Parceria garante identificação de novos insetos da Amazônia
Ascom Inpa
A parceria entre o Inpa e o Smithsonian Institution tem o objetivo de catalogar novas espécies de insetos. O foco serão as moscas presentes nas margens dos igarapésPor Daniel Jordano
Uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e o Smithsonian Institution, com sede nos Estados Unidos, vai garantir a identificação e catalogação de novas espécies de insetos da região amazônica.Os estudos vão se concentrar em espécies de moscas que vivem às margens de igarapés. Os exemplares foram coletados durante excursões de pesquisadores da Coordenação de Entomologia (CPEN) do Inpa nas regiões do entorno de Manaus e em diversas localidades amazônicas. Com a parceria será possível identificar mais espécies e formar um banco de dados mais completo sobre as moscas regionais.Siga o Inpa no Twitter Segundo o biólogo da CPEN, José Albertino Rafael, as moscas, muitas com tamanho da cabeça de um alfinete, ainda não tinham sido alvo de estudos. Com o trabalho será possível descobrir novas espécies e entender o papel delas no ecossistema da região.“As moscas também são importantes na questão do equilíbrio ecológico da natureza. É um grupo bastante diversificado, mas pouco conhecido por conta do tamanho reduzido, talvez por isso ninguém tenha se dedicado aos estudos delas”, disse.Conhecer para conviver
O estudo e a descoberta de novas espécies de moscas na região representam ainda a possibilidade de ação para conter algumas espécies que afetam plantações. De acordo com o pesquisador do Smithsonian Institution, Wayne Mathis, identificar novas espécies de moscas é uma forma de permitir ao homem conhecer mais sobre os insetos e, sobretudo, conviver melhor com eles. “Algumas espécies de mosca são pragas e atingem plantações como, por exemplo, as de arroz, diminuindo a produção. A identificação pode ajudar até mesmo a descobrir como intervir nesses casos e em situações nas quais uma espécie é introduzida em um ambiente diferente”, falou Mathis. Ainda segundo o pesquisador, as moscas servem como bioindicadores, ou seja, demonstram se há algo de errado no ambiente. “Há algumas espécies que preferem água doce, outras água salgada ou até com um pouco de poluição. A presença ou a ausência dessas espécies pode indicar se a água está pura ou poluída”, contou o pesquisador.De dezembro do ano passado, mês que foi intensificado o processo de coleta, até maio deste ano, dobrou a identificação de novas espécies de mosca coletadas somente nas regiões do entorno de Manaus. A idéia agora é ampliar a rede de pesquisadores atuando na atividade.“Há mais 150 mil espécies de mosca conhecidas e, na maioria dos casos, ainda precisamos fazer o levantamento somente para identificar e descrever. A América Latina é um mundo novo nesse sentido”, enfatizou Mathis.
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