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Estudo avalia produção da borracha no Amazonas

  • Publicado: Quarta, 12 de Maio de 2010, 20h00
  • Última atualização em Segunda, 18 de Maio de 2015, 08h18

 

Ascom Inpa

A dissertação do mestrando Etelvino Rocha analisou o cultivo de seringueiras nativas do Amazonas em terra firme, várzea e terra preta de índio. O trabalho será apresentado sexta-feira (14), a partir das 14h, no campus III do Inpa

Por Tabajara Moreno

Medidas simples como o plantio da seringueira (Hevea brasiliensis) consorciada a outras espécies frutíferas e a clonagem das árvores mais produtivas e resistentes a pragas e doenças podem dinamizar a produção de látex no Amazonas. Os seringais nativos do Estado geram algo em torno de mil toneladas do produto, o que responde a pouco mais de 1% da produção brasileira de borracha.

Uma pesquisa realizada pelo mestrando do Programa de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido (ATU) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Etelvino Rocha Araújo, analisou o cultivo e o potencial da borracha produzida no Estado em seringais nativos em terra firme, várzea e terra preta de índio.

Desenvolvido entre julho de 2008 e dezembro de 2009, o estudo descreveu o processo produtivo do látex nesses três ambientes com a proposta de entender quais são os fatores que limitam a produção da borracha no Estado.

Segundo a pesquisa, as árvores estudadas apresentam grande variação na produção, com valores mais elevados na área de várzea, onde o solo é rico em nutrientes. Em média, elas geram 12g de borracha seca por sangria, enquanto as árvores da área de terra firme, cujo solo é pobre e ácido, geram cerca de 8g.

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Embora adubadas pelos sedimentos dos rios, as áreas de várzea têm baixos teores de nitrogênio, o que pode limitar a produção de borracha nessas áreas. “Para as plantas terem desenvolvimento e produção eficientes, precisam de todos os nutrientes em quantidades equilibradas. A influência desse desbalanço de nitrogênio na várzea sobre a produção nos seringais dessa área necessita ser melhor esclarecida em estudos posteriores”, conta Araújo.

No Amazonas, o cultivo da seringueira é feito por aproximadamente três mil famílias que administram os seringais nativos. O látex é coletado, coagulado, prensado em blocos e comercializado na forma de Cernambi Virgem Prensado (CVP).

A extração é feita em árvores de seringais nativos, característica que acaba interferindo na produção final, pois cada planta gera uma quantidade de borracha diferente. “Essa variação de produtividade por planta tem a ver com a característica genética que cada árvore possui. Nos seringais cultivados com clones a produção é mais homogênea”, explica.

Para o pesquisador da Coordenação de Ciências Agronômicas do Inpa, Newton Falcão, orientador do trabalho, clonar as árvores mais produtivas é uma das formas de alcançar resultados mais satisfatórios. “A clonagem dos melhores exemplares de seringueira é um método simples onde, pela técnica de enxertia, é possível produzir mudas mais resistentes a pragas e doenças e mais produtivas”, explica o pesquisador.

Sistema agroflorestal favorece plantio
O modelo agroflorestal de plantio combina o cultivo da seringueira com espécies frutíferas como cacau, açaí, bacaba e taperebá. No Amazonas, ele favorece a seringueira e cria alternativas de geração de renda nos períodos em que o látex não é explorado.

A adoção desse sistema de plantio também ajuda a árvore a se proteger da ação de fungos e pragas. “O principal fator limitante do estabelecimento dos seringais cultivados na região norte foi a doença conhecida como mal das folhas, causada pelo fungo microcyclus uley. Quando a seringueira é plantada consorciada a outras árvores, principalmente próximo aos rios, ela fica protegida. Isso já acontece do Alto Solimões ao Baixo Amazonas de maneira tradicional”, relata Falcão.

Intitulada “Caracterização de três seringais manejados em terra firme, várzea e terra preta de índio no Médio Amazonas”, a dissertação de Rocha será defendida nesta sexta-feira (14), a partir das 14h, na sala de aula do Programa de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido, que fica no campus III do Inpa, Avenida Efigênio Salles – Conjunto Morada do Sol.

Além de Falcão, a dissertação de mestrado de Rocha foi coorientada pela pesquisadora da Coordenação de Ciências Agronômicas, Sônia Alfaia. Araújo é formado em agronomia pela Universidade Federal de Viçosa e bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A pesquisa do mestrando foi feita através de uma parceria entre o Inpa e a Secretaria de Estado de Produção Rural do Amazonas (Sepror).

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