudar a autarquia na conservação desses quelônios, que é um dos mais importantes programas do Ibama. O conhecimento gerado nesse centro de pesquisas será muito importante para nos ajudar”, disse o coordenador.

O Cequa foi construído com recursos financeiros da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, com investimentos na ordem de R$ 3.437.726,55. A obra teve, ainda, uma contrapartida do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com o projeto de revitalização do Bosque da Ciência, juntamente com recursos do Inpa no montante de R$100.000,00.

Durante 25 anos, o pesquisador Richard Vogt vem se dedicando às pesquisas de quelônios de água doce na Amazônia e agora vê com muito orgulho uma de suas realizações profissionais sendo concretizada. Para ele, o centro de pesquisas proporcionará aos pesquisadores apoio nos experimentos em lagos, praias para desova e incubadoras para os filhotes. “É um projeto inédito e não existe, no mundo, nenhum outro centro de estudos nesse porte para conservação de tartarugas de água doce”, ressalta Vogt.

Para o professor da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Clayton Fantin, o Cequa já vinha sendo pensado, há algum tempo, e agora com a inauguração será um local de encontro entre os pesquisadores da área. “Isto, também, vai facilitar o que, nós pesquisadores, temos para divulgar para a sociedade a respeito da conservação e educação ambiental relacionadas aos quelônios da Amazônia”, disse.

Já o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Paulo Andrade, o Cequa é um centro que reunirá as pessoas que têm interesse na área, não só os pesquisadores, mas a sociedade em geral. “O Amazonas é conhecido tradicionalmente pelo hábito de consumir quelônios, e as pessoas terão oportunidade de conhecer, nesse centro de pesquisas, os estudos que são desenvolvidos na região nas mais diversas áreas. Quem sabe compreendendo melhor esses bichos, a sociedade saiba utilizá-los de forma adequada”