Pesquisa melhora conservação da semente do Tucumã
Ascom Inpa
A dissertação da mestranda Elizabeth Rodrigues Rebouças estudou a dessecação e conservação de sementes de Tucumã. O trabalho será defendido quarta-feira (2), a partir das 10h, na sala de aula da Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido
Por Wallace Abreu e Tabajara Moreno
Quem vê um caroço forte, como o do Tucumã, não imagina a fragilidade que a reprodução da planta adquire quando as sementes são deixadas sob as condições ambientais normais. Mas um estudo desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) conseguiu melhorar a conservação da semente.
O resultado foi obtido através da dissertação de mestrado da engenheira agrônoma, Elizabeth Rodrigues Rebouças, do Programa de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido (PPG-ATU) do Inpa.
No estudo, Rebouças melhorou a conservação das sementes de Tucumã associando uma pequena redução no grau de umidade das sementes com a embalagem em recipiente semipermeável.
Intitulado “Dessecação e Conservação de Sementes de Tucumã”, o trabalho foi orientado pelo pesquisador da Coordenação de Ciências Agronômicas (CPCA) do Inpa, Sidney Alberto do Nascimento Ferreira.
Segundo Rebouças, a prática extrativista do Tucumã na região amazônica foi uma das preocupações que motivaram a dissertação. “Apesar da importância econômica do tucumã há poucas informações agronômicas sobre seu cultivo, destacando os poucos conhecimentos existentes sobre a conservação da semente, a germinação e a produção de mudas”, disse.
Conforme Ferreira, a pesquisa verificou a tolerância das sementes ao dessecamento e analisou o período em que eles suportam ficar armazenadas antes do plantio.
“Uma parte do estudo visou classificar as sementes quanto à tolerância ao dessecamento. Boa parte das sementes de espécies da região, por se localizarem em uma área tropical úmida, são sensíveis a desidratação, ao contrário de outras sementes, como a soja, o feijão e o milho, que quanto mais desidratada e associada a baixas temperaturas, mais você prolonga a vida dessas sementes”, ressalta.
Tempo de germinação é reduzido
O processo natural de germinação da semente do Tucumã, sob condições naturais, dura de um a três anos para ser concluído. Mas estudos feitos no Inpa reduziram para um tempo médio de quatro meses o período de germinação do fruto.
Uma das frutas amazônicas preferidas da população, o Tucumã é usado para fazer o famoso “X-Caboquinho”, consumido no café da manhã em muitos pontos do Amazonas.
O Inpa desenvolve há pelo menos oito anos pesquisas com o fruto envolvendo aspectos nutricionais, agronômicos, além do uso do caroço para a produção de biodiesel.
A dissertação de Rebouças será defendida quarta-feira (2), a partir das 10h, na sala de aula do PPG-ATU, localizado no Inpa V8 que fica na Avenida Efigênio Sales, 2239, Conjunta Morada do Sol.
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