Pesquisas feitas no Inpa resultam em cereal matinal e snacks à base de pupunha e açaí
Estes produtos podem tornar-se, também, uma ótima alternativa para complementar a alimentação infantil, inclusive, nas escolas
Os novos produtos são ricos em fibras, minerais e vitaminas, além de conter alto teor de potássio e baixo teor de sódio. Pode tornar-se uma alternativa para complementar a alimentação infantil
Texto e foto: Lorena Andrade / Ascom Inpa
O açaí e a pupunha são dois frutos amazônicos bastante conhecidos na região e podem ser consumidos de diversas formas: sucos, doces, sorvetes e geleias. A variedade é grande e agora mais duas opções entram para a lista. Pesquisas feitas no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI) resultaram em snacks (uma espécie de salgadinhos em pacote) e cereal matinal feitos com essas frutas.
Os pesquisadores do Instituto, Francisca Souza e Jaime Paiva Lopes Aguiar, foram os responsáveis pelas criações, juntamente com os estudantes de mestrado em Ciências de Alimentos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ivone Lima Santos e José Carlos de Sales Ferreira.
As pesquisas duraram, em média, dois anos e foram realizadas no Laboratório de Físico-Química de Alimentos, vinculado à Coordenação de Sociedade, Meio Ambiente e Saúde (CSAS/Inpa), e no Laboratório de Cereais, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp/SP).
De acordo com os pesquisadores, a ideia veio em aproveitar os frutos amazônicos e elaborar novos produtos, ou enriquecer os já existentes. “Produzido a partir do processo de extrusão, é feita uma mistura da farinha de pupunha com a de milho, e uma mistura de farinha de açaí, também, com a de milho, que é a base de todo cereal e snacks, e com um tratamento térmico o produto se torna mais leve”, explica Aguiar.
Valor nutricional
“Os snacks de açaí e o cereal matinal de pupunha foram produzidos com valor nutricional superior aos tradicionais feitos à base de milho”, explica a líder do Grupo de Pesquisas em Alimentos e Nutrição na Amazônia, da CSAS/Inpa, Francisca Souza. Segundo ela, esses novos produtos são ricos em fibras, minerais e vitaminas, além de conter alto teor de potássio e baixo teor de sódio.
Para Souza, que é doutora em Biotecnologia, estes produtos podem tornar-se, também, uma ótima alternativa para complementar a alimentação infantil, inclusive, nas escolas. “Poderia sem nenhum problema ser adicionado aos lanches escolares, pois os snacks têm uma aparência e sabor que agradam as crianças”, explica Souza, acrescentando que conseguiram ajustar o sabor ao gosto de todos sem interferir nos valores nutricionais.
Interesse comercial
As invenções fazem parte dos seis depósitos de pedidos de patente que o Inpa solicitou, no final de 2014 junto ao Instituto Nacional de Proteção Industrial (Inpi). Com sua patente solicitada, os pesquisadores aguardam que alguma empresa se interesse em produzi-los para que os produtos possam ser comercializados.
De acordo com a coordenadora de Extensão de Tecnologia e Inovação (Ceti/Inpa), Rosangela Bentes, o empreendedor interessado em ter acesso a essa tecnologia para desenvolvimento e comercialização, pode entrar em contato pelo telefone (92) 9-9146-6604 ou, ainda, pelo e-mail robentes@inpa.gov.br para as tratativas de apresentação da tecnologia e negociação para licença de exploração.
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